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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Luta de Classes: A vitalidade de um conceito. Marcelo Botosso

Marx e Engels sempre grafaram 'Lutas [no plural] de classes' porém, a expressão no singular tomou corpo e os holofotes miraram, com muita ênfase, naquela luta entre burguesia e proletariado, entre a classe que detém a propriedade dos meios de produção e a que possui apenas a sua força de trabalho, respectivamente.

Porém, os mesmos autores apontaram a opressão do homem sobre a mulher como sendo a primeira dessas lutas. Valendo-se do seu biótipo, o macho da espécie humana subjugou a fêmea desde os primórdios de sua existência, impondo uma condição cultural que hoje identificamos por machismo.

Mas para além dessas lutas, existe uma terceira que, considerando o tempo e o espaço, chamamos de libertação nacional. Na verdade, essa luta é uma ampliação da luta anticolonial travada no século passado em busca da autonomia política das colônias. Hoje a luta de libertação nacional se dá, majoritariamente, no campo econômico. No final dos anos 30, com muita clareza, o comunista Mao Tsé-Tung alertou que, frente às circunstâncias dadas, a luta de classes coincidia com a luta de libertação nacional.

Na América Latina, Chefes de Estado, alguns deles identificados pejorativamente como populistas, a exemplo de Perón, na Argentina ou Allende, no Chile, atuavam no sentido da autodeterminação de seus países. No Brasil, de uma forma muito particular, a vulgata marxista eurocêntrica, apesar de minoritária, mas ruidosa, se opunha ao governo nacionalista de Vargas que assumia a defesa irrestrita dos interesses nacionais com matizes socializantes.

Fruto de nosso triste passado colonial, o 'complexo de vira lata' ofuscou até a análise concreta da esquerda comunista brasileira. Líderes latino-americanos como Leonel Brizola, apelavam para a luta popular de libertação nacional de maneira com que o Estado se apropriasse das riquezas nacionais, defendendo as chamadas 'reformas de base', enfatizando o distributivismo, o direito da extensa participação política e um desenvolvimentismo repleto de noções socialistas.

Em sua luta foram depositadas esperanças e atenções nacionais e internacionais, contando com poemas de Neruda, a simpatia de Castro e , mais tarde, uma vaga na Internacional Socialista, além dos milhares de votos para o governo do Estado do Rio de janeiro.

No Brasil atual, como em tantas partes do mundo, as três formas de lutas de classes estão em curso. Não existe aqui apenas a forma tão propalada entre trabalhadores e capitalistas ou proletários e burgueses. Cada período histórico se caracteriza pelo emaranhado das três e, dependendo da conjuntura, é determinada a supremacia de uma forma de luta sobre as demais.

Mesmo tendo sepultado a Doutrina Monroe, a América Latina e Caribe continuam travando a luta internacional pela sua libertação econômica e o seu desenvolvimento autônomo.

Já internamente, no norte da América, Canadá e Estados Unidos, como em outros países desenvolvidos, a distância abissal entre pobres e ricos cresce progressivamente. A renda vem sendo redistribuída atendendo, sobretudo, as classes privilegiadas que , não raras vezes, transcendem as fronteiras nacionais. A luta de classes, mais do que nunca, tem as suas vísceras expostas para quem quiser ver.

A apropriação das últimas reservas energéticas do mundo por potências capitalistas, na lei ou na marra, demonstra esse movimento classista.

Marcelo Botosso é historiador, Mestre, Bacharel e Licenciado em História (Cultura e política) pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e autor do livro 'FALN, a guerrilha em Ribeirão Preto- Holos Editora.

Ao pedir renúncia de Dilma, Aécio dá mais um passo ao rodapé da história!


Estivéssemos nós em um país mais democrático e justo, Aécio, ao invés de tentar dar conselhos a uma Presidente eleita, estaria tendo que se explicar no caso Furnas. Ele e a cúpula do PSDB. Mas como sabemos que nossa democracia é claudicante, muito por causa do nosso sistema monopolizado e elitista de mídia, Aécio tem o espaço e a petulância de desfilar seu golpismo abjeto nas telas da televisão.

Aécio é um político menor. Não se sabe nenhuma tese política que ele defenda, não há na sua história parlamentar um único debate profundo que tenha participado e sustentado, pelo contrário, Aécio tem uma produção parlamentar frouxa.

Ao ficar escondido atrás das alterosas e protegido pela mídia mineira ( que a ele pertence), Aécio conseguiu disfarçar sua menoridade política e se projetar nacionalmente como um democrata herdeiro político de Tancredo.

Nada disso.

Bastou que saísse um pouco de Minas (ou do seu apê carioca) para o Brasil ver quem é Aécio. Gazeteador, faltoso no parlamento, administrador que aparelhou e faliu Minas Gerais e, como mostra a bela reportagem do Diário do Centro do Mundo compartilhada no final desse artigo, sua postura de 'democrata' nada tinha a ver com altruísmo político. Ao afagar Lula, na época das vacas gordas, Aécio tinha interesse em Furnas, no seu preposto Dimas Toledo.

Aécio é o típico produto da política brasileira, um fruto podre cultivado pela elite para defender seus interesses. Protegido pela mídia, distante dos debates mais profundos (para não escancarar seu despreparo) e mimado pelo seu estafe mais próximo. Um vazo embelezado, sem enraizamento popular, preparado para ser vendido eleitoralmente e, uma vez no poder, ser o serviçal da Casa Grande.

Ao perder a eleição de 2014 e ver seu sonho de ser Presidente aniquilado, o produto da elite mostrou as garras.Sua frase dita a poucos dias "Dilma podia ter um gesto de grandeza e renunciar para o país construir um novo caminho" se insere no panteão das vergonhas nacionais.

Aécio fala pelo golpismo, pela mídia, pelos interesses estrangeiros. O novo caminho é a entrega do pré sal, é a privatização da Petrobrás, é a constitucionalização da grana empresarial em campanhas, é o processo neonazista de criminalização do PT, é a mudança na demarcação de terras indígenas, é a lei anti-terrorismo, é a privatização da Previdência, é a terceirização trabalhista,é a aliança com Eduardo Cunha e é o fim do Estado Democrático de Direito apoiado por instâncias dissidentes dentro do aparelho de Estado.

Aécio fala em nome do atraso nacional, em nome do entreguismo existente desde de tempos imemoriais. Aécio fala em nome daqueles que querem reimplantar no país um modelo neoliberal à revelia do voto, o que é gravíssimo.

Mas a história vai cobrar o seu preço.

A luta pela democracia e pela soberania nacional tem a marca do sangue de heróis nacionais, é algo valioso, caro ao coração da nação. A luta popular não terminou e nem terminará. O Brasil é infinitamente maior que Aécio e seus sustentadores.

Aécio vai passar, se já não passou, e o rodapé da história fará jus ao seu nome.

Ricardo Jimenez

Documentário do DCM, vale cada minuto:

O 'pudê'. Ah, o 'pudê'! Marcelo Botosso

Charge: Talentonoticias

No bom sotaque nordestino, as oligarquias de lá sempre se mostraram obcecadas pelo 'pudê'. No jargão político é comum dizer que certos indivíduos entregam até a mãe pelo poder.

Porém, percebemos que este apego não é uma exclusividade das oligarquias nordestinas. Na região sudeste, pré-candidatos trânsfugas jogam na lata do lixo todo o seu passado militante tentando a perpetuação no 'pudê'. 

O PDT, que após a redemocratização foi o maior partido de esquerda no Brasil, hoje se tornou um dos desaguadouros de trânsfugas 'indignados' com o petismo. Mesmo que não se concorde com a posição do partido 'X' ou 'Y', sabe-se que a fidelidade é uma virtude, incluindo a partidária. E a história mostra que a política adora a traição mas despreza os traidores.

O jornalista Leite Filho registrou que num desses momentos, quando a traição açoitava o PDT, Brizola desabafou: "Qualquer dia desses eu fecho esse partido e vou fundar um Movimento Nacional de Libertação. Os políticos nunca vão criar vergonha". 

