À essa altura do ano os partidos intensificam as articulações com vistas às eleições de 4 de outubro. Estamos em plena "janela eleitoral", período onde os pré-candidatos, inclusive os vereadores, podem trocar de partido até 4 de abril. Todos os partidos precisarão ter chapas completas com 33 candidatos e as dificuldades e cálculos políticos estão em efervescência.
Semana passada foram confirmadas algumas mudanças: Gláucia Berenice trocou o PSDB pelo DEM, Maurício Vila Abranches trocou o PTB pelo PSDB e Waldyr Vilela trocou o PSD pelo MDB. Ao longo desse mês outras trocas certamente ocorrerão.
A disputa para a Prefeitura também vai tomando corpo. Nogueira (PSDB) vai buscando consolidar uma aliança forte, já conta com Avante, Novo e PTB e pode estar sendo fechada uma aliança com o DEM. Nogueira representa a continuidade do projeto neoliberal e pode encontrar dificuldades se o cenário de crise econômica se agravar. Para escapar das críticas de má gestão, o discurso já está pronto: colocará a culpa na antecessora.
O centro já tem praticamente definida a candidatura do atual deputado federal Ricardo Silva (PSB), que também já busca construir uma forte chapa de vereadores e poderá fechar uma aliança com o PDT, que terá Lincoln Fernandes, tido como prefeitável, como puxador de votos na chapa de vereadores. O grupo político que estará junto com Ricardo Silva já se movimenta tanto no campo conservador, onde Ricardo reforça uma narrativa forte na questão da segurança pública, quanto em setores do campo progressista, onde busca um discurso social em meio à grave crise econômica que o Brasil atravessa, exatamente como já previa este Blog.
Uma novidade que pode estar sendo construída é uma candidatura própria do MDB, tido por este Blog como fiel da balança na disputa entre a continuidade do projeto neoliberal de Nogueira e as forças de centro. A chegada de Waldyr Vilela semana passada pode ser o prenúncio da vinda de João Gandini para encabeçar uma candidatura a Prefeito. Alguns analistas já dão isso como favas contadas. O deputado federal e presidente nacional da sigla, Baleia Rossi, trabalha para o fortalecimento estadual do partido e pode ter na candidatura própria em Ribeirão Preto uma de suas táticas.
Se esse cenário se confirmar, o primeiro turno tende a ser mais equilibrado e diluído de votos e menos plebiscitário, mas ainda apontando para um segundo turno entre Nogueira e um candidato vindo do centro, que hoje seria Ricardo Silva, na opinião deste Blog.
Pela esquerda, o PT já definiu através de eleição interna o nome de Antônio Alberto Machado como pré-candidato. Machado começou a sua caminhada com duas boas entrevistas para o sistema Thathi, que o Blog O Calçadão repercutiu em partes no canal O Calçadão Blog, e tem procurado construir um programa diferenciado para apresentar à população, principalmente à população da periferia, apostando no entusiasmo militante e na ampliação de apoios progressistas para além do PT.
A esquerda ainda terá no mínimo mais um candidato, pois o PSOL escolherá seu nome ao Rio Branco em abril. Disputam a vaga os professores Mauro Inácio e Anne Schmaltz.
O campo da direita conservadora pode sair dividido: o Patriotas trabalha com a candidatura de Luiz Henrique Usai, coronel reformado da PM, e o PSL ensaia a candidatura do empresário Rodrigo Junqueira.
O Blog O Calçadão seguirá acompanhando as movimentações político-eleitorais 2020.
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