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sexta-feira, 30 de julho de 2021

Trabalho mostra que pessoas em situação de rua possuem direitos fundamentais


Trabalho dos alunos do Senac Ribeirão

Quais direitos são garantidos às pessoas em situação de rua?  Como acolher essas pessoas? Quais redes de apoio estão disponíveis a eles?

Todas essas respostas e muitas outras você vai encontrar no projeto Eu Existo, produzido por estudantes de enfermagem do Senac Ribeirão Preto.

veja aqui no link ou clik na imagem:
https://drive.google.com/drive/u/0/folders/1Bb06Es1SAAmmd5YknHQmUl8uupOjdYjz


quinta-feira, 29 de julho de 2021

Precisamos falar da saúde mental dos atletas e de todos nós - Alexandre Padilha

 


Precisamos falar da saúde mental dos atletas e de todos nós

 

Por Alexandre Padilha

Os impactos da vida contemporânea sobre a saúde mental de todos nós foram agravados pela pandemia. Ela provocou medo, sofrimento pela morte de parentes e amigos, angústia entre os trabalhadores de saúde e dos serviços essenciais, a interrupção dos atendimentos com psicólogos e psiquiatras, a perda de renda e a preocupação do desemprego.

Os aspectos da saúde mental dos atletas nas Olimpíadas de Tóquio trazem à tona o debate psicológico, que vai além da dificuldade emocional causada pela pandemia, que os intensificou. Atletas de diversos países assumiram publicamente que enfrentam algum tipo de sofrimento mental e desistiram de competições.

O caso mais simbólico é o da ginasta americana Simone Biles, melhor do mundo e ganhadora de quatro medalhas de ouro em Olimpíadas. Após o anúncio de sua saída da disputa por equipes, e depois da final individual geral, Simone afirmou sentir “carregar o peso do mundo em seus ombros” e que preferia optar por sua saúde emocional. A ginasta norte-americana também afirmou que os atletas são pessoas e que às vezes é preciso dar um passo atrás.

A exposição das vulnerabilidades emocionais dos atletas olímpicos mostra que cuidados com saúde mental são fundamentais e que todos podem passar por crises. É uma condição normal do ser humano. E elas podem ser acarretadas por diversos fatores, em atletas de alto rendimento, pela pressão e grandes expectativas.

Claro que a pandemia da Covid-19 piorou, e muito, essas questões. Isolamento social e o lockdown em alguns países, prejudicou os rendimentos. Esses atletas carregam expectativas de seus países em meio a maior pandemia que o mundo já enfrentou.

Muitos deles são jovens demais e com muitas responsabilidades. Como é o caso da nossa metalista no skate, Rayssa Leal, que tem 13 anos. O tema foi abordado na coluna do jornalista Leandro Iamin para a CNN Brasil onde elucidou que o ambiente da ginástica olímpica é muito mais rígido que o do skate, por exemplo. “Em comparação com outros ambientes competitivos, a lembrança que o skate deixará em sua estreia olímpica é a da leveza e da solidariedade. Competidoras comemorando os acertos das próprias concorrentes e sorrindo mesmo quando as coisas não dão certo foram uma constante. Não pareceu um ambiente de pressão tóxica”, escreveu.

Por conta da idade, Rayssa teve o apoio da mãe ao longo da competição, e afirmou ao ser questionada pela idade que "é só fazer o que ama e se divertir".

Rebeca Andrade, nossa primeira medalhista da ginástica artística da história, declarou que prioriza o trabalho psicológico, que foi decisivo para a conquista da medalha de prata. Rebeca destacou que "atletas não são robôs, são humanos" e que também precisam se divertir nas competições.

Realizada em meio a pandemia, as Olimpíadas de Tóquio reafirmam que o cuidado com a saúde mental é imprescindível, ainda mais neste momento, de tantas perdas. Além de altamente estressante, os atletas estão lidando com a falta de apoio do público nas competições. Os transtornos mentais nunca estiveram tão em pauta como neste momento e ainda bem, precisamos falar deles. Tudo bem não estar bem sempre.

Para todos nós, a nossa Olimpíada é o dia a dia. Cada dia somos submetidos a estresses, desafios e a bater recordes de sobrevivência. Por isso, uma das questões chave é o cuidado psicológico de todos nós e o SUS tem o papel importante no atendimento à saúde mental da nossa população.

 

*Alexandre Padilha é médico, professor universitário e deputado federal (PT-SP). Foi Ministro da Coordenação Política de Lula e da Saúde de Dilma e Secretário de Saúde na gestão Fernando Haddad na cidade de SP.

