Não é possível cuidar da saúde da população
brasileira sem auxílio dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes
Combate a Endemias (ACE), e isso ficou ainda mais evidente na pandemia da
Covid-19.
Esses profissionais fazem parte das equipes do
programa Estratégia Saúde da Família das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e
realizam rotineiramente visitas domiciliares para acompanhamento, monitoramento
e conscientização de doenças.
Muitas pessoas que tiveram Covid-19 e
infelizmente desenvolveram sequelas, são acompanhadas por esses profissionais.
São eles os porta-vozes da garantia do direito à saúde universal e integral,
diretrizes do SUS determinadas na Constituinte de 1988.
Representantes da Atenção Primária e Vigilância
em Saúde, esses profissionais possuem a responsabilidade de fazer a diferença
com a criação do vínculo das unidades de saúde com as famílias e comunidade,
enfrentando desafios e cuidando do outro de maneira humanizada.
Apesar desse importante trabalho no SUS,
infelizmente, assim como na destruição de outros direitos em saúde, vemos este
trabalho sendo desmontado pelo atual governo. De acordo com IBGE, em 2019,
apenas 38.4% dos domicílios receberam visita
mensal dos ACS ou membros da equipe de Saúde da Família. Em 2013, esse valor
era de 47.2%.
Tramitam no Congresso Nacional duas Propostas de
Emenda à Constituição (PEC) - 14 e 22 - que tratam da aposentadoria especial e
dos pisos salariais de ACS e ACE. Estamos na luta pela aprovação das PECs.
Nesta semana, aprovamos na Comissão de Saúde da Câmara
dos Deputados uma uma emenda de minha autoria para
o Orçamento de 2022. Ela permite a garantia de recursos para o reajuste do piso
salarial para a categoria. Propomos R$ 5 bilhões a mais para todo o Brasil.
Esta aprovação na Comissão de Saúde foi
o primeiro passo dessa importante conquista, agora a proposta é encaminhada
para o relator do Orçamento e é muito importante que os parlamentares e
sindicatos acompanhem a tramitação. Me comprometi com o Sindicato dos Agentes
Comunitários do estado de São Paulo que farei marcação cerrada para aprovação
desta medida.
*Alexandre Padilha é
médico, professor universitário e deputado federal (PT-SP). Foi Ministro da
Coordenação Política de Lula, Ministro da Saúde de Dilma e Secretário de Saúde
na gestão Fernando Haddad na cidade de SP.
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