Infelizmente não houve condições e tempo do comandante Brizola executar a sua intenção.

Cabe aos brizolistas e demais movimentos populares, à sua maneira, fundar esse intento. A lealdade é uma decisão pensada que implica em responsabilidade e suas consequências, boas ou más, inevitavelmente virão.

Marcelo Botosso é historiador, brizolista e foi militante e membro da Executiva municipal do PDT e presidente da juventude socialista do partido em sua cidade.

sábado, 27 de fevereiro de 2016

Está criado o Fórum Permanente de Movimentos Populares!

Fotos: Filipe Peres e Paulo Honório

Na manhã deste sábado, 27 de fevereiro, na sede do Memorial da Classe Operária, UGT, foi lançado oficialmente o Fórum Permanente de Movimentos Populares de Ribeirão Preto.

26 entidades do movimento popular estiveram presentes e deliberaram sobre a natureza do fórum, seus objetivos e suas ações imediatas.


O Fórum congregará as entidades populares progressistas da cidade e atuará a partir de dois eixos básicos: empoderamento popular e inclusão social.

Os grupos temáticos criados (Educação, Saúde, Moradia, Associações de Moradores, Urbanismo e Mobilidade, Mulheres, Igualdade Racial, Meio Ambiente, Juventude, Segurança, Cultura e LGBTT) serão responsáveis por elaborar um documento público com as bandeiras dos principais movimentos e que será a base para a participação do Fórum no debate eleitoral vindouro e para o diálogo que o Fórum buscará desenvolver com a sociedade.
Juventude presente

Nas ações imediatas, dia 19 de março, um sábado pela manhã, haverá um ato no calçadão central, um 'merendaço', protestando contra a máfia da merenda e exigindo a criação de uma CPI da merenda no Estado.

O Fórum também pretende até o próximo dia 30 de março chamar pela sociedade civil a Conferência Municipal da Cidade, buscando lutar por um modelo de cidade mais democrática e inclusiva. E ainda este ano vai iniciar o itinerário de comunidades, visitando cada núcleo de favela e ocupações da cidade levantando dados e promovendo ações junto das pessoas.

Dia 20 de março - Seminário Leite Lopes e Entorno, com apoio do Fórum

Os debates foram quentes e profundos, todos puderam se manifestar no sentido de unificar e dar um sentido político ao Fórum. Nos debates, foi deliberado que o Fórum Permanente de Movimentos Populares estará presente no dia 31 de março nas manifestações que estão sendo chamadas pela Frente Brasil Popular contra o impeachment, contra o ajuste fiscal e pelo fora Cunha.
Urbanista Mauro Freitas

O blog O Calçadão, juntamente com a União Brasileira de Mulheres e a Ong Casa da Mulher, foi o catalisador do encontro e estive com muito orgulho comandando, ao lado da companheira Giovanna Wrubel da UBM e do nosso poeta Filipe Peres, os debates de hoje e pude participar deste momento histórico da cidade, cumprindo mais um de nossos objetivos que é dar vez e voz aos movimentos populares.

A força da mulher de luta

A Comissão Organizativa formada será responsável por elaborar o calendário de reuniões e ações e a divulgação/comunicação com a sociedade. O Fórum é aberto para a adesão de outros movimentos e apoiadores e o blog O Calçadão continuará acompanhando de perto suas ações.


Em frente!

Ricardo Jimenez

Entidades

Blog O Calçadão
UBM
Casa da Mulher
Apeoesp Articulação
Sindsaúde
APROFERP
MST
Ong Pau Brasil
Associação do Mirante
Associação Ribeirão Verde
Associação Jd Marckesi
Associação Eugênio Lopes
Associação Branca Sales
Associação Valentina Figueiredo
GAHRP
MOHAS
MLNR
MATER
Instituto Terroá
UJS/UEE
Movimento Pró Novo Aeroporto
Comunidade Nazaré Paulista
Comunidade Cidade Locomotiva
CONSEG Zona Oeste
Ong Virória Régia
Sindicato dos Médicos
Emílson Roveri - PSOL
Jeziel Paiva-músico e coordenador do Projeto Kabuk
Mauro Freitas- Urbanista
Padre Chico - Capelão

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Alberto Santos Dumont: Ribeirão Preto, Brasil, Mundo. Entrevista com Ruy Sodré!

Sabe aquelas informações do senso comum que temos sobre a vida e a obra do grande herói brasileiro e pai da aviação Alberto Santos Dumont? Aquelas informações do estilo vira-lata propagadas pela nossa mídia nativa, para usar um termo do Mino Carta, sabe?

Pois é. Elas não resistem à leitura da obra O Sonho de Voar do aviador e escritor Ruy Sodré.

Mas como eu sou um cara de sorte, além de ler o livro, ainda fui agraciado com uma aula de cerca de 1 hora e meia dada pelo próprio autor na casa da amiga em comum e artista plástica Maria Helena de Oliveira, onde também participei de um excelente almoço após a entrevista.
O livro é uma homenagem especial a Santos Dumont, que passou a infância em Ribeirão Preto. "Foi aqui em Ribeirão Preto que ele desenvolveu o sonho de voar", diz um entusiasmado Ruy. Aliás, entusiasmo e empolgação é o que não lhe faltam quando fala de Santos Dumont: "Santos Dumont é um filho de Ribeirão Preto" (ele nasceu em Palmira, atual Santos Dumont, em Minas, mas viveu em Ribeirão Preto onde seu pai, Henrique Dumont, foi o primeiro 'rei' do café e cuja fazenda é hoje o vizinho município de Dumont).

Santos Dumont foi um brasileiro gênio da humanidade. Foram mais de 22 inventos. Santos Dumont ganhou os três mais importantes prêmios da aviação, envolvendo voos com balões (mais leve que o ar) e aviões (mais pesado que o ar). "Dar dirigibilidade aos balões já foi por si só algo extraordinário", diz Ruy.

Aliás, o desenvolvimento da tecnologia aeronáutica foi um feito de gênios corajosos, pois naquele tempo era o inventor que testava a sua invenção: "não havia piloto, o piloto era o inventor. Muitos morreram. Santos Dumont caiu com vários dos seus inventos, poderia ter morrido. Ele decolava e pousava com os balões na Champs Elysees", conta.

Com o voo do 14 Bis em julho de 1906 em Paris, Santos Dumont consegue um feito histórico para a humanidade, trabalhando a relação peso e potência, o brasileiro conseguiu que o mais pesado que o ar voasse com os seus próprios meios. "Os princípios básicos contidos no invento de Santos Dumont são os mesmos mantidos até hoje, até no ônibus espacial", completa Ruy.
Neste ponto, recebi mais uma lição da história da aviação ao perguntar sobre a possível polêmica com os irmãos Wright, que voaram com um mais pesado que o ar em 1903, mas auxiliados por uma catapulta. "Essa polêmica não existe! Isso é coisa de brasileiro que custa a valorizar os próprios brasileiros. A história da aviação no Brasil é contada de maneira distorcida e repleta de preconceitos contra Santos Dumont", corrige, levemente irritado, Ruy. "Mundialmente, tanto os irmãos Wright, quanto Santos Dumont e outros que menciono no meu livro são todos considerados heróis da história da aviação. É essa visão errada que temos no Brasil que fez com que Santos Dumont só fosse colocado no Panteão Nacional, no livro de aço, 100 anos depois dos seus feitos", ensina.

Ruy Sodré construiu em 2006 uma réplica da Demoiselle (o protótipo desenvolvido por Santos Dumont entre 1907 e 1909) e voou com ela na Academia da força Aérea Brasileira e em outras exposições. "O projeto da Demoiselle feito por Santos Dumont foi precursor da indústria aeronáutica tanto na Europa quanto nos EUA. Essa é a verdade, tanto que a NASA nomeou um ponto geográfico lunar com o nome de Santos Dumont. Precisa dizer mais?".
O livro de Ruy Sodré, de capa dura e muito leve, "foi desenvolvido para lembrar uma revista de bordo", explica. O Sonho de Voar faz uma homenagem a todos aqueles que fizeram a diferença na história da aviação, desde Leonardo da Vinci até Neil Armstrong, passando pela contribuição de dois brasileiros também geniais, o paranaense Júlio César Ribeiro de Souza e o Potiguar Augusto Severo de Albuquerque Maranhão, ambos com contribuições extraordinárias na dirigibilidade de balões (Augusto Severo morreu em Paris em 1902 testando um de seus balões dirigíveis, que explodiu no ar).