Em Ribeirão Preto, MST e UMM doam 400 kg de alimentos saudáveis à 100 famílias

 


Acampado recolhe doação de alimento na Analândia
Fotos e vídeo: Filipe Augsuto Peres


Atividade integra a Semana de Ações Solidárias do MST


Por Filipe Augusto Peres

Dá página do Facebook MST São Paulo


Nesta quarta-feira (28), o MST em parceria com a UMM, em Ação Solidária doou 400 kg alimentos saudáveis vindos da reforma agrária à Comunidade Urbana Analândia, no Jardim Salgado Filho, em Ribeirão Preto. A ação integra a “Semana de Ações Solidárias: Plantar Solidariedade e Enfrentar a Fome”, que está sendo realizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra desde o dia 25 em todo o país e irá até o dia 31.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

Audiência Pública dos Conselhos Tutelares de Ribeirão Preto - SP - Criação do Centro Integrado de Atendimento a Crianças e Adolescentes vítimas de violências


Audiência Pública dos Conselhos Tutelares de Ribeirão Preto - SP

Virtual - dia 28/07 das 14:00 às 17:00 horas

Tema/Pauta: Criação do Centro Integrado de Atendimento a Crianças e Adolescentes vítimas de violências

Faça sua inscrição pelo link:

https://forms.gle/CSbkmV7VUPBSrzh36

ou ligue para (16) 3635-9647 – 36359449

Programação

Abertura – Conselho Tutelar – Apresentação de demandas e dados Assinaturas virtual 

Palestrantes

- Dra Renata Abduch - Médica Responsável pelas atividades do SEAVIDAS - HCRP / Médica do Município de Ribeirão Preto no Programa Municipal de IST / AIDS e Hepatites Virais / Especialização - Violência em Saúde pela Fiocruz)

- Marisley Vilas Boas Soares - psicóloga, Mestrado e doutorado pela USP. Trabalha como psicóloga judiciário pela Comarca de Ribeirão Preto e como professora de pós graduação no IPEBJ (Instituto Conversações, Barão de Mauá). No fórum, é responsável pela realização do Depoimento Especial desde 2018.

- Adriana Mengue Model - Assistente social, do CRAI do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas de Porto Alegre há 15 anos. Especialização em violência doméstica contra crianças e adolescentes pela USP/SP antigo LACRI- Laboratório da Criança do serviço de psicologia desta universidade.

- Thereza de Lamare Franco Netto - Graduada em Comunicação Social. Mestre em Políticas Públicas pela Universidade de Brasília. Doutoranda em Saúde Pública na Fiocruz/Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca Coordenadora do Centro de Atendimento Integrado 18 de maio - DF, Ex- Coordenadora Geral de Saúde da Criança e de Adolescentes do Ministério da Saúde, Ex- Diretora do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas do Ministério da Saúde ( saúde da mulher, homem, criança, adolescente, saúde mental, pessoa com deficiência)

Contribuição sobre o tema:

- Promotor da Infância e Juventude de Ribeirão Preto Dr. Luís Henrique Paccagnella 

- Secretário da Saúde – Dr. Sandro Scarpelini

- Secretário da Educação – Elias Felipe Miguel

- Vereadora Judeti Zilli - Mandato Coletivo Popular

- Vereador Igor Oliveira

- DDM - Dra. Patrícia De Mariani Buldo 

- GCM - Stelio Manuel Correia da Fonseca

- Secretaria Adjunta da Assistência Social –Gisele Costa

- Deputado Estadual Rafael Silva

- Deputado estadual Leo Oliveira

Conselho Tutelar e Direitos Humanos - Por: Celso Correia

                               

                             Qualquer desqualificação do Conselho Tutelar pode derivar de um desconhecimento mínimo legal sobre o mesmo e suas atribuições, mas pode, indiretamente, ser a expressão da continuação camuflada do ataque aos direitos humanos e à democracia participativa.

                        Para um melhor aproveitamento da reflexão aqui proposta é interessante se ter um contato sobre a gênese histórica da expressão Direitos Humanos e a ligação que a mesma tem com o dia a dia da vida. O Blog o Calçadão tem importantes publicações sobre esse tema. Destacam-se duas que podem ser lidas aqui e aqui.

            

terça-feira, 27 de julho de 2021

Investimentos em cooperativas da Reforma Agrária Popular iniciam captação, nesta terça-feira (27/7)


COPRAN, uma entre as mais de 160 cooperativas, 120 agroindústrias e mais de 1,9 mil associações em áreas de assentamentos do MST. Foto: Wellington Lenon


Desde que a operação foi anunciada mais de 7 mil pessoas aguardam mais informações sobre os investimentos na produção de alimentos saudáveis de áreas de assentamentos

Por Lays Furtado
Da Página do MST


Inicia-se nesta terça-feira (27/7), a captação de recursos para o financiamento da produção de alimentos saudáveis de cooperativas integrantes de assentamentos da Reforma Agrária Popular, ligadas ao MST.


Imunização dos profissionais de Educação é apenas um dos pontos a serem cumpridos do termo de referência, afirma o Sindicato

 

Prefeitura contratou os médicos infectologistas com dispensa de licitação e sem passar pelo crivo da Câmara Municipal.

Educação

De acordo com 2º Vice-Presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, governo Nogueira atrasou em, praticamente, 6 (seis) meses a indicação dos médicos infectologistas para avaliarem as escolas e fez a contratação de uma forma que não passou pela Câmara Municipal

Por Filipe Augusto Peres

Após vitória do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Jardinópolis e Guatapará contra o poder executivo de Ribeirão Preto na Ação Civil Coeltiva nº 0010213-84.2021.5.15.0067, em trâmite na 4ª Vara da Justiça do Trabalho de Ribeirão Preto, exigindo que a prefeitura de Ribeirão Preto garanta a segurança e higidez do ambiente de trabalho durante a pandemia de Covid-19 para que os profissionais da Educação possam voltar presencialmente, a Secretaria Municipal de Ribeirão Preto contratou no dia 30 de junho deste ano, conforme exigência judicial, 03 (três) médicos infectologistas, devidamente licenciados e especializados, serviço médico especializado em infectologia para avaliar os ambientes escolares, veículos de transporte escolar e estabelecer medidas operacionais para oferecer o retorno presencial às aulas na Rede Municipal de Ensino. Contratados por dispensa de licitação, o Sindicato dos Servidores requereu junto à Justiça Superior do Trabalho a impugnação dos três nomes escolhidos pela prefeitura devido a forma como foi dada a nomeação.

