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segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Agrossor

 



1


Quando reflito sobre agronegócio
não creio na propaganda goebbista
em seus lobbies 
Não creio na propaganda globista e
não vejo um lavrador

não vejo um lavrador
trabalhador como a brisa matinal,
morador no campo
pequeno agricultor
cultivando seu canto no solo,
como quem tece a concretude com as mãos.

Nas propriedades extensas,
oceanos verdes de monoculturas,
e megacorporações:
Cargill, Dupont, Monsanto,
Bayer
e seus oligopólios,
raízen de suas múltiplas alianças
se espalham como heras de aço,
sufocando tudo ao redor

(brutalidades)
afiadas lâminas invisíveis contra o ambiente,
afiadas lâminas invisíveis contra as comunidades
ribeirinhas
da mata
do semiárido
(caminhando em direção à aridez
ao deserto)
e das florestas
e quilombolas.

2

O termo agronegócio,
apesar da publicidade incessante,
midiática-televisiva
alinha-se de corpo e excrescência 
com os interesses das megacorporações,
cúmplices num jogo de cartas marcadas

e seu afastamento do labor campesino,
da territorialidade rural,
do camponês,
da geração de alimentos,
manifesta-se globalmente
em espelho quebrado
fome ou ferrugem 
em que o reflexo do lavrador desaparece.

Significado de agronegócio nos dicionários da língua inglesa misturados às metáforas de areia:

Dicionário Collins:
Diversos negócios que cultivam, comercializam e distribuem
bens agrícolas,
como fábricas de fumaça,
principalmente
em grande escala.

Merriam-Webster:
Os Titãs se apoderam dos vales.
Vários grandes agronegócios controlam a maioria das terras.

Oxford:
uma indústria vinculada à criação e comercialização
de bens agrícolas,
geralmente envolvendo enormes companhias
soldados fascistas em marcha 
mega exércitos silenciosos.

3

O agronegócio,
como estrutura de empresas,
megacorporações,
cooperativas colossais
tende a gerir
toda a linha,
e seus fios
filhos pestilentos
sempre puxados com marionetistas.

Da semente à distribuição,
exclui o pequeno agricultor
da semente ao pesticida,
como o veneno que escorre das raízens
até as folhas.

Da semente
aos vastos lobbies da bancada ruralista,
para comandar os incentivos do governo,
senhores comandam um banquete
ao qual ninguém mais tem lugar.

Não há lavrador,
mas o não ao lavrador.
Não há camponês,
mas o não ao camponês.
Não há gente habitando espaço,
mas o não à gente
ao ínfimo espaço alheio.

O chão,
à gente,
apenas o buraco raso,
como o fim de um ciclo interrompido,
provido pelas milícias rurais armadas
(armadas até os dentes
contra o povo sem dente)
capangas modernos
de antigos coronéis.

4

Quando reflito sobre agronegócio,
não vejo um pequeno agricultor,
camponês,
morador do campo,
ocupando o seu canto no solo,
como quem volta à casa após a jornada,
(que deveria ser dele –
mas não é).

Um comentário:

Anônimo disse...

Bem assim amigo! Abraço meu amigo.

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