A
Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de Pandemia com relação ao
novo Coronavírus, ou seja, temos epidemias do novo vírus em vários países,
emergência de saúde pública de interesse internacional.
Apesar do desmonte praticado
pelo presidente Jair Bolsonaro ao sistema Público de saúde e seu desprezo pelo
SUS e organismos multilaterais como a OMS, o País tem condições de enfrentar
com racionalidade e medidas de prevenção a chegada do vírus.
Desprezo esse que lhe custou
caro, pois integrantes de seu gabinete e representantes do seu governo já se
encontram infectados e poucos dias após ele mesmo desqualificar os avisos
internacionais e a própria epidemia, agora já pandemia, em rede nacional sendo
que, agora, ele mesmo está em quarentena forçada.
Mas, graças à nossa rede de
saúde pública, construída com muito esforço, podemos evitar uma tragédia maior.
Na recente história das
epidemias, somente neste século tivemos, além do ressurgimento do sarampo, por
um absurdo movimento antivacina:
·
Síndrome respiratória aguda grave ou gripe aviária, SARS, em 2002;
·
Gripe A/H1N1 ou gripe
suína, em 2009;
·
Síndrome Respiratória do
Oriente Médio, MERS, em 2012.
E agora temos esse terceiro
surto de Coronavírus que o que diferencia dos outros é exatamente sua
capacidade de mutação e facilidade de transmissão.
Nesse momento esperamos do poder
Público que prepare e dê condições às suas unidades e aos profissionais de
saúde para cumprir o protocolo ao receber qualquer pessoa que tenha circulado
nos últimos 14 dias em área de transmissão, considerando-a imediatamente como
caso suspeito, criar os mecanismos de bloqueio e encaminhar as amostras
laboratoriais para o SUS para contribuir com o país no controle da propagação
da doença COVID-19.
Se, em Ribeirão Preto com a
gestão PSDB/Nogueira, já temos problemas gravíssimos com a falta de estrutura
em meio a uma das mais graves epidemias de dengue em nossa cidade e se
problemas simples na gestão não forem sanados, aí sim teremos um verdadeiro
caos no atendimento com a inevitável chegada da epidemia do Coronavírus em
nossa querida cidade.
Precisamos que, em nossa,
unidades de saúde, os profissionais que estão cuidando diretamente dos
pacientes possam utilizar máscaras cirúrgicas, nos atendimentos em geral, e
máscaras N95 em procedimentos que possam gerar aerossóis.
Devem ser observadas, também, as
práticas adequadas de higienização das mãos, em todos os cinco momentos
preconizados pela OMS, pela ANVISA e pelo Ministério da Saúde, disponível em
<http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/higienizacao_oms/5%20momentos%20A3.pdf>.
Essas são medidas básicas, que
em nossa rede ainda não vemos se tornar realidade, que agora frente à essa
pandemia, ganha ainda mais importância.
Além disso, esperamos que os
profissionais de saúde e de apoio utilizem óculos ou protetor facial, luvas de
procedimento; gorros e aventais.
A Segurança do Paciente e do
profissional nesse momento devem ser prioridade na contenção do vírus.
A rede privada nesse momento tem
um papel complementar ao do SUS, como previsto na Constituição Federal de 1988.
Ao contrário do que é
preconizado por alguns, os passos iniciais do enfrentamento à COVID-19 aqui no
Brasil mostraram inequivocamente que sem o SUS e suas instituições de atenção à
saúde, vigilância em saúde, pesquisa e educação, não conseguiríamos fazer
frente à epidemia.
Por meio dessa rede pública foi
possível a identificação do código genético do Coronavírus; a realização dos
testes diagnósticos em instituições de referência (Fiocruz e Adolfo Lutz) e a
consequente capacitação dos outros laboratórios; o conjunto das orientações
emanadas do MS e todo o trabalho de vigilância em saúde realizado pela União,
estados e municípios.
Para avançar nessas medidas é
urgente recompor os recursos retirados do Sistema Único de Saúde (SUS) através
da Emenda Constitucional 95, do Teto dos Gastos Públicos, que trata sobre o
Orçamento destinado à área da Saúde, que o prefeito Duarte Nogueira e o atual
presidente foram fiadores quando Deputados.
Somente em 2019, o SUS perdeu
cerca de R$ 9 bilhões por causa da nova regra fiscal, recursos absolutamente
indispensáveis para enfrentar a pandemia, diante desse quadro, para enfrentar o
Coronavírus e outros males a saúde de nossa população, os governos de plantão
precisam, não só agora, mas de forma permanente fortalecer o SUS e o trabalho
dos profissionais de saúde, esse é o único remédio que de fato pode trazer
segurança à nossa população, é o que esperamos e cobramos dos atuais
mandatários.
Fábio Sardinha - Professor e Diretor da Apeoesp
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