Sem indústria e sem desenvolvimento, o Brasil fazendão não tem futuro

 

Indústria brasileira diminuiu 8% em meia década

Qual país do mundo atingiu o desenvolvimento com soberania e inclusão social sendo um fazendão exportador de commodities? 

NENHUM.

Qual país do mundo aproveitou as riquezas minerais, como o petróleo, para se desenvolver sem um projeto de Estado por trás? 

NENHUM.

Então, responda: qual o futuro de um país com 210 milhões de pessoas, de proporções continentais sem indústria, sem um projeto nacional de desenvolvimento, entregando o petróleo para transnacionais e vivendo da exportação de soja, cana e minério de ferro? 

NENHUM.

Esse é o caso do Brasil, que já foi o oitavo país do mundo em desenvolvimento industrial, com estatais do setor elétrico, petroquímico, siderúrgico e aeroespacial construídas em projetos nacionais de desenvolvimento tocados entre 1950 e 1980, e hoje tem um parque industrial destruído com o tamanho que tinha no PIB em 1910.

O projeto Brasil fazendão começou em 1990 com a implementação do projeto neoliberal: Estado mínimo, privatizações do patrimônio público e aumento da dívida pública para financiar o rentismo. 

Esse projeto teve uma mitigação nos governos do PT, com espasmos de desenvolvimento do setor petroquímico e naval, com o fortalecimento do BNDES e com uma política de distribuição de renda via valorização do salário mínimo.

Mas o neoliberalismo voltou a ditar as normas a partir do golpe de 2016, do programa 'ponte para o futuro', continuado por Bolsonaro/Paulo Guedes, destruindo a indústria, a engenharia pesada, entregando a gestão do pré sal para empresas estrangeiras e jogando o futuro do país num precipício de uma recolonização agrícola, latifundiária e exportadora.

Sem indústria e desenvolvimento não há empregos de qualidade, não há desenvolvimento tecnológico nem possibilidade de inclusão social.

Vejamos os casos de Nigéria e Noruega. Dois países que descobriram uma ampla riqueza petrolifera em período semelhante. A Nigéria adotou o projeto de repassar a gestão da riqueza para empresas estrangeiras. A Noruega criou um programa estatal de gerenciamento com uma visão social de desenvolvimento nacional. Qual o resultado disso em termos de desenvolvimento desses dois países?

Vejamos o caso da China. Em 1980, a China tinha uma economia muito menor do que a brasileira. O Brasil era industrializado e a China era pobre e agrária. Em 40 anos o que aconteceu com os dois países? O Brasil neoliberal, privatista e agropop é a 13a economia do mundo (depois de ser a 6a com Lula e seu mini-desenvolvimentismo entre 2006 e 2010) e caindo, enquanto a China, cuja economia é controlada por grandes e estratégicas estatais, e com a indústria representando 45% do PIB, está na fronteira tecnológica disputando o posto de maior economia do mundo com os EUA.

EUA, Coréia do Sul, Japão, Noruega, Suécia, França, China, enfim, não existe exemplo de desenvolvimento sem atuação do Estado operando o projeto de desenvolvimento.

Essa é a tarefa dos lutadores sociais da atualidade. Essa é a tarefa do movimento Fora Bolsonaro. Romper com o projeto neoliberal e conduzir um movimento de desenvolvimento nacional, com reindustrialização, inclusão social, radicalização da democracia, reformas que corrijam a brutal concentração de renda, agricultura voltada para a produção de alimentos para o povo, com respeito ambiental, e resgate da capacidade do Estado em gerir o desenvolvimento.

Essa é a revolução brasileira que está para ser feita  Sem isso, não há futuro, apenas um país continental passando fome como hoje: 19 milhões de brasileiros não têm o que comer. Outros 117 milhões têm insegurança de se alimentarem três vezes ao dia.

A revolução brasileira é o seu desenvolvimento, com soberania, inclusão social e ampliação da democracia. Uma revolução a ser feita a partir de um amplo movimento de massas, cuja construção cabe à essa nossa geração de lutadores e lutadoras populares.

Ricardo Jimenez - editor do Blog O Calçadão

Coletivo Popular Judeti Zilli denuncia situação caótica da saúde em Ribeirão

Ribeirão não está bem da saúde!

[A saúde em Ribeirão ainda não está bem]

fonte: https://www.facebook.com/ColetivoPopularRP

Apesar da aparente melhora nos índices de contaminação por covid-19 e os números apresentados pela plataforma leitos covid demonstrarem diminuição no percentual de ocupação, a cidade ainda apresenta uma incapacidade no atendimento.

O Coletivo Popular Judeti Zilli (PT)tem acompanhado a situação e alertado para esta falsa ideia de que está tudo melhorando. Esta noite, por exemplo, tivemos algumas denúncias de superlotação no atendimento da UBDS da Vila Virgínia. Procuramos o secretário da saúde que nos confirmou o óbvio: os hospitais estão lotados.

