Na faixa vermelha do Plano São Paulo, Ribeirão volta a fechar comércio nesta segunda
Após iniciar um processo de "reabertura gradual" das atividades econômicas em 1 de junho passado, Ribeirão Preto terá de fechar novamente a partir desta segunda, 15 de junho, por ter adentrado à faixa vermelha, a mais aguda, do chamado Plano São Paulo, lançado pelo governo do estado no final do mês passado. O motivo para este recuo foi o aumento expressivo no número de contaminações nas últimas semanas e a subida no número de ocupação dos leitos de CTI (acompanhe o gráfico abaixo publicado em matéria do site Farolete).
Prefeito culpa os cidadãos, ACI culpa o governo do Estado - de quem é a culpa, afinal?
Semana passada este Blog compartilhou um vídeo do Prefeito em que ele se dizia surpreso com o volume de movimento (e aglomeração) de pessoas pela região central da cidade e já afirmava que se isso se refletisse nos números a Prefeitura poderia ter de retroceder na "reabertura". Dito e feito. E em sua coluna no jornal Tribuna desta semana o Prefeito resolveu culpar o povo, isso mesmo! Primeiro reabrem o comércio para "retomar a economia" e depois reclamam que o povo foi até o comércio sem máscara e sem distanciamento e que por isso a contaminação aumentou. Já a ACIRP resolveu criticar o governo do estado pelos números, dizendo que há outras regiões em situação pior e que se mantiveram nas faixas laranja e amarela, mais brandas. Sendo assim, perguntamos: de quem é a culpa, afinal? Será de Nogueira que, pressionado pelos empresários e pela crise financeira, se tornou o Prefeito do abre e não abre? Será do Dória que iniciou a quarentena em março no estado todo sem necessidade, segundo alguns, e ficou fazendo disputa política com Bolsonaro até não poder mais e começar a "reabrir" exatamente quando os números em São Paulo explodem semana após semana (já são 10368 mortos)? Ou será de Bolsonaro que chamou a Covid-19 de "gripezinha" e liderou desde o início uma campanha de boicote às medidas de isolamento social, jogando a pressão no colo dos prefeitos e governadores? Hoje o Brasil já é o segundo no mundo em número de mortes, com mais de 43 mil (só perde para os EUA, do ídolo bolsonarista Donald Trump, com mais de 117 mil mortes). É como diz o caipira: tem culpa todo mundo. Só não tem culpa o povo trabalhador que antes da pandemia já estava jogado nas mãos do desemprego ou do trabalho precarizado e agora se vê diante de uma total balbúrdia cometida pelas lideranças políticas do país que não conseguem dar respostas nem para a crise sanitária nem para a crise econômica e social que se impõem. Mas de longe o mais culpado é o presidente e sua política sanitária insana (não temos sequer Ministro da Saúde), sua política econômica desastrosa e sua campanha semanal de acirramento do ambiente de crise entre as instituições. O Brasil nesses meses não defendeu a vida nem a economia.
PS: as compras de respiradores sem licitação feitas pelos governadores de estado precisam, sim, serem investigadas, ao mesmo tempo em que os gastos no cartão corporativo da Presidência da República também, além do balcão de negócios montado no Congresso para a compra de apoio do chamado "centrão".
PSDB lança o "Fica Bolsonaro" e se orgulha de ter relatado no Congresso a reforma da previdência do Paulo Guedes: o projeto neoliberal é o cimento que une todos eles
Eis que essa semana o Presidente do PSDB disse que, apesar de ser oposição, o partido tucano é contra a agenda do impeachment de Jair Bolsonaro para "não agravar a crise". Que crise, pergunta-se: a crise sanitária, a crise econômica ou a crise política? Das três, Bolsonaro é o criador da terceira e o agravador das duas primeiras. Crimes de responsabilidade já se colecionam às dezenas (e esta não é um opinião do Blog, mas da Folha de São Paulo). Mas é claro que o PSDB não vai entrar em uma campanha de impeachment de Bolsoanro, apesar de algumas figuras tucanas até ensaiarem um "manifesto pela democracia" chamado de Todos Juntos. O cimento que cola o PSDB a Bolsonaro é forte e se chama projeto neoliberal. Bruno Araújo inclusive se orgulha de ter sido o PSDB o relator no Congresso da reforma da previdência do Paulo Guedes, aquela que se assemelha ao projeto imposto por Pinochet no Chile e que a médio prazo destrói a previdência pública em benefício dos bancos. E é sempre bom lembrar que este projeto ultra-neoliberal começou em 2016, após o impeachment sem provas de Dilma Roussef liderado pelo PSDB. E foi no governo Temer, através do projeto Ponte para o Futuro, escrito junto com o PSDB, que foi feita a reforma trabalhista (jogando o trabalhador brasileiro no colo da precarização e informalidade) e a PEC do teto de gastos, inviabilizando o serviço público, incluindo o SUS tão importante agora nessa pandemia. Ou seja, todos eles (Bolsonaro, Paulo Guedes, PSDB, empresários bolsonaristas, militares neoliberais, Rodrigo Maia, centrão) querem mesmo é retomar o quanto antes o projeto neoliberal e alguns só lamentam que Bolsonaro seja tão arrediu e fique ameaçando a democracia para proteger a si e a seus filhos. O que importa para esta gente é levar Bolsonaro até 2022 da melhor forma e buscar nesse meio tempo emplacar alguém mais palatável, que defenda a democracia neoliberal com um sorriso no rosto e frases doces. Um Luciano Hulk, por exemplo. Talvez coligado com algum progressista de centro esquerda. E aí, vamos assinar manifesto de frente ampla com esse pessoal? De jeito nenhum. Frente ampla sem discutir o projeto neoliberal não interessa aos trabalhadores e nem mesmo ao setor produtivo brasileiro.
Formalmente, as eleições municipais estão marcadas para 4 de outubro, mas muito provavelmente serão adiadas para o final do ano. Os pré-candidatos já estão se colocando, em todos os campos ideológicos. Do campo de esquerda e centro-esquerda temos os nomes do Professor e ex-promotor Antônio Alberto Machado pelo PT, do Professor Mauro Inácio pelo PSOL, do Advogado Vanderley Caixe Filho pelo PCdoB e do Deputado Ricardo Silva pelo PSB. Nesta segunda a nossa análise da semana receberá a participação do pré-candidato Mauro Inácio do PSOL para comentar os temas da semana conosco (ao vivo no nosso Youtube O Calçadão Blog). Além disso, vamos perguntar ao Mauro como é a expectativa e as propostas de possivelmente assumir uma cidade repleta de problemas: dívidas, 40 mil pessoas em favelas, desigualdade, concentração de renda, disparidade econômica regional, terceirizações na saúde e educação, queda de arrecadação estimada em 20% para este ano e congelamento de salários dos servidores determinado pelo governo federal como contrapartida para recursos emergenciais. Além disso, alguns passivos que certamente poderão estourar no colo do Prefeito: privatização do Daerp, contrato do transporte coletivo, contrato do lixo e Coderp. Acompanhe, curta e participe através do chat
Blog O Calçadão
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