Por fim, os ensinamentos finais, o suicídio de Santos Dumont não foi causado por nenhuma tristeza por ter sido o seu invento usado como arma de guerra. "Não há nenhum registro a este respeito", ensina. "Certamente Santos Dumont encontrava-se deprimido mas por uma doença que o estava paralisando, a esclerose múltipla", afirma. "Quando Santos Dumont faleceu, a guerra de 1932 parou em homenagem ao herói", informa. Outra coisa do senso comum que Ruy faz questão de desfazer: "Santos Dumont era um namorador. Essa história de homossexualidade foi uma invenção de um jornalista inglês e, claro, a imprensa brasileira abraçou a causa por ignorância. Santos Dumont teve belas mulheres e até foi processado em Paris por um marido ciumento. Conto e provo isso no livro", encerra.

A obra de Ruy Sodré tem essa responsabilidade crucial: desfazer o senso comum e trazer à tona a verdadeira história do herói brasileiro e mundial. E vai mais além, a obra consegue ligar essa história da humanidade com a história de Ribeirão Preto, tão relegada a um segundo plano inclusive na rede de ensino municipal. E todos temos o direito a ter acesso à essa história.

"Nós aviadores precisamos ter a verdadeira história da nossa profissão contada", desabafa.

Ruy pretende continuar fazendo palestras e lançará sua obra na Feira do Livro deste ano, além de participar de eventos comemorativos aqui em Ribeirão Preto.

Você pode encontrar Ruy Sofré no facebook aqui e o email do Instituto Cultural Santos Dumont é ruysodre@hotmail.com

Ricardo Jimenez

Assentados denunciam: Ônibus escolar atola e crianças perdem aula!

A reportagem do blog O Calçadão esteve ontem na antiga fazenda da Barra, próximo ao bairro Ribeirão Verde, visitando os assentamentos e constatou as péssimas condições das estradas de terra do local. Sob a responsabilidade da Prefeitura, as péssimas condições para trânsito de pessoas e veículos fizeram nesta manhã as vítimas menos culpadas, as crianças.

Com o ônibus escolar atolado, cerca de 40 crianças ficaram sem aula esta manhã. Os assentados do Mário Lago denunciam as condições de abandono e exigem que os responsáveis tomem providências.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

No Tucanistão nem Merendaço causa CPI

Há 20 anos comandando o Estado de São Paulo, carinhosamente chamado de Tucanistão, e há 20 anos nenhuma CPI foi instalada, nenhumazinha, para investigar os indícios de corrupção existentes nos meandros da política paulista.

Nem indícios e nem escândalos. O Trensalão? Zero CPI. Os desvios da SABESP? Zero CPI. As chacinas na periferia? Zero CPI. E até os desvios da merenda manterão o cálculo de zero CPI?

Estamos caminhando para uma grave situação no país. Forças conservadoras apoiadas em uma mídia amiga promovem o maior retrocesso jamais imaginado nas conquistas sociais e políticas dos últimos 13 anos.

Serra e Renan entregam o Pré Sal e o futuro da Educação! Roberta Poltronieri





PLS 131/2015 DE AUTORIA DO SENHOR SENADOR JOSÉ SERRA (PSDB) PEDINDO A PARTILHA DO PRÉ SAL PODERÁ SER VOTADA HOJE PELO SENADO. Descoberto em 2006, o conjunto de campos petrolíferos do pré-sal encontra-se entre 5000 e 7000 metros abaixo do nível do mar, estende- se por aproximadamente 800 quilômetros ao longo do litoral brasileiro, entre o Espírito Santo e Santa Catarina. Estimativas dão conta de reservas de mais de 80 bilhões de barris de petróleo. Após a sua descoberta, logo no governo do ex Presidente Lula, foi garantido um modelo de partilha onde a maior parte dos lucros fossem destinados a união, sendo subordinados a maior parte para saúde e educação.

O outro lado do pedido de afastamento da Prefeita! Leonardo Sacramento

O Brasil não é para principiantes. Ribeirão Preto também não.

Tom Jobim dizia sabiamente que o Brasil não é um país para principiantes. Para entendê-lo, é preciso um dado grau de profissionalismo.

Está sendo publicada e republicada uma ação do Ministério Público que resultou uma primeira condenação à Prefeita, ainda que a liminar para afastamento por improbidade administrativa tenha sido rejeitada.

Bom, sobre o que ela está sendo acusada? Por desinvestimento e não execução orçamentária?

Sim e não.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

O Pobre e a 'Coisa Boa'! Marcelo Botosso




Conforto não é o mesmo que luxo. Por mais que se tente forçar essa associação, essas palavras não são sinônimas, podendo ter conceitos diametralmente opostos. O luxo excede à condição de conforto não trazendo necessariamente melhoria e bem-estar.

Acostumada com que os trabalhadores sejam privados de tudo, nossa elite tacanha com resquícios escravagistas e semi feudal, incutiu na cabeça da população que o pobre/trabalhador não pode gostar e não merece 'coisa boa' ( boa qualidade ).

Se um trabalhador que está com seu telemóvel na sala de espera de um hospital público pergunta se há disponibilidade de sinal da internet no local, ele poderá ser imediatamente alvo de ironia e chacotas, inclusive de seus iguais. Agem assim como se uma banal conexão sem fio fosse um privilégio apenas dos iluminados -por vezes bem clarinhos- herdeiros da 'Casa Grande'.

Com a região metropolitana, problemática do Leite Lopes chega ao fim!

E não é que um antigo projeto de algumas lideranças políticas de Ribeirão Preto se tornou realidade nesta última semana? Sim, o governo do Estado autorizou o projeto de lei complementar que cria a região metropolitana de Ribeirão Preto.

É um projeto aspirado desde os tempos da ditadura, quando o autor do pedido foi o deputado Alpheu Gasparini. Nesta semana, disputando espaço como mãe e pais da criança, Dárcy Vera, Léo Oliveira, Maurílio Romano e Duarte Nogueira sorriram para fotos.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O Golpe não acabou! Eles querem o poder de volta!


O golpe contra o mandato legítimo dado a Dilma através do voto popular na eleição de 2014 não morreu, pelo contrário, ganha novo capítulo com a união da lava jato com a ida de Gilmar Mendes para a Presidência do TSE em março.

Como já perceberam que no quesito corrupção Dilma é intocável e sabendo que no voto o caminho é complicado, eles conduzem o golpe ao tapetão do judiciário eleitoral.

Associação do Complexo do Mirante se reúne na terça. Vejam a pauta!

Nesta terça, 20h, na sede da Associação, se realizará mais uma reunião da combativa Associação de Moradores de Complexo do Mirante.

O blog O Calçadão estará presente novamente para dar seguimento ao debate em torno da participação da Associação no Fórum Permanente de Movimentos Populares cujo encontro de criação ocorrerá dia 27 de fevereiro.

Marcelo Reis, Coordenador de Limpeza Urbana da Prefeitura também estará presente.

Confiram a pauta da reunião.

Nessa terça-feira, dia 23 de fevereiro realizaremos reunião ordinária de nossa Associação de Moradores do Complexo do Mirante ás 20 hs na Av Ivo Pareschi 1741.
Nossa pauta:
1- Capina e limpeza de áreas publicas em nossa região.
2- Novo formato do Jornal do Mirante.
3- Morador Sr Robson Borssato, apresentará ação movida contra Prefeitura de Ribeirão Preto.
4- Blog o Calçadão fará convite para nossa Associação e Conseg Oeste, participar no próximo dia 27 do Fórum Permanente dos Movimentos Populares.
Estão todos convidados.

Parceria do Sonho Real com o Projeto Guri!

