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domingo, 15 de março de 2020

Combate à Pandemia fortalecendo o SUS e o trabalho dos profissionais de saúde




A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de Pandemia com relação ao novo Coronavírus, ou seja, temos epidemias do novo vírus em vários países, emergência de saúde pública de interesse internacional.
                Apesar do desmonte praticado pelo presidente Jair Bolsonaro ao sistema Público de saúde e seu desprezo pelo SUS e organismos multilaterais como a OMS, o País tem condições de enfrentar com racionalidade e medidas de prevenção a chegada do vírus.
                Desprezo esse que lhe custou caro, pois integrantes de seu gabinete e representantes do seu governo já se encontram infectados e poucos dias após ele mesmo desqualificar os avisos internacionais e a própria epidemia, agora já pandemia, em rede nacional sendo que, agora, ele mesmo está em quarentena forçada.
                Mas, graças à nossa rede de saúde pública, construída com muito esforço, podemos evitar uma tragédia maior.
                Na recente história das epidemias, somente neste século tivemos, além do ressurgimento do sarampo, por um absurdo movimento antivacina:
·         Síndrome respiratória aguda grave ou gripe aviária, SARS, em 2002;
·         Gripe A/H1N1 ou gripe suína, em 2009;
·         Síndrome Respiratória do Oriente Médio, MERS, em 2012.
                E agora temos esse terceiro surto de Coronavírus que o que diferencia dos outros é exatamente sua capacidade de mutação e facilidade de transmissão.
                Nesse momento esperamos do poder Público que prepare e dê condições às suas unidades e aos profissionais de saúde para cumprir o protocolo ao receber qualquer pessoa que tenha circulado nos últimos 14 dias em área de transmissão, considerando-a imediatamente como caso suspeito, criar os mecanismos de bloqueio e encaminhar as amostras laboratoriais para o SUS para contribuir com o país no controle da propagação da doença COVID-19.

                Se, em Ribeirão Preto com a gestão PSDB/Nogueira, já temos problemas gravíssimos com a falta de estrutura em meio a uma das mais graves epidemias de dengue em nossa cidade e se problemas simples na gestão não forem sanados, aí sim teremos um verdadeiro caos no atendimento com a inevitável chegada da epidemia do Coronavírus em nossa querida cidade.
                Precisamos que, em nossa, unidades de saúde, os profissionais que estão cuidando diretamente dos pacientes possam utilizar máscaras cirúrgicas, nos atendimentos em geral, e máscaras N95 em procedimentos que possam gerar aerossóis.
                Devem ser observadas, também, as práticas adequadas de higienização das mãos, em todos os cinco momentos preconizados pela OMS, pela ANVISA e pelo Ministério da Saúde, disponível em <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/higienizacao_oms/5%20momentos%20A3.pdf>.
                Essas são medidas básicas, que em nossa rede ainda não vemos se tornar realidade, que agora frente à essa pandemia, ganha ainda mais importância.
                Além disso, esperamos que os profissionais de saúde e de apoio utilizem óculos ou protetor facial, luvas de procedimento; gorros e aventais.
                A Segurança do Paciente e do profissional nesse momento devem ser prioridade na contenção do vírus.
                A rede privada nesse momento tem um papel complementar ao do SUS, como previsto na Constituição Federal de 1988.
                Ao contrário do que é preconizado por alguns, os passos iniciais do enfrentamento à COVID-19 aqui no Brasil mostraram inequivocamente que sem o SUS e suas instituições de atenção à saúde, vigilância em saúde, pesquisa e educação, não conseguiríamos fazer frente à epidemia.
                Por meio dessa rede pública foi possível a identificação do código genético do Coronavírus; a realização dos testes diagnósticos em instituições de referência (Fiocruz e Adolfo Lutz) e a consequente capacitação dos outros laboratórios; o conjunto das orientações emanadas do MS e todo o trabalho de vigilância em saúde realizado pela União, estados e municípios.
                Para avançar nessas medidas é urgente recompor os recursos retirados do Sistema Único de Saúde (SUS) através da Emenda Constitucional 95, do Teto dos Gastos Públicos, que trata sobre o Orçamento destinado à área da Saúde, que o prefeito Duarte Nogueira e o atual presidente foram fiadores quando Deputados.
                Somente em 2019, o SUS perdeu cerca de R$ 9 bilhões por causa da nova regra fiscal, recursos absolutamente indispensáveis para enfrentar a pandemia, diante desse quadro, para enfrentar o Coronavírus e outros males a saúde de nossa população, os governos de plantão precisam, não só agora, mas de forma permanente fortalecer o SUS e o trabalho dos profissionais de saúde, esse é o único remédio que de fato pode trazer segurança à nossa população, é o que esperamos e cobramos dos atuais mandatários.

Fábio Sardinha - Professor e Diretor da Apeoesp

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