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domingo, 25 de abril de 2021

O Brasil precisa romper com o neoliberalismo para avançar

 

A China, potencialmente o país mais avançado econômica e teconologicamente do século 21, e vem aí o 6G, tem 96 conglomerados estatais como base de seu desenvolvimento e, em cada grande empresa privada que lá se instala, e são muitas já instaladas e que querem se instalar, tem um CEO representante do Estado chinês no seu conselho diretor (é a intervenção estatal direta no setor privado e, pasmem, não há fuga de empresas por lá). E o Estado chinês tem 25% das ações do setor privado. Lá na China o setor de indústria e tecnologia representa 52% da economia, incluindo a agroindústria.

Após desenvolver uma política sanitária adequada e a sua vacina, a China cresceu 18% no último trimestre e só o setor industrial estatal lucrou 50 bilhões de dólares.

A China atingiu esse patamar durante os últimos 40 anos, quando no ocidente imperou o Consenso de Washington, a agenda neoliberal do "Estado mínimo", das privatizações e da desindustrialização. O Brasil entrou de cabeça nessa agenda falida em 1990 e nunca mais saiu. Teve um período de mitigação nos governos do PT mas o golpe de 2016 trouxe de volta com toda a força a agenda anti-popular a anti-nacional.

Desde 2016 nós acabamos com qualquer arremedo de política industrial, acabamos com os direitos sociais básicos, destruímos o emprego e, governados por Temer e Bolsonaro, impusemos ao país um teto de gastos suicida, que só interessa aos especuladores financeiros.

Destruímos a nossa engenharia pesada e nossa política nacional de petróleo em nome de uma agenda fajuta de combate à corrupção que só ajudou a destruir nossa economia.

Não sairemos do buraco sem romper com a agenda neoliberal, sem que tenhamos a construção política que tenha força e objetivos focados na necessária reconstrução nacional.

PS: e não é só a China, todo o oriente está hoje na fronteira do desenvolvimento por adotar uma agenda desenvolvimentista, com o Estado no centro. O exemplo maior é a Coréia do Sul.

Blog O Calçadão

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