é abrir porta de pedra:
não para o lucro de poucos,
mas para o pão de todos
porta
de pedra não se empurra
com moeda do norte;
ela cede à força
de mãos em mutirão
a semente cruza o próprio mar
se a porta do norte
se fecha com cadeado,
há sulcos no sul
onde a chave é enxada
o sul traz
arroz das águas lentas
outro envia
mel do cerrado vivo
partilhamos
milho crioulo e feijão de corda;
os mais distantes
semeiam trigo orgânico entre ervas nativas
entre rios que irrigam hortas
e ventos que espalham pólen,
circula o comércio sem patrão,
onde o peso não é moeda
mas medida de confiança
o que se vende
não é mercadoria,
é alimento livre
de dívida e de fome
o que se compra
não é produto,
é a certeza de comer
sem envenenar a terra
o mar próprio é mercado
quando leva mudas entre irmãos
o rio é mercado
quando troca peixe por raízes
o mapa é pedra bruta
talhada em caminhos de feira
e o globo é pilão de barro
que gira com as mãos dos povos
soberania
é isso:
não pedir ao patrão global
que abra a porteira;
é plantar na cerca,
derrubar o arame,
e fazer do chão ocupado
com moeda do norte;
ela cede à força
de mãos em mutirão
a semente cruza o próprio mar
permanece em solo próprio
brota sem veneno,
alimenta quem planta
e quem come
brota sem veneno,
alimenta quem planta
e quem come
se a porta do norte
se fecha com cadeado,
há sulcos no sul
onde a chave é enxada
o sul traz
arroz das águas lentas
outro envia
mel do cerrado vivo
partilhamos
milho crioulo e feijão de corda;
os mais distantes
semeiam trigo orgânico entre ervas nativas
entre rios que irrigam hortas
e ventos que espalham pólen,
circula o comércio sem patrão,
onde o peso não é moeda
mas medida de confiança
o que se vende
não é mercadoria,
é alimento livre
de dívida e de fome
o que se compra
não é produto,
é a certeza de comer
sem envenenar a terra
o mar próprio é mercado
quando leva mudas entre irmãos
o rio é mercado
quando troca peixe por raízes
o mapa é pedra bruta
talhada em caminhos de feira
e o globo é pilão de barro
que gira com as mãos dos povos
não pedir ao patrão global
que abra a porteira;
é plantar na cerca,
derrubar o arame,
e fazer do chão ocupado
uma roça coletiva
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