Não bastasse os números elevados de pacientes de covid ainda internados (são maiores que há um ano), a demanda por hospitalização devido a outras doenças que estavam represadas está voltando. E infelizmente, ontem e hoje, houve aumento dos registros da covid-19, admitiu o secretário da Saúde Sandro Scarpelini. Conforme apuramos, no momento estamos com 144 pacientes aguardando vaga de regulação, sendo cerca de 50 com sintomas respiratórios.

Não é hora de relaxar! Muito pelo contrário, o munícipio precisa intensificar os cuidados com a população. É necessário criar condições de atendimento para quem precisa e dar suporte aos profissionais da saúde para que consigam atender a população com qualidade e dignidade. Ribeirão Preto tem condições para isso e exigimos que o poder executivo cumpra o seu papel.

Nós do mandato Coletivo Popular Judeti Zilli vamos acompanhar, fiscalizar e denunciar.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Em Jardinópolis, acampamento Campo e Cidade Paulo Botelho, recebe oficina do Curso de Agentes Populares de Agroecologia da UFSCar

 

 

Observada por dirigentes e militantes do MST, Kelli Mafort, da Coordenação Nacional do MST, conversa com Robson Paim (SEAMA), o prefeito de Jardinópolis Paulo Brigliadori (Cidadania) e o vereador Leandro Moretti (Podemos).
Fotos: Filipe Augusto Peres


A oficina realizada neste domingo integra o Curso de Formação de Agentes Populares de Agroecologia.

Por Filipe Augusto Peres

O acampamento ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e à União dos Movimentos de Moradia (UMM) Campo e Cidade Paulo Botelho, localizado no município de Jardinópolis/SP recebeu neste domingo (25) mais uma etapa do “Curso de Formação de Agentes Populares de Agroecologia”, realizado em uma parceria da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), por meio do Núcleo de Estudos Agrários (NEA), integrado ao Núcleo de Pesquisa e Extensão Rural (NUPER), com  diversos parceiros, em especial o MST e o Centro de Formação Sócio-Agrícola Dom Hélder Câmara. O curso contou com a presença do Prefeito de Jardinópolis, Paulo José Brigliadori (Cidadania), além do vereador Leandro Moretti (Podemos) e do Secretário de Agricultura e Meio Ambiente (SEAMA) do município, Robson Paim.

domingo, 25 de julho de 2021

Borba Gato, o conservadorismo e a esquerda, por Leonardo Sacramento

A estátua é de 1957 e sempre foi alvo de contestação

Como a fogueira de Borba Gato nos mostra que esquerda precisa de mais Ho Chi Minh

No fim de semana, no dia dos atos contra Bolsonaro, a estátua de Borba Gato foi queimada por um grupo chamado Revolução Periférica. O ato organizado, com aproximadamente 30 pessoas, foi assumido pelo grupo. A estátua sempre foi alvo de questionamentos. Foi objeto de pedido formal de retirada em 2020, negada pela Prefeitura Municipal de São Paulo e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo, com argumentação reacionária, segundo os autores do pedido. 

Em breve, publicarei dois livros que abordam explicitamente, não como objeto principal, esse assunto. Um livro se chamará Discurso sobre o branco: notas sobre o racismo e o apocalipse do liberalismo e o outro terá o título de O nascimento de uma nação: como o liberalismo produziu o proto-fascismo brasileiro. Se tudo der certo, serão publicados neste ano. 

A ideia de ambos é compreender o nacionalismo brasileiro, sobretudo desde a Independência. Não vou entrar no mérito dos livros, mas da parte em questão: Borba Gato. Como se sabe, Borba Gato viveu e morreu antes da Independência; portanto, a sua vida não entrou nos livros. O que entrou foi o momento em que Borba Gato foi alçado a herói, por quem e por quê. 

Borba Gato surge no século XX, na prática, como resultado de uma construção supremacista dos paulistas não somente sobre os negros e nativos, mas sobre as outras elites regionais. A província de São Paulo só assumiria alguma relevância política em meados da segunda metade do século XIX. Em 1922, Júlio de Mesquita Filho, proprietário do jornal O Estado de São Paulo, publicou um manifesto na Revista do Brasil, dirigido por Monteiro Lobato, chamado A Comunhão Paulista. A Comunhão Paulista foi um movimento, infelizmente pouco conhecido pela esquerda, de formação de uma elite intelectual que seria responsável por guiar o país ao desenvolvimento, por serem naturalmente superiores às outras elites e aos outros estados. Bom, mas onde entram os bandeirantes? Entram na ideia de que o Brasil teria sido fundado por eles, sendo a elite de 1920 a herdeira natural da “bravura” dos verdadeiros fundadores do país. Logo, o próprio grupo do O Estado. Disse Júlio de Mesquita Filho no manifesto:

“A realização deste legado do passado há de, por força, mobilizar-lhe todas as regiões. (...) Somos fortes, somos ainda dignos do passado das bandeiras, justamente porque às enganosas vitórias da política militante, sabemos ainda preferir as rudes vitórias que pontilham a história da nossa evolução. As sadias emoções da vida livre da lavoura, das tentativas audaciosas de que todos os dias temos notícias, empolgam a visão segura e afoita do paulista, desviando-o da estagnação acabrunhadoramente niveladora dos nossos partidos políticos. Nos momentos capitães da história nacional, de São Paulo sempre partiu a palavra que haveria de decidir dos destinos da nacionalidade”.

