O golpe é amplo, complexo. Tem seu campo político, com o PMDB de Temer se aliando ao PSDB de Aécio para derrubar Dilma e assumir o poder em nome de uma agenda entreguista ordenada pelos grandes magnatas do 'mercado'; e tem o campo jurídico-midiático que age explicitamente contra Lula e o PT também em uma agenda imposta de fora com objetivos de enfraquecer as forças nacionalistas e desenvolvimentistas brasileiras.
Nesse processo, a democracia vai sendo morta, a Constituição de 1988 vai sendo rasgada e a concertação política pós-ditadura, destruída.
O Brasil do golpe vive um Estado de Exceção já bastante consolidado entre pensadores e ativistas brasileiros e cada vez mais compreendido por pensadores, lideranças e ativistas internacionais.
Enquanto a turma do Temer, do Cunha e do Aécio tem dificuldades em avançar com a agenda entreguista no campo político, a turma do Moro (e da Globo) avança no campo jurídico.
A ordem de prisão ilegal, fora dos prazos legais do STF e do TRF4, mostra que Moro ainda se mantém apoiado pelas forças golpistas para seguir com seu objetivo único: eliminar Lula.
Com apoio da Globo, Moro consegue dobrar o STF, apesar da resistência heroica do grupo de 5 ministros garantistas: Gilmar, Tofoli, Levandowski, Celso de Melo e Marco Aurélio.
O golpe joga todas as suas fichas agora e a possível prisão de Lula é um ponto decisivo, para o bem ou para o mal.
Nos meios acadêmicos, políticos e intelectuais daqui e de fora, o golpe já está desmascarado. Mas o golpismo tem as armas da repressão e do autoritarismo ao seu lado, além da mídia hegemônica.
Resta aos democratas capazes de enxergar o caos que se avizinha buscar a unidade.
O foco é único: enfrentar o autoritarismo judiciário à serviço do golpe, denunciar a farsa por trás do slogan 'combate à corrupção', denunciar a atuação ilegal e anti-democrática de Moro, principalmente contra Lula, denunciar a mídia e agir na defesa da reconstrução da democracia.
Passo um: alterar no STF o entendimento da prisão após segunda instância. Passo dois: criar um movimento nacional amplo em defesa da democracia, de eleições livres em outubro e de denúncia das masmorras de Curitiba. Passo três: costurar uma plataforma política possível, defendida pelas lideranças dos partidos anti-golpistas, e que tenha na soberania, nos direitos e no desenvolvimento o seu eixo.
Manter e ampliar a resistência, repudiar e denunciar o arbítrio, defender a democracia e a política como única saída possível.
Blog O Calçadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário