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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

MST e União dos Movimentos de Moradia, em RP, realizam oficina de Curso de Formação de Agentes Populares de Agroecologia da UFSCar

 

Oficina integra o Curso de Ater: Formadores de Agentes Populares de Agroecologia
Fotos: Filipe Augusto Peres

A oficina foi realizada na comunidade urbana Comunidade da Paz, em Ribeirão Preto, no último dia 14 de agosto, em parceria com a UFSCar, a UMM, o MST, e diversos outros parceiros

Da página do MST

Por Filipe Augusto Peres

No sábado (14), aconteceu na Comunidade da Paz, em Ribeirão Preto, São Paulo mais uma oficina ligada ao “Curso de Formação de Agentes Populares de Agroecologia”, realizado em uma parceria da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), por meio do Núcleo de Estudos Agrários (NEA), integrado ao Núcleo de Pesquisa e Extensão Rural (NUPER), com  diversos parceiros, em especial o MST, a UMM e o Centro de Formação Sócio-Agrícola Dom Hélder Câmara. Localizada no Jardim Juliana, a Comunidade da Paz existe a, aproximadamente, 5 anos, e atualmente conta com 370 famílias. As oficinas foram apresentadas por Joaquim Lauro Sando, da Rede Agroflorestal de Ribeirão Preto e José Ferreira, o Paraguai, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.


Manuela Aquino, da Direção Estadual do MST, e coordenadora do Curso de Agentes Populares de Agroecologia, lembrou que a oficina ocorrida na comunidade urbana ligada à União dos Movimentos de Moradia já está na sua quarta edição. Aquino também destacou a importância de se pensar uma atividade conectada à realidade espacial da Comunidade da Paz.

“Nesta continuidade da parceria com a universidade, com os movimentos sociais urbanos e do campo [...] pensamos a ideia das hortas urbanas. Nós sabemos que o curso tem uma diversidade de educandos e educandas, por isso a ideia foi passar um pouco do conhecimento teórico e prático neste espaço”.

Joelson Gonçalves de Carvalho, professor do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, responsável pela coordenação do NEA e integrado ao NUPER, afirmou que é possível pensar em agroecologia em espaços urbanizados. O cientista econômico também destacou a importância do curso enquanto instrumento de luta popular e disse que espera que os cursandos e cursandas possam, à partir da experiência da oficina, vislumbrarem possibilidades de ação.

“É possível a agroecologia em espaços em que a resistência, na luta pela terra e pela moradia, seja um instrumento que anime aqueles que acreditam que não basta lutar, apenas, por moradia ou por terra, mas também lutar por alimentação saudável e por um mundo mais acolhedor.  

Carolina Mendes, Supervisora do projeto Mentoria Social disse que a proposta inicial da horta comunitária tem a intenção de assegurar soberania e segurança alimentar às pessoas da comunidade.

“Estou muito feliz em poder trabalhar com o NUPER e com os integrantes ligados ao Curso de Formação de Agentes Populares de Agroecologia para podermos fazer esta experiência de uma forma mais sustentável, de modo que permita à comunidade manter este projeto depois que formos embora”.

Presidente do COMSEAN (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional) e integrante do MST, Luciano Botelho lembrou que a implantação de agrofloresta no espaço urbano é um marco na cidade de Ribeirão Preto.  

“Nós viemos em uma construção dentro do CONSEAN neste trabalho de poder possibilitar esta relação da produção de alimentos com a luta pela moradia junto às comunidades em geral no município. O que o curso de agentes populares de agroecologia traz é a construção de um marco, pois coloca-se comida na mesa e a comida em um espaço urbano, em um espaço de luta por moradia”.

Luciano ainda destacou a importância das relações campo e cidade e a relação do ser humano com a natureza. Para Botelho, é preciso conectar a pessoa com a produção de alimentos e desconstruir a ideia de que estes estão na gôndola do supermercado. O presidente do COMSEAN afirmou que se pode produzir alimentos saudáveis e agroflorestais em casa, na comunidade, e chamou atenção para a necessidade de uma política municipal de agricultura urbana.

“Isto aqui é um passo bem maior, em Ribeirão Preto, para, quem sabe, construir uma política municipal de agricultura urbana, pois é isso que devemos discutir e pautar não só em Ribeirão mas em todos os municípios, pois precisamos colocar o alimento na mesa do trabalhador e próximo do trabalhador”.

Liderança comunitária e integrante da UMM, Edson Cebola destacou a importância da classe trabalhadora produzir o próprio alimento.

Edson Cebola, liderança comunitária e integrante da União dos Movimentos de Moradia (UMM) destacou a importância do aprendizado que a comunidade teve com as várias entidades presentes

“Com a horta urbana nós vamos ter um alimento sustentável para poder produzir, colocar na mesa. Para isso, temos pessoas engajadas na comunidade, colocando a mão na massa, aprendendo toda essa maravilha que veio até a comunidade. Para nós, é de grande importância, não só nesta comunidade, mas em todas as comunidades. Nós lutamos por moradia digna, então é se unindo, fazendo com que os alimentos produzidos pelos próprios moradores de forma sustentável, chegando à mesa deles é um caminho muito bom para quem está construindo a luta no dia a dia. Espero que isso possa ser levado às 105 comunidades urbanas de Ribeirão Preto.

Estiveram representados na oficina: Centro de Formação Sócio-Agrícloa Dom Hélder Câmara, Projeto Mentoria Social, NEA-UFSCar, Agentes Populares de Agroecologia, além dos residentes da Comunidade da Paz.

A oficina será disponibilizada nas próximas semanas na página do YouTube do Núcleo de Pesquisa e Extensão Rural (NUPER), da UFSCar.

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