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segunda-feira, 4 de abril de 2022

Paralisação nas escolas: Alfeu realiza ato por melhorias

Escola foi palco de cenas violentas nas últimas semanas. Comunidade escolar reivindica mais professores e funcionários

Por Ailson Cunha,
Para o Blog O Calçadão, 04 de abril de 2022.
Professores exibem cartazes com reivindicações por melhorias. Fotos: Ailson Cunha



A Escola Municipal de Ensino Fundamental professor Alfeu Luiz Gasparini realizou uma paralisação na manhã desta segunda-feira, 04/04, por conta dos problemas que afetam a Emef e que se agravaram com o início do ano letivo de forma completamente presencial. A iniciativa é uma tentativa de a comunidade escolar e do Conselho de Escola mobilizar a população e a Secretaria Municipal de Educação para os problemas enfrentados pela escola e, de certo modo, por toda a rede municipal de educação. Entre as reivindicações estão a atribuição imediata das aulas livres, mais funcionários de apoio e professores volantes/substitutos.

O ato contou com a presença de professores, funcionários, pais e alunos da escola com cartazes e frases de ordem. O professor Frederico Maciel explicou que o ato é por mais visibilidade para a emef, pois a escola tem feito diversos pedidos por mais professores e funcionários para a SME que parece não ouvir as demandas.

Os covereadores Paulo Honório e Danilo Valentin, do mandato Coletivo Popular Judeti Zilli, PT, também estiveram no ato ouvindo as demandas da comunidade escolar. O servidor Caio Cristiano, dirigente do Sindicato dos Servidores Municipais também marcou presença ouvindo as demandas dos servidores municipais.

Sobre a escola

A Emef prof Alfeu Gasparini é uma das maiores escolas da rede municipal em Ribeirão Preto. Localizada na Avenida Dom Pedro, no bairro Ipiranga, atende atualmente cerca de 1350 alunos, nos 3 períodos,  divididos em 46 turmas do 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental e EJA. Por conta de sua estrutura e localização privilegiada, a escola também oferece diversas atividades nos contraturnos escolar. Pela quantidade de turmas, o perfil dos estudantes é bastante diverso: a escola atende crianças a partir de 6 anos, jovens,  adultos e até mesmo idosos com mais de 70 anos de idade.

Em 2021, a escola deixou de ser EMEFEM (Escola Municipal de Ensino Fundamental e Ensino Médio) passando a ser somente EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) e com isso perdeu um cargo de vice-diretor. A escola conta com um diretor, um vice-diretor e um coordenador pedagógico para atender toda demanda da escola. De acordo com informações obtidas pelo Blog O Calçadão, a escola também perdeu outros recursos humanos nos últimos dois anos (professores, funcionários da limpeza, portaria, secretária escolar e agente administrativo). Com isso, de acordo com depoimentos recebidos pelo Blog, o atendimento adequado às famílias tem sido cada vez mais difícil.

Com a retomada 100% presencial das aulas no início do ano letivo, os problemas se agravaram. Por conta da falta de professores e de substitutos, muitas turmas ficam com aulas vagas no pátio e, como não há funcionários em número suficiente, surgem os conflitos, brigas e agressões físicas que ganharam o noticiário ultimamente.

A divulgação dos vídeos com as agressões físicas no interior da escola piorou ainda mais o ambiente. De acordo com uma professora ouvida pelo Blog O Calçadão, o medo impera no ambiente escolar de tal forma que os pais estão receosos de deixarem os filhos na escola.

Problemas na rede

A rede municipal de educação tem sido alvo de diversas denúncias de problemas nesses primeiros meses após o retorno das atividades 100% presenciais nas escolas. A falta de professores, falta de funcionários, salários dos terceirizados atrasados, escolas em condições precárias, equipamentos deteriorando e a violência nas escolas são alguns dos problemas apontados pelos profissionais.

A faltas de professores foi um dos primeiros problemas notados nesse início de ano letivo. Após uma retomada conturbada e uma atribuição de aulas desorganizadas, professores denunciaram nas redes que muitas aulas ficaram sem atribuir. No mês de fevereiro, pico da variante ômicron do coronavírus, diversos profissionais tiveram que se afastar e as aulas chegaram a ser suspensas em algumas escolas por faltas de profissionais para substituir. Em diversos momentos, é possível diversas turmas nos pátios das escolas por conta da falta de professores. 

O salário dos funcionários terceirizados também foi um dos problemas apontados. O Blog O Calçadão vem acompanhando este caso desde o fim do ano passado, quando funcionários denunciaram o atraso no 13º salário pela empresa Kinte - serviços terceirizados.

As condições precárias das escolas também chamaram a atenção dos profissionais ao retomarem as atividades. Escolas em péssimo estado de conservação, com infiltração pela água das chuvas e equipamentos precários e se deteriorando foram alvos de denúncias. Em fevereiro, uma hélice de um ventilador caiu sobre um aluno que teve que ser levado a uma Unidade de Pronto Atendimento, UPA. Agora em março, um televisor de tubo que caiu sobre a cabeça de uma aluna que foi levada para a UPA e, segundo nota da SME, sofreu traumatismo craniano moderado.

As brigas nas escolas também têm tomado conta dos noticiários nessa retomada. Em março, duas brigas entre alunos na Emef Alfeu Gasparini chamaram a atenção pelas cenas de violência que foram filmadas pelos estudantes e depois ganharam as redes. Na ocasião, um aluno teve que ser levado para uma UPA após as agressões.

Repercussão

Após a divulgação da paralisação pela comunidade escolar, na sexta-feira, 4 novos funcionários foram alocados na escola. Também nesta sexta-feira, a SME se reuniu com os diretores das escolas municipais para falar sobre esses problemas. Na pauta da reunião que o Blog teve acesso consta entre outros assuntos a violência e iminência de drogas nas escolas, a falta de professores e funcionários e até mesmo ‘agentes de segurança’.

De acordo com uma fonte ouvida pelo Blog O Calçadão que não quis se identificar, a SME ouviu às demandas dos diretores e se comprometeu a solucionar.

O Outro lado

A SME ainda não se manifestou sobre o caso.











 

 

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