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domingo, 17 de outubro de 2021

Mulher agricultora ainda sofre com a desigualdade de gênero

 

Desigualdade de Gênero 

 ONU e MST chamaram a atenção para a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas voltadas às mulheres agricultoras. 
Fotos: Filipe Augusto Peres 


No último dia 15 de outubro, a ONU celebrou o Dia Internacional da Mulher Rural. Para lembrar a data, a organização recordou que a igualdade de gênero e o empoderamento feminino são primordiais na luta contra a fome e a má-nutrição.


De acordo com a Organização das Nações Unidas, é preciso reconhecer é preciso reconhecer “o papel crítico e a contribuição das mulheres no campo, incluindo as indígenas, no aprimoramento do desenvolvimento agrícola, na melhoria da segurança alimentar e na erradicação da pobreza rural”.

Dados da ONU apontam que, em média, as mulheres integram mais de 40% da força de trabalho agrícola nos países em desenvolvimento, sendo que em partes da África e Ásia, este número pode ultrapassar os 50%. Entretanto, o número de mulheres proprietárias de áreas de plantação não ultrapassa 20%.

De acordo com as Nações Unidas, o papel feminino na agricultura de subsistência é muitas vezes não remunerado e sua contribuição para a economia rural é amplamente subestimada. 

No entanto, a organização afirma que agricultura familiar produz quase 80% dos alimentos na Ásia e na África Subsaariana e apoia os meios de subsistência de cerca de 2,5 bilhões de pessoas.  

De acordo com a ONU Mulheres, as agricultoras são produtivas e empreendedoras, mas possuem dificuldades para terem acesso a terras, crédito, insumos agrícolas, mercados e cadeias agroalimentares de alto valor e obter preços mais baixos para suas culturas. 

Brasil

Para Kelli Mafort, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, as mulheres, por sua importância na manutenção dos territórios camponeses e para a produçãode alimentos estão sempre na mira da violência exercida pelo agronegócio e pela mineração. 

"Mulheres agricultoras são fundamentais para manutenção de territórios camponeses, para produção de alimentos e não de commodities, além de desenvolverem modos de vida em equilíbrio com a natureza. Por isso são as mulheres que estão na mira da violência liberada pelo latifúndio, agronegócio e mineração. 

Kelli chama atenção para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas às mulheres agricultoras como modo vital de preservação das florestas, rios e para um modo de produção que leve alimentos saudáveis à mesa da classe trabalhadora.

A resistência dos povos do campo, das águas e das florestas no mundo, tem gênero! Por isso precisamos de políticas públicas específicas para mulheres, cooperação, agroecologia e agrofloresta."

Coordenadora Nacional do MST destacou que um dos fatores da violência de gênero cometida pelo latifúndio se dá pelo papel que as mulheres exercem na preservação dos territórios.


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