culpados!
não foi a pátria quem marchou,
foi o mercado em botas lustradas.
não foi a bandeira quem tremulou,
foi a conta bancária off-shore,
chamaram de nação
o que era condomínio da elite,
latifúndio blindado,
banco de mãos dadas com quartel
Trump sorri do outro lado do hemisfério,
cobra tarifa, cobra lealdade,
e os generais, que falam grosso em português,
ajoelham em inglês sem sotaque
golpistas dizem defender a liberdade,
mas a liberdade deles
como tanque estacionado na porta da fábrica,
chicote invisível desejando a volta do visível
orgasmos nefastos no lombo da classe trabalhadora
pela primeira vezsentados no banco dos réus,
as estrelas tortas
se penduram S no ombro como medalhas de barro
os patos da FIESP fraquejam
a Faria Lima e suas lavagens
já não grasnam golpe certo
a farsa se expõe
mas parte do povo não percebe:
o inimigo sempre esteve dentro do quartel
o inimigo sempre teve aliados fora do quartel
e se a justiça chega tarde,
chega ainda com medo,
como chega a aurora tímida depois da noite longa,
que venha
que chegue
e que venha com a memória dos mortos pela covid-19
pela negligência e negacionismo
e que nós, vivos,
os façamos pagar cada gota de sangue
e lágrimas derramadas
chega!
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