Lógico que há muito mais detalhes. A Província de São Paulo, fundado por Júlio de Mesquita, o pai, era escravocrata e sobrevivia com anúncios de vendas de escravizados e de capitães do mato. O filho acreditava que a abolição, da forma como foi feita, teria sido um erro que fez entrar “a circular no sistema arterial do nosso organismo político a massa impura e formidável de 2 milhões de negros subitamente investidos das prerrogativas constitucionais” (A Crise Nacional). Foi nesse momento que essa elite, após a Revolta de 1932 e a sua aproximação com Getúlio, se tornara a elite hegemônica do estado, substituindo a velha oligarquia cafeeira, combalida pela crise de 1929. A USP foi criada em 1934 para criar essa elite intelectual paulista ou “paulistanizada” que dirigiria o país.

Foi nesse momento que essa elite passou a lutar bravamente contra a imigração de nordestinos, vistos como seres que “enegreceriam” o estado novamente, após a grande imigração europeia, justamente para substituir o "elemento africano". Por isso, na falta de opções, preferiam os japoneses (e aqui há uma longa história desde o Congresso Agrícola de 1878 que não cabe aqui), um meio-termo entre negros e brancos na visão supremacista e cientificista do liberalismo da época, sobretudo após a vitória japonesa sobre os russos, em 1905. Desde esse momento, tudo deveria ser referenciado naquilo que foi criado para ser tipicamente paulista: os bandeirantes. Rodovias, escolas, rádios e TVs com essas referências são os detalhes desse processo. Estátuas, idem!

Portanto, a ascensão dos bandeirantes deve-se a um processo semelhante de ascensão dos farroupilhas em Porto Alegre na década de 1930, que, em 1835, combateu os farroupilhas. Assim como os farroupilhas foram alçados para ligar os sul-rio-grandenses a um passado mitificado, dando-lhes superioridade, os paulistas fizeram o mesmo. E era o comum da época, pois todo Estado-Nação formado no século XIX tem uma dimensão racial, como mostram Alemanha e os Estados Unidos (Domenico Losurdo). É o papel que o germanismo cumpriu para o nazismo e os peregrinos escolhidos cumpriram para os norte-americanos brancos. 

Portanto, queimar ou não estátuas é uma disputa de projeto de poder, pois as estátuas, sobretudo do Borba Gato, representam um projeto de poder. Borba Gato é uma representação racializada e neocolonial. Fiquei realmente impressionado ao ver pessoas e organizações de esquerda, ou autoproclamadas, condenarem o ato, simplesmente o relegando ao identitarismo. Até poderia haveria uma discussão sobre o dia, mas jamais sobre o conteúdo, especialmente com argumentos baseados na “arte” e “memória”, como se fossem entes desprovidos de relações de poder. 

Quando aconteceu, por óbvio, fui ver a posição do... Estadão. Afinal, o negócio queimado é um legado familiar também. Para a minha surpresa, à luz daquilo que se deve esperar, o Estadão não esperneou. Nem a Folha. Penso que ambos perceberam que não é mais possível manter o mito, e, de certa forma, disputam agora com um discurso supostamente mais “plural”. Dória se restringiu a uma nota genérica sobre “vandalismos”. Os bolsonaristas, segundo os críticos de esquerda alarmados, chamaram o ato de terrorista: é o esperado no jogo. Não preciso dizer que a posição dos pais da ideia me fez ficar mais surpreso ainda com essas organizações e pessoas de esquerda. Esperava ler algo assim vindo da família Mesquita. 

Obs: um dos livros será gratuito, pois, provavelmente, será por uma editora universitária. Neste livro há uma análise mais detalhada de 20 páginas sobre a construção da elite paulista a partir de 1920 e sua relação com o anticomunismo. Esse livro é a síntese de um curso que ministro chamado Estudos críticos sobre o conservadorismo brasileiro pelo IFSP. Há também o brilhante estudo, facilmente conseguido no google, da Irene Cardoso, A Universidade na Comunhão Paulista: o projeto de criação da Universidade de São Paulo. Recomendo fortemente a leitura desta última obra.


Leonardo Sacramento é professor e presidente da Aproferp em Ribeirão Preto

Queimar ou não a estátua do Borba Gato?



Ontem, enquanto os partidos políticos, movimentos sociais e sindicatos estavam na avenida Paulista realizando o quarto ato Fora Bolsonaro, com pautas pedindo vacina, emprego e direitos sociais, conforme foi aprovado pela frente de lutas que coordena e define as datas dos atos nacionalmente, com uma tática que busca criar um movimento de massas por mudanças no país, um outro grupo chamado Revolução Periférica realizava uma outra tática de luta no bairro de Santo Amaro, zona sul de São Paulo.

Ali, o grupo ateou fogo na estátua estilizada de Borba Gato, feita de argamassa e presente no local desde 1957 em homenagem a um bandeirante paulista que viveu entre os séculos 17 e 18 e que foi, como todos os bandeirantes, um traficante de escravos indígenas e negros e cuja imagem é cultuada como um "símbolo do surgimento de São Paulo".

Bem, não existe no mundo dono de pautas ou de táticas de luta. Pessoalmente não conheço a Revolução Periférica, mas não há cartilha que discipline movimentos ou pautas e táticas de luta.

O que existe é o debate sobre as pautas ou táticas de luta. 