O Sonho Real começou há 27 anos a partir da inspiração de um casal cujo filho sofria de microcefalia.

O drama do casal acabou mobilizando os membros da paróquia que frequentavam, a Santa Terezinha do Menino Jesus, do Padre Chico, o grande capelão dos movimentos populares de Ribeirão Preto.

A Paróquia começou a refletir sobre a condição dos menos favorecidos, dos periféricos.

PSOL de Ribeirão Preto realiza evento com a militância!

O blog O Calçadão começa a acompanhar a partir deste mês os eventos partidários realizados como etapas de elaboração de programas de governo progressistas e participativos. Iremos acompanhar, por enquanto, os dois partidos que até agora se propuseram a isso: o PT e o PSOL.

Nesta tarde de sábado estivemos no salão nobre da Câmara Municipal acompanhando o evento que o PSOL local realizou com a sua militância. Comandando a mesa de trabalhos o candidato a Prefeito pelo partido em 2012, Emílson Roveri e, palestrando, o deputado federal Ivan Valente e a Coordenadora Estadual do MST Kelli Mafort.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Dilma agiu como estadista com relação ao zika vírus!

O vírus transmitidos para humanos através do mosquito Aedes aegypti é originário de Uganda e foi isolado pela primeira vez em 1947. Está relacionado ao vírus da dengue, febre amarela e febre chikungunya.

Endêmico em sua região de origem, o zika vírus, com algumas modificações genéticas, já causou casos de microcefalia na Polinésia Francesa em 2013 e em 2014 foram registrados casos na Ilha de Páscoa, próximo ao litoral do Chile, sem que a comunidade internacional tomasse qualquer iniciativa.

O aumento de casos de microcefalia na região Nordeste do Brasil em 2015 fez soar o alarme sobre essa doença relativamente nova e sua possível e gravíssima complicação gerada nos fetos.

Neste caso, a Presidenta Dilma agiu como uma estadista deve agir. Mobilizou, através do Ministério da Saúde, as forças armadas e a defesa civil de estados e municípios para agirem no combate aos focos do mosquito transmissor. Enfrentando, mais uma vez, a obtusidade da mídia nacional e seus acéfalos midiotas, Dilma também levou o caso à Organização Panamericana de Saúde e para a Organização Mundial de Saúde, que declarou o zika vírus emergência internacional. Além de liberar verbas para a Fiocruz e algumas universidades federais para pesquisar esses casos de zika e microcefalia.

Dilma conseguiu ainda mobilizar o Banco Mundial e o Presidente Obama, que vai destinar 1,8 bilhão de dólares para um fundo destinado ao combate ao Aedes aegypti. Assim, a Presidenta se colocou como liderança em nível mundial e não se omitiu de sua responsabilidade mesmo tendo de enfrentar a enorme campanha que mira atingir os jogos olímpicos vindouros.

Dilma fez o que era correto e se mantém firme na liderança da campanha. O zika não é um vírus brasileiro e nem o Brasil tem culpa na epidemia. O viralatismo nacional se assanhou mais uma vez e houve aqueles batedores de panela que novamente buscaram fazer chacota de Dilma por esta ter usado a expressão 'mosquita'.

Tirando essas idiotices ou midiotices de sempre, Dilma merece os parabéns e segue sendo uma mulher de fibra e digna de ser a primeira mulher a presidir o Brasil.

Ricardo Jimenez



Qual projeto político é melhor para Ribeirão Preto

Existem várias formas de administrar uma cidade. Elas podem classificadas, [e existem várias formas de classificar], em técnicas ou participativas
.
Uma administração técnica pressupõe um projeto político elaborado por um grupo e que tem como lema o fazer pelos outros. Com isso quero dizer que essa forma de administração é cômoda para o gestor, pois parte do princípio que ele é o “salvador da lavoura” e que possui todo o saber necessário para a eliminação das dificuldades orgânicas existentes no município. Ela, para que tenha efeito, tem que prescindir da participação de agentes sociais, pois eles são passivos no processo de elaboração de políticas públicas. A gestão técnica também possui uma característica um tanto maquiavélica, pois, enquanto elaboração de um grupo, ela é a expressão de dominação intelectual, cultural e econômica desse grupo social.


Um projeto político que pressupões uma gestão desse tipo é aquele que “pinga” ações de melhoria nas periferias como forma de manter-se lembrada para as futuras eleições. Na maioria do tempo as comunidades mais carentes são esquecidas. O que pesa em uma gestão técnica é o custo benefícios político das ações. Se uma ação tem um impacto favorável ela será realizada, se tem um custo desfavorável ela será engavetada.

A outra forma é a gestão participativa. Nessa forma de gerir a cidade as prerrogativas são outras. Essa forma de administração parte da constatação local da necessidade das comunidades e da intervenção direta dessas localidades na construção de políticas públicas. Isso significa, na prática, que o gestor público deve executar ações que são sentidas como necessidades e não como custo benefício políticos. Assim, se uma comunidade percebe que ela o melhor a fazer é a construção de creche e não de uma quadra poliesportiva, por exemplo, o orçamento municipal deve prever essa reivindicação popular. Mas esse tipo de administração vai além das ações de infraestrutura. Ela altera a lógica da própria forma de administração pública, que passa da dominação hegemônica de um grupo de poder, que se mantém pelo poder econômico, para a formação cidadã de partícipes sociais de elaboração e efetivação de políticas públicas de afirmação para as comunidades excluídas das metas tradicionais de gestão pública.

É interessante notar que esse tipo de administração municipal dilui o poder dominante e o espraia nas camadas mais populares da sociedade o que fortalece nossa democracia. E isso é bom!

É bom porque ao exigir a participação efetiva dos moradores das comunidades, quer eles sejam da

zona norte ou da zona sul, se estabelece um processo de formação de consciência cidadã. Não há espaço para um “salvador da lavoura”. Só há um espaço público de participação que pode ser ocupado por qualquer sujeito pleno de direito. Outro ponto forte é de fiscalização direta da aplicação e destinação de recursos. Quanto mais participação popular houver dentro das gestões públicas, menor é a possibilidade de ocorrerem os desvios de condutas, roubos e outros desvios que sempre atingem os mais desvalidos da sociedade. Também impede a manipulação midiática e as ações publicitárias de criação de um “judas” político como causa de todos os males sociais e morais e uma administração.

Enfim, acredito que Ribeirão Preto necessita de uma administração de tipo participativa, para corrigir as distorções sociais existentes em nossa cidade. A corrida ao palácio Rio Branco já está em andamento. Em breve os partidos irão lançar ao público seus projetos políticos. Caberá a cada um estuda-los e lançar mão do que acredita ser melhor para nossa cidade.
O blog “O Calçadão” vai sempre apostar e defender uma gestão participativa, uma gestão que inclua os movimentos sociais, as entidades de classe, as associações de bairros, as minorias. Porque nossa cidade tem que ser para todos e todas e não para um grupo ou uma coligação.


Para aprofundar, recomento um vídeo, dividido em três partes, para que a gente aprofunde nossas discussões sobre o tema.






Fabio Soma - Filósofo e Pedagogo


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Mais gente, menos moscas. A comunicação Museal e o Turismo! Marcelo Botosso


"Quem não comunica, se trumbica"
Abelardo Barbosa

Tão popular quanto verdadeira, a epígrafe remete-se à frase eternizada por Abelardo Barbosa, o Chacrinha. Sabe-se que nenhuma informação, por mais disseminada que seja, consegue abranger a toda uma população. Nem por isso deve-se permanecer 'incomunicável' contando apenas com a sorte da espontaneidade da visitação, no caso, a de um museu.

O público do segmento turístico cada vez mais procura museus a fim de se imbuir da cultura local, independente de qual seja o destino. A menos que não se queira visitantes, desenvolver a comunicação de forma sistemática e setorizada é fundamental tanto para o público quanto para a própria instituição.

Visitar ou não um museu é uma opção de escolha inerente à condição de turista, uma vez que seu comportamento tem uma lógica que lhe é muito particular e condicionada às suas preferências de consumo cultural.

