É inegável que Ciro Gomes é um lutador e uma liderança anti-neoliberal.
É também uma figura que faz o combate contra o golpe, se bem que no estilo Ciro, batendo na coalizão política entre Temer e PSDB, o que todos fazem com certa facilidade, e relativizando o papel golpista da Lava Jato e da mídia e o papel omisso do STF no golpe.
Em suma, visando as eleições de 2018, Ciro acende uma vela para deus e outra para o diabo.
Nessa toada, Ciro enxerga outra tática: bater em Lula.
Com isso, busca se tornar a alternativa do meio em meio ao caos em que o país se meteu.
Bota um pé na canoa da esquerda e do campo progressista e outro pé na canoa da mídia, tentando construir uma candidatura de consenso.
Seus últimos movimentos deixam isso bastante claro: acusa Lula de dividir o país ao manter sua candidatura mesmo condenado ao mesmo tempo em que afaga o judiciário, que persegue Lula, e a mídia, deixando claro que a candidatura Ciro não prevê a democratização dos meios, um dos pilares da agenda anti-golpe que se constrói a partir do impeachment.
Essa postura tem até lógica política, mas é uma farsa em matéria de potencial transformador.
O caminho apontado por Ciro é cosmético, raso, vergonhosamente conciliador em um momento em que a democracia brasileira, e o povo brasileiro, são violentados por um movimento golpista neoliberal, anti-democrático e anti-popular.
Ciro não vai a lugar nenhum. Não terá o apoio dos golpistas e não terá o apoio da esquerda.
E mais: Ciro ataca covardemente Lula em um momento em que a maior liderança popular do país é açoitada por uma elite que sempre atuou para sabotar o projeto nacional.
Triste.
Blog O Calçadão
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