Levantar a importância sobre o culto a um passado opressor e escravista e contestar seus símbolos como pauta de luta social é legítimo e tem ocorrido em vários outros países. 

Claro que a direita reacionária sempre vai se aproveitar dessas ações mais radicais para sair gritando e buscando inverter a narrativa. 

Mas a reflexão que deve ser feita é: qual a centralidade de cada pauta ou tática de luta dentro daquilo que se procura alcançar?

Os partidos políticos, movimentos sociais e sindicatos envolvidos nos atos Fora Bolsonaro querem criar um movimento amplo que traga a classe trabalhadora para a luta: derrubar um presidente que trabalhou para a crise sanitária, mudar um programa econômico desastroso e garantir a democracia com diretos sociais. Para se atingir esse objetivo qual a melhor tática: buscar manifestações com pautas econômicas e sociais através das manifestações de rua pacíficas ou buscar ações mais radicais como atear fogo em estátuas?

Vejam, não há na minha opinião uma tática ou pauta mais importante do que outra. O que temos é que responder qual delas é a melhor para se atingir os objetivos do momento.

Ontem os partidos, movimentos e sindicatos com uma longa história de lutas, e levando adiante a tática construída conjuntamente por uma frente nacional, estavam na Paulista com suas bandeiras, gritos e cartazes. A Revolução Periférica estava em Santo Amaro queimando o Borba Gato.

Qual tática trará a classe trabalhadora para a luta neste momento? Qual tática será mais eficaz para derrubar Bolsonaro e a política neoliberal?

Essas respostas indicarão os rumos dos atos futuros: se iremos, aqui em Ribeirão Preto, por exemplo, fazer uma passeata pelo centro ou colocar fogo no monumento ao soldado de 32.

Claro que faço essas perguntas sob a ótica da frente nacional de lutas que tem organizado os atos Fora Bolsonaro. Repito: pautas e táticas de luta não têm dono.

Ricardo Jimenez - editor do Blog O Calçadão


24J em Ribeirão Preto

 

Fotos: Ailson Cunha e demais movimentos sociais

Neste sábado, 24 de julho, Ribeirão Preto esteve presente em mais uma data nacional de manifestações Fora Bolsonaro.

Cerca mil pessoas estiveram na Esplanada do Pedro II e nas ruas do centro da cidade. O ato foi convocado pela Frente pela Democracia e de Esquerda de Ribeirão Preto, que congrega mais de 30 entidades entre partidos políticos, movimentos sociais e sindicatos.

Essa foi a quarta vez que Ribeirão Preto se mobiliza pelo Fora Bolsonaro: carreata em 29 de maio e três passeatas em 19 de junho, 3 de julho e 24 de julho. 

Para o Coordenador regional da CUT, Edson Fedelino, "é importante Ribeirão Preto manter a agenda de mobilização pelo Fora Bolsonaro e buscar nas ruas retirar esse Presidente e recolocar um projeto de defesa da vida e do emprego no país".

Além da pauta Fora Bolsonaro, os movimentos também levaram para o ato a oposição à proposta de reforma administrativa, a oposição à proposta de privatização dos Correios e a defesa da vacina, do emprego e de políticas de combate à fome.

A próxima data nacional de mobilizações deve ser marcada apôs as reuniões de avaliação pelas entidades que coordenam a agenda nacional de lutas 

A concentração começou às 9h na Esplanada do Pedro II

Diversas pautas presentes


Neusa Paviato e Kelli Mafort do MST

Juventude do PT presente

MST e Anti-Fa do Botafogo presentes

Jornalistas pela Vida presente

Trabalhadores dos Correios presente

Juventude do PSOL presente





sábado, 24 de julho de 2021

Em Ribeirão Preto, assentamento Mário Lago recebe a visita do deputado estadual Jorge do Carmo (PT/SP)

 

Debate sobre PL 410 esteve na Ordem do Dia.
Fotos: MST Ribeirão Preto 


Por Filipe Augusto Peres 

Na ocasião, entre outros assuntos, debateu-se a importância de se defender a concessão do direito real de uso e o combate ao PL 410

O deputado estadual Jorge do Carmo (PT/SP) visitou o assentamento Mário Lago, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, no município de Ribeirão Preto, nesta sexta-feira (23). Um almoço foi oferecido no local pelo MST com os alimentos da reforma agrária.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

Deputado Jorge do Carmo PT visita Ribeirão e defende a lei do Despejo Zero

 

Deputado esteve na Vila Nova União, zona norte.

Nesta sexta, 23 de julho, o Deputado Estadual Jorge do Carmo PT esteve em Ribeirão Preto. Na agenda, além de um tradicional café na Única, no centro, houve as visitas ao assentamento Mário Lago, do MST, e à comunidade Vila Nova União, na zona norte. Em discussão a questão da reforma agrária e da titulação de assentamentos rurais e a regularização fundiária urbana e a lei do despejo zero na pandemia. Duas pautas que dialogam diretamente com quem luta por terra e por teto.

A militância política de Jorge do Carmo tem origem na luta popular por terra e moradia e até hoje ele é morador da comunidade Tiradentes, em São Paulo. Jorge é um dos autores da lei do Despejo Zero paulista, aprovado na ALESP e que aguarda análise do governador.