As instituições museológicas que desenvolveram uma política de comunicação da sua exposição e de suas atividades correlatas, bem como serviços e atendimentos adequados às peculiaridades do segmento turístico, constataram não tão somente o aumento do número de visitantes como também elevaram de maneira significativa, a qualidade das atinentes visitas.

O setor de comunicação de um museu deve estar atento às nuances que, certamente, farão a diferença quando o item for 'recepção e hospitalidade', de uma simples legenda em uma gravura na parede a mais sofisticada instalação de recursos multimídias, passando pela disponibilização de um calendário de programação na rede mundial de computadores.

Contudo, o museu que não se ativer a este quesito corre o risco não só de perder visitantes tradicionais como também de não atrair os novos. 

Uma rápida pesquisa nas listas ou nos livros de presença de um museu pode ser reveladora no intento de construir este diagnóstico.

Marcelo Botosso - estava como Secretário de Turismo de Sales-SP até meados de 2014 se fazendo Historiador da Estância Turística de Salto via concurso público. 

ADVERTÊNCIA: Este artigo não reflete necessariamente a voz institucional da secretaria de cultura de Salto, tampouco do museu histórico da cidade, sendo uma reflexão fruto das experiências, estudos e pesquisas de seu próprio autor. Qualquer semelhança, caso haja, é mera coincidência.

Eleições 2016: Merendaço, fiscal de frentista e volta Palocci?

A partir deste mês o blog O Calçadão fará um artigo mensal sobre a conjuntura eleitoral de Ribeirão Preto, e a partir da liberação da campanha eleitoral, os artigos passarão a ser diários.

Vamos começar pelo escândalo do 'merendaço', o desvio de recursos da merenda escolar da educação paulista investigado pela operação Alba Branca da Polícia Civil de São Paulo. O 'merendaço' veio como um torpedo na pré-candidatura de Duarte Nogueira pelo PSDB local.

A estratégia de Nogueira era clara: aproveitar o clima coxinha da Ribeirão Preto atual para esbanjar do discurso 'anti-corrupção' soltando de vez em quando expressões clichês como 'temos de cuidar das pessoas', assim como fez na entrevista concedida ao jornal a Cidade dias antes de explodir o 'merendaço'.

A vida não será fácil para o PSDB local. Este blog teve a informação de que o diálogo entre Nogueira e a nata do empresariado local estava bem adiantado para a campanha mas, e agora? Outra dificuldade é que seja quem seja o candidato tucano, ele terá de lidar com o peso de carregar um Alckmin cada vez mais impopular, principalmente com relação à Educação Pública.

Já a candidatura que parece caminhar livre é a de Ricardo Silva pelo PDT. É possível perceber que sua coligação pode repetir o arco de alianças que elegeu e reelegeu Dárcy Vera, unindo da direita à esquerda. Quando a candidatura tucana ainda era forte, antes do 'merendaço', Ricardinho andou namorando até o PT, causando um certo desconforto dentro do petismo local.

De sua plataforma política pouco se sabe, a não ser por uma declaração de que sua possível gestão contará com 'os técnicos mais qualificados' e que ele tem gasto tempo fiscalizando preços dos combustíveis nas bombas dos postos, inclusive entrando em debate com frentistas.

Mas a perspectiva real de poder faz dele um pólo natural de aproximação das forças políticas locais. Talvez o estafe político do pedetista tenha até facilitado o diálogo com parte do empresariado local anteriormente fechado com Nogueira.

E o PT? O principal partido de esquerda da cidade tem história, experiência de duas administrações, sendo a primeira entre 93 e 96 a sua grande vitrine reconhecida nacionalmente, tem uma militância aguerrida e espalhada por todos os movimentos populares da cidade e a responsabilidade de propor para Ribeirão Preto um programa de governo moderno e atual.

Mas quem carregará essa responsabilidade? Há três pré-candidatos disputando a indicação internamente (Galeno Amorim, Ricardo Sobral e Fernando Tremura) e a elaboração do programa de governo segue sendo realizada pelos grupos de trabalho eleitoral montados pelo diretório municipal. Mas ainda falta essa liderança interna que desponte e passe a aparecer e dialogar com a sociedade.

Será uma eleição complicada para o petismo, mas dependendo do projeto e do candidato a Prefeito, é possível à legenda manter ou ampliar a sua bancada de dois Vereadores.

Por isso, o blog teve informações de que há movimentações internas que pretendem sondar Palocci. Seria, segundo esse raciocínio, a possibilidade de Palocci retomar o diálogo com Ribeirão Preto após sua saída em 2002 para o Ministério da Fazenda, unificar o partido e enfrentar o debate sobre corrupção principalmente com o candidato tucano.

A candidaturas de figuras históricas do PT nesta eleição municipal de 2016 foi um pedido do próprio Lula no congresso partidário de 2015. Na região, Edinho silva já se prepara para encarar o desafio em Araraquara.

'Volta Palocci' poderia ser a grande novidade política de 2016 e colocaria sal na até agora insossa pré-campanha. Falta, segundo nos informam, a confirmação do homem.

De qualquer forma, o blog O Calçadão só acredita em um programa de governo que dê verdadeiramente poder ao movimento popular, que crie e fortaleça canais de participação direta do povo nas decisões administrativas. Fora disso é tudo mais do mesmo nesta Ribeirão Preto excludente e dominada pela política de gabinete.

Ricardo Jimenez

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

A direita está vencendo a guerra e neoliberalismo espreita no horizonte!

Aécio Neves é um anão moral e político, mas as forças que estão por trás de sua figura não são amadoras e nem despreparadas.

O movimento golpista que paralisa o país mesmo diante da mais grave crise mundial dos últimos 80 anos não é um fim em si mesmo. Até porque a sua agenda se iniciou antes mesmo da eleição de 2014. Seu projeto maior é realinhar o Brasil ao ditames do capital.

As três vitórias eleitorais do PT já eram estrago bastante para a turma do andar de cima, cujo PSDB é apenas a correia de transmissão. A vitória, inesperada para eles, do PT em 2014 foi apenas a gota d'água.

A partir das vacilações do governo Dilma (e da inexplicável apatia da bancada petista no Congresso) e da enorme energia gasta por Lula para se defender da tacanha campanha de cerco e aniquilamento desferida pela mídia sobre seu nome e seu legado, as conquistas sociais dos últimos anos tem dependido única e exclusivamente da força do movimento popular.

A Frente Brasil Popular, com participação do PT, PCdoB e centrais sindicais, tem buscado se organizar e ganhar capilaridade nos Estados e municípios, mas em ritmo mais lento que o necessário diante da avalanche de ameaças impostas pela agenda da direita.

O impeachment não saiu muito pela força da Frente Brasil Popular, mas a direita está vencendo a guerra.

A campanha fajuta e hipócrita 'anti-corrupção' conduzida pela mídia e seus apaniguados (o PSDB e a 'República de Curitiba') tem ganho terreno na tarefa de criminalizar o PT e proteger o PSDB. Eduardo Cunha e sua bancada particular eleita com doações empresariais indecentes resistem às denúncias de corrupção e ao pedido de afastamento feito pelo Procurador-Geral.

O PSDB, cumprindo uma agenda internacional da qual nunca se dissociou, se aproveita para recolocar no país uma agenda neoliberal rejeitada nas urnas quatro vezes seguidas.

É o melhor dos mundos para a turma do 1% e dos fisiológicos de sempre!

O neoliberalismo retorna cacifado pelo atual Congresso, o PMDB e companhia continuam com a política do toma lá da cá enquanto parte da sociedade se sente ilusoriamente livre da corrupção com a queda do PT e a mídia novamente estará com o caixa do Estado à sua disposição para dar sobrevida ao seu modelo empresarial falido.

Não é só o PT que está isolado nesta encruzilhada decisiva do país. Toda uma construção de 13 anos de ampliação de direitos e inclusão social jazem refém da ameaça.

