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quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Derrotar Bolsonaro e o neoliberalismo

 

O neoliberalismo é tão mortal e autoritário quanto o bolsonarismo

O projeto neoliberal é tão mortal e autoritário quanto o bolsonarismo e a vitória da luta popular não será completa se ambos não forem derrotados.

Se hoje estamos sendo governados por um sujeito como Bolsonaro, a culpa é do golpe de 2016 e da destruição do ambiente político brasileiro, que abriu espaço para um deputado extremista que nunca trabalhou e que era eleito sempre por um círculo proto-fascista se tornasse um líder popular surfando na narrativa "anti-sistema" capaz de vencer uma eleição nacional sem precisar fazer campanha, apenas investindo em fake news.

Antes de Bolsonaro, veio o projeto neoliberal, através da 'ponte para o futuro', de Temer, PSDB e "centrão". Antes de Bolsonaro, veio a intervenção militar no Rio de Janeiro, no governo Temer, fato que marcou a volta dos militares na política.

Antes de Bolsonaro, veio a reforma trabalhista e o teto de gastos, projetos de exploração e de morte para a classe trabalhadora e para o Estado brasileiro.

Bolsonaro foi apenas o barco no qual os neoliberais e os militares subiram em 2018, após a confirmação de que o PSDB havia afundado no processo de destruição da política conduzido para derrubar Dilma e prender Lula.

Se a terrível pandemia atingiu um pais governado por Bolsonaro e isso resultou em uma tragédia que já matou mais de 550 mil pessoas, a responsabilidade tem de ser dividida com quem golpeou a democracia em 2016.

Lembrando também que, junto com Bolsonaro e seus bolsonaristas (incluindo aí parte das forças militares e as milícias), veio Paulo Guedes "Pinochet" e sua reforma da previdência, o desmonte do patrimônio público, o desemprego, a fome e a ameaça de extinção do serviço público.

A luta popular hoje em curso no país precisa ter como meta derrotar Bolsonaro e o neoliberalismo, porque um não existiria sem o outro. Sem Bolsonaro mas com o neoliberalismo, não estaremos livres de golpes (está aí o Semi-presidencialismo), do desemprego, da fome nem do autoritarismo.

E só vamos chegar nesse objetivo, que é uma necessidade histórica, com um amplo movimento de massas nas ruas. E esse movimento tem a tarefa de, entre 2021 e 2022, derrotar Bolsonaro, garantir a eleição e a posse de um projeto que represente uma reconstrução nacional, com democracia, com soberania e sem neoliberalismo.

Ricardo Jimenez - editor do Blog O Calçadão

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