Ainda na agenda, importantes visitas ao Hospital do Câncer de Ribeirão Preto, para onde o deputado destinou verbas, ao projeto social Nova Era e à Creche Carochinha, que atende aos trabalhadores da USP 

VEJA: Deputado visita a Vila Nova União e defende o Despejo Zero

Para Fábio de Jesus, Presidente da ONG Arco-Íris, que acompanhou a agenda do deputado, "a visita do Jorge do Carmo em Ribeirão é muito importante pois sua militância política dialoga muito com as lutas sociais de Ribeirão Preto, principalmente a luta por moradia".


Veja as fotos no Assentamento Mário Lago, Vila Nova União e demais agendas.








Em nova fakenews, Prefeitura de Ribeirão Preto afirma que 50% da população já foi vacinada

 



A Prefeitura de Ribeirão Preto, na ânsia por publicidade e aprovação, confunde e desinforma a população mais uma vez. Em uma peça publicitária publicada em seu site e redes sociais, a prefeitura afirma que 50% da população já foi vacinada contra a Covid-19. 

Na verdade, o número refere-se às pessoas que tomaram a 1ª dose da vacina, o que não significa que a pessoa está com a imunização completa. Os infectologistas são unânimes em dizer que para que pessoa esteja imunizada é preciso que se complete o ciclo de vacinação das duas doses, quando for o caso.

O número de pessoas na cidade com a imunização completa (duas doses mais dose única) na cidade é de 128.186, o que significa apenas 13,3% da população, bem inferior ao número publicado pela prefeitura.

Na semana anterior, a prefeitura já havia se envolvido em outra polêmica publicitária quando publicou que a cidade tinha “Zero pessoas entubadas”. O que a imagem não dizia era que a cidade não tinha pacientes entubados nas Unidades de Pronto Atendimento, UPAs, mas que ainda, naquele momento havia mais de 224 pessoas em leitos de UTIs em hospitais da cidade, dos quais 158 estavam utilizando respiradores.

Tais informações veiculadas pela própria Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto vão na contramão do enfrentamento da pandemia, uma vez que pode passar para a população a perigosa ideia de que a situação está sob controle e que os cuidados sanitários poderiam ser afrouxados de maneira muito precoce e irresponsável.

Em um momento que a variante delta do coronavírus, altamente contagiosa, expande-se no país, é imprescindível que a população seja informada corretamente, pois apenas uma dose da vacina não garante a imunização completa.

A publicação da Prefeitura de Ribeirão Preto é perigosa e irresponsável - deveria ser retirada de circulação para que não causar danos às medidas de enfrentamento à Covid-19.

 por Ailson Cunha

Assentamento do MST em SP recebe oficinas de Curso de Agroecologia da UFSCar

 

O "Curso de Agentes Populares de Agroecologia" é realizado  em parceria entre a UFSCar, o MST, o Centro de Formação  Sócio-Agrícola Dom Hélder Câmara e outros parceiros.
Fotos: Filipe Augusto Peres 

As duas oficinas foram realizadas no Assentamento Mário Lago, nos dias 20 de junho e 18 de julho, em parceria com a UFSCar, MST, o Centro de Formação Sócio-Agrícola Dom Hélder Câmara e diversos outros parceiros

Por Filipe Augusto Peres
Da Página do MST

quinta-feira, 22 de julho de 2021

PróUrbano: o primeiro termo de rerratificação do contrato de outorga de concessão

Os contratos do PróUrbano foram conseguidos pelo Blog O Calçadão mediante Lei de Acesso à Informação. 


Pouco mais de dois anos após a assinatura do primeiro contrato entre a prefeitura e o Consórcio PróUrbano, um contrato de rerratificação (reaprovação) foi firmado entre as partes modificando cláusulas estabelecidas originalmente, mudando prazos, desobrigando a Concessionária de alguns acordados e criando novas obrigações. Entenda o que mudou na época.

Dia 24: cada vez mais importante a mobilização nas ruas

 


Neste próximo sábado teremos a quarta data nacional de mobilização pelo Fora Bolsonaro. Em Ribeirão Preto o ato ocorrerá na Esplanada do Pedro II a partir das 9h da manhã.

É cada vez mais importante as mobilizações nas ruas contra o desgoverno da morte e que mantém uma agenda de destruição do Estado brasileiro e dos direitos dos trabalhadores.

É preciso garantir a vida e cobrar os responsáveis por mais de 500 mil mortes por atraso ou tentativa de corrupção na compra de vacinas. Mas também conscientizar a população da destruição econômica do país: a destruição dos empregos, a volta da inflação e a tentativa de destruição do serviço público brasileiro, incluindo o SUS e a educação pública.

É das ruas que virá os rumos políticos futuros, de restauração de direitos sociais e de um programa soberano de desenvolvimento com inclusão social.

Todos às ruas neste sábado, 24 de julho.

Blog O Calçadão

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Nogueira veta o Despejo Zero

 


Por Filipe Augusto Peres 

O Prefeito de Ribeirão Pre­to, Antônio Duarte Nogueira (PSDB-SP), quase 1 mês após a aprovação do PL 63/21, o Despejo Zero, ignorando a pandemia, o estado de calamidade pública,  resolveu vetá-lo. 

Privatistas atacam os IFs para atacar todo o serviço público

 

O projeto em curso é o de destruição do serviço público

A jogada é conhecida. O projeto privatista, neoliberal, em curso desde a 'ponte para o futuro' de 2016 e continuado pela dupla Guedes/Bolsonaro ganha força com a ajuda da mídia empresarial e seus "especialistas" escolhidos a dedo.

