Ponte destruída pela força da lama durante o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Foto: Filipe Augusto Peres |
por @
pela madrugada
o sol na moleira
e o ícone daquela geração
[soberba
prefere a lama
ante à água
com suas mãos mecânicas regojizam a geologia
daquela serra outonal
em íntimo duelo arrasto pela lírica-o toldo sangue e a economia dos seus abismos que predam corações]
senhores-essa sintaxe masculina do poder
o apregoado dos olhos denota
é o favo agudo que estrondas a pedraderradeira
o afazeres do grito
o alfazema do jardim e teu pulso
o relicário antigo
a criança que já não podemos ver o gesto
há em ordem alfabética um silêncio andante
chega-gritará os outros?
a estética do ferro desbotou o horizonte
e os cadáveres
implicarão novos dízimos
outras violetas que a nação
[apodrecem
eu beijei
um a um membro efetivo da canga mineral- são os animais que bestializamos
e tornamos sal e estrume esquecidos no objeto industrial.
Brumadinho [MG]
fevereiro de 2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário