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sábado, 28 de março de 2020

Resumo Especial Ribeirão contra a pandemia: ACIRP pressiona Prefeito a reabrir comércio


Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, na esteira do movimento bolsonarista, pressiona o Prefeito Nogueira para a reabertura do comércio no dia em que os casos de Covid-19 saltam de 8 para 31 confirmados na cidade

Entre o dia de ontem (27/03/2020) e o dia de hoje (28/03/2020) o número de casos confirmados de Covid-19 subiram de 8 para 31. Servidores do Hospital das Clínicas relataram a este Blog que começam a aparecer casos nas periferias envolvendo idosos, mulheres grávidas e jovens. Mesmo assim, a ACIRP decidiu se somar ao movimento "O Brasil não pode parar", criado pelo bolsonarismo e que prega, na contramão do mundo, o afrouxamento das políticas de isolamento social em nome da "economia".

É preciso registrar que movimentos semelhantes ocorreram na Itália, onde há 45 dias Milão fazia o movimento "Milão não para", defendendo a "economia" diante da necessidade de isolamento social. Essa semana, após quase 10 mil mortes, o Prefeito de Milão reconheceu o erro. O mesmo vem acontecendo nos EUA, onde Donald Trump, de onde partem os comportamentos copiados aqui pelo bolsonarismo, fizeram o mesmo percurso e agora começam a voltar atrás diante do fato de os EUA se tornarem o novo epicentro da epidemia.

Nesta segundo-feira o Prefeito Duarte Nogueira fará uma "super-vídeoconferência" para, diante de representantes políticos, da sociedade civil e da ACIRP, justificar as medidas de isolamento social contidas em seu decreto de calamidade pública baixado semana passada.

Dolorosamente o Brasil, através do posicionamento de seu Presidente e seus seguidores, a maioria pertencentes às camadas mais abastadas da sociedade, vai sendo conduzido de volta ao imponderável diante do avanço da epidemia. Estudos já demonstram que as políticas de isolamento começaram a fazer efeito para frear a transmissão do vírus, mas o falso dilema entre salvar vidas e a economia pode colocar tudo a perder, com consequências terríveis principalmente para a população mais pobre.

Neste sábado o Estado de São Paulo, cujos números o cidadão que ocupa a Presidência da República, sem embasamento concreto, afirma serem falsos, já registra 68 mortes. No Brasil, o número de mortes chegou a 92. E há a suspeita de que os casos confirmados não chegam a 11% dos casos reais.

Aqui colocamos um quadro comparativo entre Brasil/Espanha/Itália, para que os amigos do Blog possam se conscientizar e repassar a informação a seus familiares.


EUA, Inglaterra, Alemanha, Espanha, Argentina, França, Itália, China e a maioria dos países estão adotando o isolamento social como forma de evitar o colapso dos sistemas de saúde e o aumento do número de mortes.

A Justiça Federal suspende a propaganda bolsonarista "Brasil não pode parar" custeada com 5 milhões de reais de dinheiro público!

A Federação Nacional de Prefeitos quer que o Presidente se responsabilize oficialmente e juridicamente pela propaganda que tenta fazer as pessoas deixarem o isolamento!

Conselheiros Tutelares da cidade querem que merenda seja distribuída aos alunos que precisam.


Mas, e a economia?

De fato, as medidas de isolamento social causam grandes impactos na economia e isso precisa ser enfrentado durante os dias em que essas medidas devem ser tomadas.

Isso é importante!


O isolamento social não vai durar para sempre, são 3 meses em que os esforços devem ser feitos para salvar vidas, porque não há economia sem vida. A economia deve servir às pessoas e não as pessoas à economia.

Quais estão sendo as medidas nos diversos países?

O Estado tem atuado de maneira forte para distribuir renda aos trabalhadores em quarentena e para garantir a sobrevivência do setor empresarial. A Inglaterra, a França, a Alemanha, a Espanha e demais países europeus suspenderam as políticas de ajuste fiscal e aprovaram pacotes econômicos emergenciais. Os EUA, que até outro dia seguiam as loucuras de Donald Trump, aprovaram um pacote histórico de 2 trilhões de dólares para injetar na economia, assegurando aos trabalhadores e ao setor empresarial as garantias enquanto durar o período de crise.

O Brasil tem de fazer o mesmo!

O Congresso, junto com a maioria de governadores, tem trabalhado com responsabilidade nessa questão, aprovando um seguro quarentena entre 600 reais e 1 salário mínimo aos trabalhadores sem renda e informais. Há propostas de linhas de crédito, via bancos oficiais, para dar sustentação aos pequenos e médios empresários. Uma taxação de grandes fortunas também é debatida, além da suspensão da política de teto de gastos que tanto mal já fez retirando recursos do SUS.

O problema segue sendo o Presidente, seu ministro da Economia, que sumiu diante da crise, e uma minoria de empresários sem capacidade de enxergar a gravidade da crise e os caminhos concretos de seu enfrentamento.

A crise vai piorar

O perigo ainda não passou. O Brasil ainda vai enfrentar o pior da crise nos meses de abril e maio, segundo apontam estudos e especialistas. Nesse momento, todo cuidado é pouco e toda a vida é importante.

Ribeirão Preto está atrasado

Enquanto os bolsonaristas estão promovendo carreatas em suas SUVs, o poder público municipal deveria estar agindo, e rápido. São cerca de 150 mil pessoas mais ameaçadas pela doença na cidade: entre 5 e 7 mil moradores em situação de rua, 45 mil moradores de comunidades e favelas e 100 mil idosos, segundo dados do IBGE.

O que fazer?

Manter o isolamento social, preparar espaços para receber as pessoas em situação de rua. Brigar politicamente para abrir novos leitos de UTI. Adotar um programa emergencial de apoio nas comunidades e favelas. Adotar uma política agressiva de informação e cuidados com a população idosa da cidade. Estudar uma política de distribuição de renda municipal.


Parabéns a todos aqueles que estão lutando com responsabilidade nesse momento tão delicado e grave da vida nacional. Quando tudo isso passar, teremos que discutir o nosso futuro e a postura de cada um diante da crise, com as devidas responsabilizações.

PSOL de Ribeirão tenta barrar na Justiça as carreatas da morte bolsonaristas!

Abaixo compartilhamos a série de entrevistas que fizemos nessa semana. Se você não viu, veja, acompanhe as opiniões, se inscreva no nosso canal do Youtube, fortaleça a mídia alternativa e progressista de Ribeirão Preto.


Entrevista com Antônio Alberto Machado



Entrevista com Mauro Inácio


Entrevista com o biólogo Felipe Pisaneschi


Entrevista com Jorge Roque


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