O alvo de ocasião são os Institutos Federais, criados em 2008 e exemplo fundamental de uma educação pública de qualidade e que atende as comunidades em todos os cantos do país.

Já se dizia durante o governo Temer, o governo da "ponte para o futuro", que os IFs eram " muito caros". Agora, em tempos de uma reforma administrativa demolidora para o serviço público, os IFs voltam a serem alvo dos ataques privatista.

Querem privatizar o serviço público brasileiro, com o SUS e a educação pública juntos. A ideia é simples: privatiza, entrega para as empresas, encarece e elitiza o serviço e cria-se bolsas ou "vouchers" para atender aos "pobres".

E o dinheiro que sobra, vai para onde? Vai para o serviço da dívida pública, aquele que sustenta meia dúzia de magnatas rentistas que hoje, por exemplo, dão as cartas na política de preços da Petrobrás e fazem o povo pagar 110 reais em um botijão de gás.

Hoje o Brasil destina 1,3 trilhão de reais anuais para essa verdadeira bolsa rentista. Mas querem mais. A previdência pública já foi parcialmente privatizada em 2019. Agora querem a educação e a saúde, garfando mais cerca de um trilhão de reais para seus bolsos.

E o povo que se lasque. Se não tem gás de cozinha, que use lenha. Se não tem educação pública, que dispute um voucher ou vá trabalhar sem nenhum direito. Se não tem SUS, que morra 

Dados do DIEESE mostram que o Brasil tem falta de servidores públicos e que a grande maioria ganha pouco e não tem aumento salarial há anos. Porém, as poucas carreiras com altíssimos salários e benefícios, como o judiciário, as casas políticas e as forças Armadas permanecem intocadas.

É hora de reagir. O serviço público brasileiro é fundamental para o atendimento da população. E os Institutos Federais se inserem nesse padrão.

É hora de defender os Institutos Federais, o SUS e o serviço público contra o projeto privatista em curso.

Blog O Calçadão

terça-feira, 20 de julho de 2021

Quantas pessoas estão em situação de rua em Ribeirão Preto?

No inverno, o frio se soma à fome

Quantas pessoas estão em situação de rua em Ribeirão Preto? 

Segundo o que foi informado pela Diretoria de Proteção Social da Secretaria Municipal de Assistência Social, em resposta a um requerimento do Coletivo Popular Judeti Zilli PT, não há um censo completo da população em situação de rua na cidade, mas dados obtidos a partir de abordagens feitas pela SEMAS mostram um número de 1227 pessoas (dados de 2018) sendo que há um cadastro com dados pessoais mantido sobre posse da Secretaria. 

Essa população, segundo afirma a própria Secretaria, pode variar bastante em virtude da época das abordagens.

Ocorre que os movimentos sociais que atuam nas comunidades de Ribeirão Preto observam que a crise econômica, agravada pela pandemia, e a fome fazem com que muitos moradores de comunidades, e até das regiões mais pobres da cidade, saíam para a rua em busca de recursos para sua sobrevivência e a de sua família. 

Nesses dias se junta à fome, o frio. São pessoas que necessitam de ajuda e, por mais que as ações voluntárias existam, é o poder público quem tem mais instrumentos de ação integral nesse momento. 

Precisamos dar um olhar humano para esta situação: uma ação integral de assistência às pessoas em situação de rua. A começar pelo programa Acolhe Ribeirão, que tinha o objetivo de alcançar 20 mil pessoas com três parcelas de 200 reais mensais, e que se iniciou atendendo 11 mil pessoas e, agora, passará a atender 13 mil.

Seria preciso ter um olhar específico à população em situação de rua dentro desse programa, inclusive com assistência para o preenchimento do cadastro, etapa necessária para obter o benefício.

Mas a questão é ainda mais profunda. Um atendimento integral, segundo os especialistas, é mais amplo do que somente a distribuição de renda. É preciso uma atenção multidisciplinar permanente, incluindo espaços específicos de acolhida. Ribeirão Preto tem dois: o CETREM e o Centro POP, ambos insuficientes para uma política adequada para o porte de Ribeirão Preto.

No Brasil, a prática mais comum para lidar com a população em situação de rua é transferi-la para outras cidades, seja através de passagens de ônibus ou mesmo vans. E essa abordagem é vergonhosa e indigna.

Segundo o Coletivo Popular Judeti Zilli, "temos feito requerimentos e questionamentos sistemáticos, principalmente da perspectiva do Comitê de Enfrentamento à Pandemia. Temos observado que essa questão é um gargalo na Secretaria e isso tem jogado luzes sobre a necessidade de políticas públicas, principalmente a partir do tensionamento social".

Em 2019, o Blog O Calçadão esteve na praça Schmidt, na região da Baixada, acompanhando a ação de voluntários na assistência à população daquele lugar. Segundo os ativistas, a política para a população de rua é a tentativa de invisibilidade, de transferência para locais onde essas pessoas não são vistas. Segundo as pessoas que viviam ali naquele momento, o desejo era ter uma casa, um emprego, um tratamento para o alcoolismo e a oportunidade, para a maioria delas, de ter uma "vida comum", incluindo o resgate das relações familiares perdidas.

Ricardo Jimenez - editor do Blog O Calçadão