O PSDB quer abrir o pré-sal com José Serra e liquidar o restante do patrimônio público com o projeto de lei de Tasso Jereissati. A bancada do boi quer liquidar a política de demarcação de terras indígenas. O empresariado paulista quer terceirizar tudo, até a educação pública. E a bancada do Cunha quer garantir ad infinitum a grana empresrial que a sustenta.

O momento é complicado, o governo Dilma ameaça recuar no pré-sal e elege mais uma vez uma reforma da previdência como algo prioritário, num claro sinal de amizade ao 'mercado'. A chamada 'agenda Renan' prospera de braços dados com o tucanato.

Nenhuma menção à necessidade de uma justa reforma tributária que incida sobre os ganhos de renda e capital dos magnatas!

A unidade do movimento popular e das esquerdas muitas vezes não é tão veloz quanto o avanço vertical da direita, porque a unidade da esquerda tradicionalmente esbarra em obstáculos internos. Mas nunca foi tão necessária quanto agora. Lula, Ciro e Requião precisam buscar retomar o diálogo nacional e unir partidos e movimentos populares.

A disputa contra o neoliberalismo transcende as fronteiras e exige o diálogo à esquerda.

Espero que as bênçãos de Francisco cheguem até o Brasil. Oxalá!

Ricardo Jimenez

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Lula não morreu e nem vai pedir perdão aos 'donos' do Brasil!


A mídia tradicional, aliada aos grandes magnatas nacionais e internacionais, sempre odiou o Brasil e sempre esteve por trás dos grupos políticos que empunham como bandeira o ataque constante ao coração da soberania nacional e da emancipação popular.

É a versão mais moderna da perseguição histórica empreendida pelos de cima contra os de baixo, amplamente conhecida e documentada seja no Brasil colônia ou no período imperial. Era comum líderes populares revoltosos serem esquartejados e seus pedaços pendurados em praça pública como um sinal claro: "não ousem".

Conduzido por um discurso monocrático, o Brasil é refém e manipulado. Refém não só da mídia, mas dos instrumentos de poder a ela atrelados e que impedem as reformas fundamentais que poderiam mudar o quadro de atraso, desigualdade e exclusão social que imperam por aqui.

Na nossa história recente tivemos alguns espasmos de soberania violentamente ceifados pela lâmina afiada da mídia tradicional e seus asseclas. Foi assim com Vargas e a tentativa de modernização do Estado nacional e a criação da Petrobras, foi assim com Jango e as Reformas de Base, foi assim com Brizola e os CIEPs e é assim com Lula e a busca pela inclusão social.

É o mesmo discurso hipócrita contra uma 'corrupção' que só existe para atingir os objetivos golpistas e manipuladores. Não é um combate verdadeiro à corrupção, é um discurso com alvo certo: derrubar governos progressistas que ameacem o 'brasil' que lhes pertence.

É a histeria coletiva, a sensação de que nada presta, que vivemos em um país de corruptos. Nenhuma palavra sobre a brutal desigualdade social, nenhuma palavra sobre a necessidade de inclusão, nenhuma palavra sobre reformas estruturantes que apontem na ampliação de direitos e da democracia. Nada.

O ódio é o tempero comum. Ódio que fez alguns 'homens de bem' torcerem pela morte de Lula quando este teve um câncer logo após deixar a Presidência com 80% de aprovação. Ódio que explodiu quando o mesmo fez e refez a sua sucessora e, vivo, resolveu se colocar novamente na linha sucessória da República.

Mas o que gera ódio mesmo é o fato de Lula não pedir desculpas. Nenhum líder popular brasileiro aguentou por tanto tempo tamanha campanha de cerco e aniquilação. Lula resiste porque sabe que a lura popular resiste.

O sonho de Vargas persiste. As reformas de Jango persistem. As palavras de Leonel Brizola persistem. Ninguém destrói a luta popular.

O Brasil e seu povo sairão machucados deste período de golpismo explícito. Nosso pré-sal corre risco iminente, os programas sociais correm sérios riscos, a capacidade de investimento do Estado pode ser ceifada, a carreira docente das escolas públicas corre risco de extinção. Uma tremenda agenda regressista se forma no horizonte apoiada na mídia, no PSDB e no PMDB.

Dilma e seu governo são empurrados às cordas.

Mas Lula resiste e sabe que só há um meio de equilíbrio nesse jogo brutal: voltar a contagiar o movimento popular de massas. Não por Lula ser perfeito ou por ter feito um governo dos sonhos dos movimentos populares. Nada disso. Mas por ele ser o líder que conhece a necessidade de se fazer desse país um país mais justo.

E se nos dois mandatos de Lula, por alianças estratégicas adotadas com os setores fisiológicos, as reformas necessárias para a democratização real do país não saíram, que nova aliança se faça agora. e é exatamente essa perspectiva que amedronta os 'donos' do Brasil

Que a partir deste dia 17 de fevereiro possa ser formado o amálgama desse movimento. Estamos com Lula porque estamos com o Brasil que sonhamos e lutamos!

Ricardo Jimenez

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Capitalismo em crise avança sobre o Estado e os direitos do povo!


Está na moda nos grandes veículos da mídia tradicional o discurso 'liberal'. São inúmeros os comentaristas e analistas do PIG tecendo loas aos clichês ditos liberais. Adoram defender uma tal 'democracia' construída sobre valores que defendam o 'indivíduo contra o Estado', pregam a liberdade do 'mercado' como fórmula para a riqueza coletiva e o 'Estado mínimo' contra o peso dos impostos. Defendem vorazmente uma tal de 'meritocracia' que só serve aos mais abastados.

É todo um discurso montado na grande mídia e no seu conceito particular de 'liberdade de imprensa' e que aponta seus canhões contra o Estado do Bem-Estar Social historicamente construído sobre os escombros da crise de 1929 e das duas grandes guerras mundiais.

O Estado do Bem-Estar Social talvez tenha sido a melhor ferramenta já inventada que permite a liberdade da microeconomia com o planejamento macroeconômico a fim de construir justiça social. É um freio tanto ao capitalismo selvagem quanto às experiências totalitárias, e um instrumento de distribuição de renda e de geração de caminhos legais que universalizem direitos individuais e coletivos (como educação, saúde, moradia, meio ambiente, proteção trabalhista etc) em busca de um conceito mais amplo e real de democracia.

A construção de modelos de Estado do Bem-Estar Social na Europa e na América Latina entre os anos 40 e os anos 80 coincidiram com os melhores momentos econômicos e sociais dessas regiões. Até que passou a sofrer a contra-ofensiva do capitalismo financeiro, chamado neoliberalismo, a partir dos anos 90.

A América do Sul ainda apresentou um surto de resistência com governos de centro esquerda sendo eleitos sistematicamente nos últimos 15 anos em alguns países importantes como Brasil e Argentina. Mas a Europa, onde o modelo de justiça social mais se realizou, entrou em uma crise feroz desde que houve a criação da UE (União europeia) e o alinhamento ao financismo neoliberal.

Apesar de usar os clichês do liberalismo clássico, o neoliberalismo nada tem a ver com este seu primo distante. A liberdade no neoliberalismo é só para o dinheiro, não para as pessoas. É o capitalismo dos monopólios e oligopólios, onde cerca de 500 megacorporações controlam os preços de todos os produtos no mundo.

Se utilizando do discurso único, propagado por uma mídia amiga e também controlada por magnatas, o neoliberalismo avança sobre o Estado nacional desmantelando os instrumentos legais de proteção individual e coletiva, dando mais liberdade ao capital. É o capitalismo da sonegação fiscal dos ricos e dos paraísos fiscais.

O capitalismo financeiro, controlado pelos bancos e megacorporações, suga o trabalho das pessoas para reproduzir a renda do capital, sem pagar imposto!É o capitalismo da devastação ambiental! É o capitalismo da brutal concentração de renda: no mundo os 1% mais ricos já têm mais riqueza que o resto da humanidade, e no Brasil, os 50% mais pobres dividem entre si apenas 1% da renda.

É uma tragédia humanitária que se abate de maneira violenta na juventude, principalmente na juventude das periferias das grandes cidades de países como o Brasil, por exemplo.

