Por Danilo Valentim
Como se não bastasse a política de tratar a educação como
caridade e assistencialismo, vide o episódio da campanha de arrecadação de
material escolar pela cidade, como se não bastasse a mudança da data de
pagamento sem dialogo e de forma autoritária, como se não bastasse as 30
medidas de cortes e retiradas de direitos trabalhistas dos servidores, como se
não bastasse o anuncio de uma política de cortes e de precarização do que é
básico na educação (Como impor a economia de água, força e serviços de manutenção)
como se não bastasse os decretos baixados pelo prefeito, como se não bastasse o
atraso do salário de janeiro, como se não bastasse o atraso das férias, como se
não bastasse jogar a população contra os servidores os culpabilizando pela
crise da cidade tentando passar a ideia de servidores tem privilégios, como se
não bastasse a falta de coordenadores pedagógicos e supervisores nas escolas,
em que, o atual governo baixa decretos impedindo a contratação destes, como se
não bastasse a carta ALIENANTE da secretaria Suely Vilela endereçada aos
professores afirmando que a profissão docente é SACERDÓCIO, e que, devemos ter
criatividade. Agora, em menos de uma semana de aula algumas escolas FALTAM
professores.
Oras Duarte Nogueira e Secretaria Suely Vilella, ter
professores é o básico. O inacreditável é observar o governo demitir 20
professores sabendo que havia a necessidade. Em algumas escolas estão pedindo
para que professores deixem de cumprir seus TDCs (Trabalho Docente Coletivo)
para assumirem a falta de docentes. TDC por lei é horário de formação, e é
ilegal professores assumirem TDAs (Trabalho Docente com Alunos) em horários de
TDCs.
Professores não devem assumir salas de aula nos seus horários de
TDCs, pois além de ser horário de formação, é ilegal. Se assumirmos salas em
horário de formação estaremos contribuindo para camuflar o problema criado pelo
próprio governo, estaremos legitimando a política neoliberal de sucateamento e
precarização, além de prejudicar a sua própria saúde. Quando faltam professores
a responsabilidade de encontrar outro professor é do DIRETOR, e caso o diretor
não consiga, deve ser ele próprio quem DEVE ASSUMIR a sala.
A lógica é perversa, pois primeiro precarizam nossas
condições, e depois sobrecarregam nossa saúde, além de estabelecer
ilegalidades.
Lembrando que as verbas para a compra de material escolar
existem, são vinculadas, assim como uniforme e alimentação. Queremos saber,
cadê as verbas vinculadas a compra de material escolar?
Secretaria Suely Villela, somos profissionais da educação, não sacerdotes. Temos formação em nível superior, investimos tempo, dinheiro,
dedicação e comprometimento. Não temos uma missão redentora, e nem trabalhamos
somente por amor, como vc quer fazer crer nesta carta. A ideia de que temos que
ser criativos é uma falácia. Não é possível ter capacidade criativa sem
condições de trabalho. Professor não é mágico e não faz milagre. Somos
PROFISSIONAIS, e este governo assume mostrando exatamente o que quer,
PRECARIZAR e SUCATEAR a educação. Querem desregulamentar e desprofissionalizar
nossas carreiras.
Vale destacar que este governo quer que a população e os
servidores paguem a conta do esquema de corrupção que há na cidade. Esquema que
envolveu vereadores, empresários, executivo, alto escalão do governo e
sindicato.
Lembrando que o Sr prefeito está citado na lista da
Odebrecht.
Sr prefeito não temos privilégios, temos direitos
conquistadas ao longo de décadas, de muitas lutas históricas de várias
gerações.
Posto isto, é necessário entendermos que a política
educacional em curso no município é a mesma implementada na esfera nacional
pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Uma política que visa enxugar o Estado,
minimizá-lo, retirar direitos sociais e trabalhistas. Uma política de
transferências de recursos públicos para a esfera privada. Um projeto de
exclusão social, de austeridade, e de manutenção do status co.
Para além disso, temos que compreender, que o governo que
assumiu a cidade representa os interesses do capital empresarial, do
agronegócio, do latifúndio, dos banqueiros, de cortes nos direitos dos
trabalhadores, que seguirá a lógica PSDBista privatista de mercado empresarial
histórica desde a década de 1990 no Estado de São Paulo até os nossos dias,
desmontando a educação pública municipal, precarizando e sucateando os direitos
e serviços públicos.
Querem implantar o aprofundamento da agenda neoliberal na
cidade, e para isto seguem a cartilha do capital, que é desmontar a CLT (Leis
trabalhistas), a Constituição de 88, o Estatuto de magistério, e toda a
legislação nacional que garante direitos do professorado.
Sendo assim, será necessário muita resistência e luta para
garantirmos nossos direitos, das crianças e da população. Não podemos perder de
vista que os direitos que temos hoje foram conquistas históricas, e a nossa
geração tem a responsabilidade de preservá-las.
Vamos ocupar os conselhos de escola, APMs (Associação de
pais e mestres), Conselho Municipal de Educação, Conselho do Fundeb e outros
espaços para fiscalizar e garantir que as verbas da educação cheguem as escolas
e que sejam gastas de forma correta. Vamos ocupar para continuar denunciando o
CAOS que é este governo!
Professor: Danilo Valentim
Membro do Conselho Municipal de Educação
Diretor da Aproferp
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