A favor do movimento Escola sem partido, contra o
ensino de ‘ideologia de gênero’ e sexualidade nas escolas e ferrenho defensor
do discurso ‘anticorrupção’, Schelb já foi investigado e punido pelo CNMP
Para o Blog O Calçadão, 16 de março de 2022.
A vereadora Glaucia
Berenice, agora no partido Republicanos,
tenta mais uma vez emplacar homenagem a um nome ligado ao bolsonarismo. Em
2021, a vereadora tentou emplacar, sem sucesso, uma homenagem a Ministra da
Mulher, família e direitos humanos, Damares Alves.
Glaucia tenta mais uma vez conceder o título de cidadão ribeirão-pretano a uma figura conhecida no meio bolsonarista. O nome da vez é Guilherme Schelb, procurador regional da justiça, que atua em Brasília e que em 2018 teve seu nome cotado para o Ministério da Educação pelo então presidente eleito, Jair Bolsonaro. Na época, por conta da repercussão negativa, inclusive entre aliados do presidente, a indicação acabou não ocorrendo.[8]
‘Perseguição política’
Em 2002, Schelb e outros procuradores foram acusados de
‘perseguição política’ por Eduardo Jorge, Secretário Geral da Presidência da
República durante parte do governo de Fernando Henrique Cardoso, PSDB. Na
petição, Eduardo Jorge elenca uma série de fatos que parece ser o ‘modus
operandi’ do Ministério Público, veja trecho:
“...membros
do Ministério Público Federal, por volta de julho de 2000, começaram a falar
publicamente sobre sua atuação no que se convencionou chamar o “Caso EJ”.
Diversos representantes do Parquet anunciaram suas “suspeitas” sobre o Autor,
divulgaram “linhas de investigação” e detalhes sobre seus trabalhos que
deveriam ser mantidos em sigilo. Tudo com finalidade política e de
auto-promoção, às custas da reputação do Autor. Assim, nos jornais, periódicos
e nos noticiários de televisão, começaram a “chover” notícias extremamente
ofensivas à honra do Autor, baseadas ou, ao menos, fortalecidas pela presunção
de seriedade e veracidade que lhes conferia a palavra de membros do Ministério
Público Federal”. [1]
De acordo com o site O Antagonista, por essa acusação Scheub sofreu uma pena de censura pública do Conselho Nacional do Ministério Público, CNMP, e seu colega, Luiz
Francisco de Souza foi
suspenso por 45 dias. [2][14]
Conflito de
Interesse
Schelb ficou conhecido no início no governo FHC, por conta de
sua atuação no combate à corrupção. Em
uma das ações que conduziu já em 2003, ele acusou mais de 100 policiais civis,
militares e federais de estarem envolvidos com uma quadrilha que contrabandeava cigarros, conforme notícia
do Diário do Grande ABC. [3]
De acordo com o Jornal
O Globo, em 2004, Schelb foi acusado de pedir dinheiro a diversas empresas
que tinham relação com investigações conduzidas por ele, entre elas a fabricante de cigarros, Souza Cruz, que tinha enorme interesse
na ação contra o contrabando de cigarros. O dinheiro de acordo com o jornal seria
para publicação de um livro infantil e um site pessoal. [4] Esse caso ganhou
repercussão em 2018, após seu nome ser cotado para Ministro da Educação. O caso
foi repercutido também nos jornais Blog
da Cidadania [5] e no Diário do
Centro do Mundo, DCM [6].
Desautorizado pelo
MP
Já a Revista
Crusoé apurou em 2018, que Schelb foi desautorizado pelo MP. De acordo com
a revista, o Grupo de Trabalho sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos da
Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão publicou uma nota técnica
classificando de inadequados um
vídeo e um modelo de notificação
extrajudicial divulgados por Schelb na internet. [7]
Grampos em juízes e outras autoridades
Em 2007, o Juiz Ali
Mazloum da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo entrou com uma ação contra a União e alguns
procuradores de Justiça, entre eles, Scheub. Nessa ação, o juiz cita os grampos ilegais realizados pelos
procuradores obtidos sem autorização
ou de pessoas com prerrogativa de foro
(ministros do Supremo Tribunal Federal,
deputados federais e membros do poder executivo). [9][10]
Escutas obtidas de forma irregular foram inclusive
motivo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, na Câmara dos Deputados, em 2007 e 2008, onde Schelb inclusive
foi ouvido. [9][12]
Recentemente o Juiz Ali Mazloum falou ao Jornal Folha
de São Paulo sobre o método de trabalho dos procuradores da ‘Lava-Jato’:
"Eu conheço o
método do Ministério Público, como eles agem. É pacote completo", diz.
"Aí eles vão te acusar de crime, acusar de processo administrativo, vão te
acusar de improbidade, tudo isso. E eu em todas as instâncias ganhei." [13]
[1] Conjur
https://www.conjur.com.br/2002-out-03/eduardo_jorge_aciona_procuradores_danos_morais
https://oantagonista.uol.com.br/brasil/guilherme-schelb-foi-condenado-pelo-cnmp-por-perseguicao-politica/
[3] Diário do Grande ABC
[4] Jornal O Globo
https://oglobo.globo.com/brasil/procurador-cotado-para-assumir-mec-foi-investigado-por-pedir-dinheiro-empresas-23252098
[5] Blog da Cidadania
[6] DCM
[7]Revista Crusoé
https://crusoe.uol.com.br/diario/procurador-cotado-para-educacao-ja-foi-desautorizado-pelo-mpf/
[8] Correio Braziliense
https://blogs.correiobraziliense.com.br/denise/guilherme-schelb-gera-polemica/
[9] Estado de São Paulo
[10] Sedep
[11] Sedep
[12] Conjur
https://www.conjur.com.br/2009-abr-25/cpi-nao-prendeu-ninguem-expos-submundo-grampo-pais
[13] Folha de São Paulo
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