A proposta de reforma administrativa do Nogueira, enviada para a Câmara semana passada, traz em seu bojo a extinção do Daerp, autarquia municipal criada em 1969 na administração do pai do atual Prefeito, e que é o órgão público responsável por gerir a água e o saneamento de Ribeirão Preto.
A água e o saneamento básico no Brasil estão em rota acelerada de privatizações, a partir da aprovação de uma PEC no Congresso Nacional em 2019. A extinção do Daerp como autarquia e sua transformação em secretaria facilita a futura privatização da água e do saneamento em Ribeirão Preto sem o ônus de privatizar o Daerp.
Além disso, a Prefeitura é o maior devedor da autarquia, com uma dívida da ordem de 200 milhões de reais. Como fica essa questão com a extinção do Daerp? E a questão dos investimentos, cujo gerenciamento cabe hoje à autarquia, como fica?
Essa extinção do Daerp, além de colocar em risco o futuro das carreiras dos servidores ligados à autarquia, mexe com o futuro da cidade, pois coloca em dúvida o cenário do fornecimento de água e da política de saneamento básico, o que impacta duramente as periferias da cidade.
A extinção do Daerp é um escândalo disfarçado numa reforma administrativa justificada por uma determinação do TJSP de extinção de cargos comissionados irregulares.
A Câmara deveria defender o Daerp e denunciar essa artimanha política privatista e maléfica para o povo de Ribeirão Preto.
Blog O Calçadão
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