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quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Denúncias são graves: a Lava Jato pode ser periciada ou suas entranhas são intocáveis?


Até quando as graves denúncias feitas
por Tacla Duran e pela defesa de Lula
a respeito de fraudes em documentos da Lava Jato
vão ficar sem investigação?


A defesa do ex-presidente entrou com uma petição junto ao juiz Sergio Moro solicitando esclarecimento sobre a versão da força-tarefa da Lava Jato de que não consegue acessar o MyWebDay, sistema de contabilidade paralela da Odebrecht.

O documento pede a Moro que suspenda a perícia em curso até que o Ministério Público Federal esclareça a situação, diga há quando tempo tem conhecido de que não é possível abrir o sistema e qual foi a base para fazer a referência ao MyWebDay na denúncia contra Lula.
A defesa lembra que o MPF negociou com a Odebrecht o acordo de leniência e uma das condições foi a entrega do sistema. A dúvida, levantada pelo advogado Cristiano Zanin Martisn, é se o processo de negociação entre a empreiteira e a Justiça foi pueril - a ponto de não se ter verificado o sistema recebido - ou se o objetivo é deixar de se fazer a prova de que não há registro na contabilidade paralela de valores pagos a Lula.
Uma análise pericial feita a pedido da defesa de Lula afirma que a Odebrecht apresentou documentos fraudados à Justiça como se fossem provas de repasses de propinas a políticos registrados no Drousys, o sistema de contabilidade paralela da empreiteira.
O especialista que analisou papéis anexados pelo Ministério Público Federal em acusação contra o petista diz que alguns extratos têm marcas de montagem ou enxerto. Ele também aponta inconsistências em datas de transações e em assinaturas.
Os documentos fazem parte de ação da Lava Jato que investiga o uso de um apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo do Campo. Para a acusação, a Odebrecht custeou a aquisição do imóvel.
O perito que analisou a papelada da empreiteira é o mesmo que atestou a validade formal dos recibos apresentados por Lula como prova de que ele pagou o aluguel do local.
Entre os registros analisados pelo especialista estão extratos apresentados pela Odebrecht de movimentações na filial de um banco que a empreiteira comprou no Caribe, o Meinl Bank.
Rodrigo Tacla Durán, advogado que prestou serviço para a empreiteira e está foragido na Espanha, já havia dito que a empresa manipulou dados desta instituição financeira.
As informações são da coluna Painel da Folha de S.Paulo.

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