É o capitalismo das restrições democráticas, pois o financismo age para afastar a sociedade civil e os movimentos populares das decisões políticas, financiando bancadas específicas no Parlamento, que votarão a seu favor. Veja o caso do Brasil onde Eduardo Cunha elegeu a sua própria bancada de deputados com a grana empresarial e tem passado no Congresso uma agenda regressista, tanto do ponto de vista dos direitos individuais quanto coletivos.

O caso argentino e brasileiro são clássicos. Por aqui, a mídia monopolizada busca por todos os modos derrubar um governo não alinhado aos seus interesses, que são os interesses do financismo internacional. O alvo prioritário são as imensas jazidas do pré-sal. Por lá, um novo governo alinhado eleito entrega a economia do país para os chamados 'fundos abutres', com o objetivo de salvar os bancos às custas do sacrifício do povo.

O mundo atravessa uma seara decisiva para o futuro. O capitalismo faliu o planeta e caminha para níveis de concentração de renda insuportáveis. Encontrar um novo modelo econômico e social é vital para as novas gerações e as lutas populares em nível mundial devem buscar alinhar o rumo político de suas marchas tendo no capitalismo financeiro o adversário a ser superado.

Ricardo Jimenez

Castração animal: uma questão de política pública! Marcelo Botosso



A proliferação de animais domésticos nas cidades tem atingido números alarmantes. Comumente cães e gatos são encontrados em todos os cantos das cidades, muitos deles em situação de abandono e maus tratos. Uma volta rápida pelas ruas, principalmente na periferia, confirma essa situação.

Grande parte do nosso povo desassistido e mal instruído permite o cruzamento dos seus animais domésticos sem considerar a saúde e o custo da manutenção dos mesmos , lembrando que cães e gatos podem gerar até mais de uma dezena de filhotes a cada cria com intervalos de 6 e 3 meses, respectivamente.

Essa superpopulação de cães e gatos tem origem na domesticação e no descaso da nossa espécie para com as demais onde, ideologicamente, nos colocamos como a imagem e semelhança de um suposto criador antropomorfo.

Em nossa soberba humana, acreditamos que o mundo é somente nosso e as demais espécies estão aqui única e exclusivamente para nos servir. Nessa concepção imperativa e equivocada, relegamos a saúde e o bem-estar dos animais ao segundo plano, isso considerando a melhor das hipóteses.

Portanto, minimizar o sofrimento dos animais que estão associados a nós, humanos, passa inevitavelmente por uma ampla política pública de proteção animal e cuja ação imediata é a castração seguida de conscientização e, por que não, a implantação de conceitos educacionais sobre o tema na rede de ensino.

Considera-se que muitas pessoas ainda se apegam a mito da 'primeira cria', acreditando que devam deixar a fêmea procriar ao menos uma vez para evitar câncer. Na verdade, é castrando antes do primeiro cio, que se evitam várias doenças como, por exemplo, a infecção no útero, tumor nas mamas, câncer de próstata e nos testículos.

O acasalamento é um ato instintivo, o cão não faz por prazer, mas sim por causa de substâncias hormonais produzidas durante o cio.

Muitos abnegados cidadãos, individualmente ou associados à ONGs e demais grupos de proteção e defesa animal, fazem aquilo que deveria ser feito pelo poder público que, quando faz, não dá conta devido à elevada demanda, à deficiência orçamentária e à inoperância burocrática de sua atuação.

Enfim, a castração animal pelo seu resultado imediato urge ser encarada como política pública seguida das campanhas de conscientização e práticas educacionais de modo que as organizações da sociedade civil e o poder público consigam dar conta da crescente demanda.

Cabe a nós, sociedade civil, nos organizarmos não tão somente em entidades de proteção animal com suas ações diretas ( vacinação, castração, feiras de adoção etc ), mas também para pressionarmos de forma correta o poder público e seus signatários a fim de que assumam, de fato, a sua parcela de responsabilidade nesta questão.

Organizemo-nos!

Marcelo Botosso é Historiador

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Professores denunciam: proposta escravagista da Prefeita e do Secretário!

A Proposta Escravagista da Prefeita e do Secretário para os Professores Municipais!

Compreender a PEC das domésticas ajuda a compreender a proposta da Prefeita Dárcy Vera e do Secretário Municipal da Educação Ângelo Invernizzi para os professores da rede municipal de Ribeirão Preto.

A Prefeitura objetiva aprovar uma proposta para desregulamentar a jornada do professor. Como? Retirando-o do Estatuto.

A proposta é contratar professor para substituir professores não mais por contrato de dois anos, mas por 'demanda'.

A alegação é que a Prefeitura economizaria dinheiro. Sim! É a mesma alegação da contratação de estagiários em detrimento de professores já há dois anos. A mesma para o fechamento de salas e a superlotação de alunos. Economia e Lei de Responsabilidade Fiscal.

Enquanto isso, o Secretário e a Prefeita, de forma inescrupulosa, continuam destinando o dinheiro da educação para as catracas que não são usadas. Não construíram nenhuma escola nos últimos 6 anos. Simultaneamente, aumentam os repasses para empresas da CODERP e os comissionamentos, que voltaram à todo o vapor em ano de eleição.

Trocando em miúdos, o objetivo agora é continuar com a sangria dos recursos da Educação em ano eleitoral. Para isso, a bola da vez é o professor, que passa a ser entendido como gasto desnecessário.

Ocorre também que esta medida é ilegal e inconstitucional. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB-96) está expresso que todos os sistemas de ensino promoverão a valorização do magistério. Para isso, o professor deve ter uma jornada de trabalho definida em lei. Por què? Para que possa, por exemplo, reservar tempo a estudos, ter direito a um piso profissional, ao aperfeiçoamento continuado e à condições adequadas de trabalho (art. 67 da LDB). Uma obviedade.

O ingresso do professor deve se dar por meio de concurso público, como rezam o próprio artigo 67 da LDB e o artigo 37 da Constituição Federal. A Lei federal 8745/1993 regulamenta o artigo 37 da CF, concedendo o direito de contratação temporária em algumas situações, como para professor. O artigo 4o da lei diz que as "contratações deverão ser feitas por tempo DETERMINADO". Ou seja, o professor substituto tem a sua contratação por um determinado tempo, e não por aula ou por 'demanda', como querem a Prefeita e o Secretário. Na lei em questão, o prazo máximo é de dois anos.

Em Ribeirão Preto também há uma lei para regulamentar esta situação, a lei 1340/2002. O artigo 3 é claro e evidente: "as contratações serão feitas por tempo determinado". No caso do professor, são dois anos, assim como a lei federal. Resumindo: a proposta da Prefeitura é ilegal, pois ela quer contratar professor por tempo INDETERMINADO, deixando-o à mercê de um telefonema.

E tudo isso por quê? Porque a sanha dos comissionados voltou e o dinheiro precisa rolar.

A sua proposta é ridícula porque vai na contramão dos direitos mais básicos do mundo do trabalho: o direito a uma jornada. A jornada de trabalho permite que o sujeito efetive direitos, como horas-extras, férias, tempo para planejamento de atividades (Lei do Piso), planejamento de sua vida pessoal (sim, isso é importante também) etc.

Essa proposta impõe ao professor um salário não fixo que dependerá de quantas aulas conseguirá, o que fará desse professor um semi-escravo, pois o induzirá a trabalhar mais e mais em busca de horas e mais horas de trabalho para constituir um salário mínimo às suas necessidades.

Ou seja, voltamos ao século XIX, quando os trabalhadores ingleses trabalhavam horas e mais horas para constituir um salário que pudesse reproduzir a sua vida e da sua família.

Pedagogicamente a proposta é uma verdadeira desgraça. Como o professor on demand participará de planejamentos? Como o professor on demand participará dos conselhos de classe e de escola? Como o professor on demand participará de reuniões de pais? Como o professor on demand criticará algo errado se, caso o faça, pode simplesmente nunca mais ser chamado pelo diretor?

