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sábado, 21 de setembro de 2024

Defendendo a comunicação pública e universal, jornalista e sociólogo lembra golpe contra Dilma e contra a EBC em 2016

 

Foto: Filipe Augusto Peres

Para Lalo, o fortalecimento de uma comunicação pública e universal é essencial para a luta por uma democracia real nos próximos anos


Neste sábado (21), durante o Seminário Comunicação para Integração, realizado pelo Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé e a a agência Inter Press Service (IPS) no Armazém do Campo, em São Paulo, o jornalista e sociólogo Laurindo Lalo Leal Filho abordou temas como universalização do sinal, conflito entre mídias e diversificação. A fala aconteceu durante a mesa “Experiências e desafios da Comunicação na América Latina”.


Lalo Leal ressaltou a importância da tentativa de se ter uma comunicação pública com um sinal universalizado, destacando a relevância da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) nesse contexto. Para Leal "é fundamental que a comunicação pública seja acessível a todos os cidadãos, em todo o território nacional".


O cientista social também destacou o conflito central entre a mídia pública e a privada, enfatizando a resistência histórica de poderosos conglomerados de comunicação em relação às iniciativas de comunicação pública no Brasil. "A luta entre interesses comerciais privados e o direito à informação para toda a população é um embate constante em nosso país", afirmou.


Ao discorrer sobre o golpe de 2016 contra a ex-presidenta Dilma Rousseff e suas consequências na EBC, o jornalista alertou para os retrocessos no campo da comunicação pública, destacando a desestruturação do órgão como um dos principais reflexos desse processo. "O desmantelamento do Conselho da EBC representou um duro golpe para a pluralidade e a democratização da comunicação no Brasil". 


E destacou que ao assumir, tendo consciência do poder de uma informação pública independente, Temer teve como um dos seus primeiros atos desmantelar o Conselho da EBC.


"Uma das primeiras ações do presidente interino, Michel Temer, foi desmantelar o Conselho da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), que representava a voz pública na organização. Imediatamente, a comunicação pública no Brasil acabou ali. Acabou ali porque não havia mais controle público, não havia mais controle social, não havia mais controle sobre o que era feito naquele espaço que é público, que deveria ser democrático, que deveria ser plural, que deveria representar a diversidade da população brasileira. Então, a primeira ação do presidente Michel Temer foi acabar com a comunicação pública no Brasil."


Lalo Leal também lembrou projeto inicial do governo Lula para a EBC, ressaltando a importância de fortalecer a empresa como um canal de comunicação público independente e plural. "A EBC foi idealizada como um espaço para promover a diversidade de vozes e perspectivas na mídia brasileira", destacou.


Por fim, o jornalista abordou a necessidade de diversificação de ofertas na comunicação pública, incluindo uma maior cobertura da América Latina. Ele apontou a possibilidade de uma parceria entre a Telesur e a EBC como uma forma de ampliar a visibilidade e o intercâmbio de informações entre os países latino-americanos. "Uma integração mais profunda com nossos vizinhos pode enriquecer o cenário midiático e promover uma maior compreensão entre as nações da região", concluiu.

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