Em 2015 o governo de São Paulo fez alarde com a proposta de reorganização escolar que teria como efeito o fechamento de escolas e o remanejamento de milhões de alunos e milhares de professores para outras escolas.
A luta épica dos estudantes, com o apoio dos professores da rede estadual, conseguiu impedir que a proposta esdrúxula do governo seguisse naquele ano mas, a partir de então, o governo vem adotando uma reorganização silenciosa na rede, denunciada pela Apeoesp.
O mais novo ataque do governo contra a educação pública paulista se chama georreferenciamento (proposta que já estava contida no plano de reorganização de 2015).
Com esse sistema, os alunos serão encaminhados para a escola mais próxima de sua residência. Assim, abre-se a ameaça de fechamento de salas e até de escolas centrais ou em regiões onde a demanda é baixa, porém a escola é tradicional e até bem avaliada.
Aliás, salas de aula e escolas estão sendo fechadas paulatinamente pelo governo durante os últimos anos. A primeira vítima foi o ensino noturno, destinado ao aluno trabalhador e que tem crescido nas escolas federais e escolas técnicas, que praticamente não existe mais na rede pública paulista, assim como as classes de EJA.
Estamos convivendo, professores e professoras, com um mesmo grupo político no comando do Estado e, portanto, no comando da educação pública paulista, há 23 anos!
Nesse período houve o processo contínuo de depreciação da profissão docente, sem aumento real de salários (São Paulo paga o 18o salário do país aos professores) e sem nenhum apoio aos milhares de professores em contrato temporário de trabalho, sem condições estruturais de trabalho e, agora, sem a garantia de ter suas aulas atribuídas, inclusive para professores efetivos, por causa do fechamento de salas e de escolas.
Nesse período, a escola pública, principalmente as unidades situadas nos bairros populares, sofrem com a violência, a falta de material de apoio pedagógico, de material de higiene, de cortinas e ventiladores nas salas de aula.
O discurso da municipalização, da passagem do Ensino fundamental para os municípios, que faria o Estado se dedicar melhor ao Ensino Médio e EJA não se confirmou. A situação da educação pública paulista piora ano a ano, juntamente com as condições de trabalho dos profissionais da educação.
O número de exonerações de docentes efetivos com menos de 5 anos de trabalho bate recordes.
Portanto, professores e professoras, vamos todos juntos lutarmos contra esse governo inimigo da educação, vamos às ruas protestar, vamos construir a unidade em defesa da escola pública e de qualidade e dizer um não bem sonoro para as pretensões desse governo de realizar uma reorganização por debaixo dos panos.
Roberto Tofoli - Conselheiro Regional da Apeoesp, Ribeirão Preto
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