A proposta da Prefeita e do Secretário consiste em instituir trabalho escravo moderno para os professores. Um dos avanços da PEC das domésticas foi justamente superar a remuneração das horas trabalhadas, dando a todas que trabalham em serviços domésticos o direito a...uma jornada de trabalho! Sim, jornada de trabalho! Foi exatamente isso que a PEC das domésticas regularizou para milhões de trabalhadoras, uma jornada de trabalho semanal e mensal com salário fixo e irredutibilidade salarial!

A Prefeita e o Secretário, com essa proposta, fazem o que há de pior: desvalorizam o magistério! Essa proposta é uma medida de desvalorização e não há margem para discussão de algo tão ridículo.

Leonardo Freitas Nascimento e APROFERP (Associação dos Professores de Ribeirão Preto)

A luta, a saudade e os sonhos dos haitianos em Ribeirão Preto!

Fotos: Filipe Peres
No último dia 23 de janeiro uma onda de violência espalhada por grupos rivais impediu a realização do segundo turno das eleições presidenciais no Haiti. Foi apenas o últimos dos inúmeros problemas que afligem aquele país caribenho, de língua francesa e que divide a histórica ilha de Hispaniola com a República Dominicana.

Após viver entre 1957 e 1986 um período cruel dos ditadores Papa doc e Baby doc e sua polícia política chamada tontons macautes, a 'Pérola das Antilhas', como é chamado o Haiti, o primeiro país a se tornar independente em 1804 após uma revolução comandada por escravos, buscou a democracia mas sofre um processo de convulsão interna desde a tentativa de golpe de Estado em 2004 e que derrubou o Presidente Jean Bertrand Aristide.

O terremoto de 2010 que matou mais de 100 mil pessoas devastou o país e sua economia e agravou o caos social. Centenas de milhares de haitianos deixam o país todos os anos em busca de uma vida melhor, deixando para trás a saudade da família e levando seus sonhos consigo.

A MINUSTAH, ação da ONU comandada pelo Exército Brasileiro há 11 anos, coloca os irmãos haitianos no rumo do Brasil. A rota do Acre é a mais procurada. Uma vez no Brasil inicia-se a luta: o obstáculo da língua, o preconceito, a intolerância, a falta de um abrigo e de políticas públicas que os encaminhem para a regularização documental e o emprego.

Essa é a situação de mais de 50 haitianos que hoje vivem em Ribeirão Preto.

No último fim de semana, o blog O Calçadão conheceu três deles: o casal José Jacques e Louinise Pierre e o gente boa Beauvois Emilca. Encontramos os três na casa da nossa amiga e companheira de luta Marisa Honório, da pasta de combate ao racismo da União Brasileira de Mulheres, da ong Casa da Mulher e do Sindicato dos Servidores.

Marisa
Nossos amigos haitianos vieram do sul do Brasil e acabaram vindo para Ribeirão Preto em busca de um clima mais parecido com o do seu país. Enfrentando dificuldades de moradia, regularização de documentos e para arranjar trabalho, um grupo de nove haitianos buscou ajuda em uma igreja batista do bairro Simioni. Foi através do pastor que nossos irmãos caribenhos tiveram a sorte de encontrar a Marisa.


Com o conhecido empenho dedicado àqueles que mais precisam, Marisa se tornou a amiga de todas as horas, ajudada por todos aqueles que também militam em prol das causas populares, como a assistente social Ione Silva, da Prefeitura de Ribeirão, que ouve e encaminha os problemas de mais de 4 mil pessoas por ano que a procuram no Palácio Rio Branco.

Aos poucos a barreira da língua vai se desfazendo, o problema de moradia foi resolvido, os documentos encaminhados e agora floresce os sonhos, além da saudade.

"Telefono sempre para a minha família no Haiti", diz Louinise, formada em Biomedicina em Porto Príncipe.


Beauvois quer estudar mecânica e aguarda para breve a chegada de sua esposa no Brasil: "Estou feliz aqui, fui muito bem recebido em Ribeirão Preto e quero construir meu futuro aqui", diz, sorrindo, quando digo à ele que já é brasileiro.


A tarde de conversa e deliciosos quitutes também teve a agradável presença da artista plástica Maria Helena de Oliveira, delicioso papo e muita coisa a passar da sua experiência de vida e militância no movimento negro.


O Brasil é um país gigante, rico, diverso e historicamente aberto ao outro, ao mundo, ao diferente. Somos uma pátria miscigenada, plural, culturalmente diversa e ligada por uma língua. Somos a pátria escolhida por nossos irmãos haitianos e por inúmeros outros irmãos mundo a fora.



A tarde terminou assim, feliz. Sejam bem-vindos, companheiros!

Ricardo Jimenez

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

É a Política e não uma pessoa ou um governo!

Em Atenas, quem não participava da vida na Polis (cidade) era considerada uma pessoa estranha das demais, um ser deficiente ou um idion/ideotes, o que hoje seria um idiota.

Uma sociedade que não se envolve ou não se engaja na política é uma sociedade doente.

Acho muito importante que alguns amigos estejam preocupados com os altos preços do legumes e hortaliças, pois isso mostra que estamos presentes com a nossa indignação quando os preços dos alimentos tão necessários à nossa vida fogem do controle. Tem de ser assim mesmo, se está ruim, temos de criticar.

Agora, atribuir os altos preços do momento ao PT ou ao governo Dilma sem fazer uma reflexão sobre o modelo de produção agrícola é de uma estupidez digna daqueles que nunca se importaram com a política e agora estão sendo usados para destruir todo o avanço conquistado nos últimos anos e que gerou milhões de empregos e tirou milhões de pessoas da fome no Brasil.



Até pouco tempo, os agricultores que por ventura perdiam suas colheitas por uma forte chuva, pela seca ou por uma geada, perdiam as suas terras para os bancos que as confiscavam, realidade que levou ao desaparecimento de milhares de pequenos produtores, aqueles que produzem o alimento da mesa do trabalhador.

Praticamente não há plantações de alimentos ao redor das cidades e o financiamento da agricultura familiar, aquela que produz os alimentos do dia a dia, não chegam nem próximo daqueles destinados ao agronegócio.

O agronegócio é uma praga que serve para engordar porcos capitalistas no Brasil e animais na Europa e EUA. O agronegócio, fruto da chamada 'revolução verde' imposta pelos EUA nos anos 60, espalha pelo mundo os agrotóxicos, o monopólio das sementes estéreis da Monsanto, determina o preço dos insumos e produtos e impõe decisões sobre o que, quando, onde e como produzir e comercializar.

Recentemente, um grupo de pesquisadores brasileiros escreveu a seguinte mensagem aos líderes mundiais:

A transgenia é uma ameaça aos camponeses, à soberania alimentar, à saúde e à biodiversidade no planeta. Ela reduz a produtividade e aumenta o uso exponencial dos agrotóxicos. É um instrumento chave para facilitar a maior concentração corporativa da história da alimentação e da agricultura. Seis empresas transnacionais controlam a totalidade dos transgênicos semeados comercialmente. Como resultado do avanço da industrialização da cadeia alimentar nas mãos das corporações do agronegócio, aumento o número de desnutridos e obesos, que agora é sinal de pobreza e não de riqueza. O sistema agroindustrial produz apenas 30% dos alimentos do mundo, mas usa 80% das terras e consome 70% da água. A tecnologia transgênica é uma técnica inexata sobre a qual não se tem controle de suas consequências.


Empolgados pela chamada 'onda conservadora', a bancada ruralista no Congresso Nacional é a maior entre os 513 deputados. Eleitos pelo dinheiro empresarial e liderados por gente como Eduardo Cunha e Ronaldo Caiado, os ruralistas são a maioria na operação lava jato, coisa que não sai na mídia tradicional e não ganha o clamor da opinião pública.


Estamos passando por um momento complicado no discernimento das coisas públicas. Não basta tirar um e colocar outro no lugar. Não é através do ódio que serão construídas alternativas para a sociedade. Todos nós temos o direito de criticar e opinar sobre política, mas é necessária uma reflexão maior para não cairmos nas armadilhas plantadas do senso comum.

Paulo Honório é fotógrafo, estudante de Sociologia e membro do Grupo de Autogestão Habitacional de RP