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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

No assentamento Mário Lago, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e Instituto Nova Era oferecem oficina de agrofloresta


O modo de produção agroflorestal, além de produzir mais que a monocultura, ainda desenvolve o meio ambiente.
Foto: Filipe Augusto Peres 


O MST, em Ribeirão Preto, no Assentamento Mário Lago, entre os dias 18 e 20 deste mês, em parceria com o Instituto Nova Era, ofereceu a “Oficina de Agrofloresta”. 

Cerca de 20 pessoas participaram de todo o processo de ensino-aprendizagem do técnico agroflorestal Namastê Messersschimidt ocorrida em varios locais diferentes ao longo dos três dias: Centro de Formação Dom Hélder Câmara, lotes de assentada e assentado pela reforma agrária e na Brigada Ana Primavesi, do acampamento Paulo Botelho. 

No primeiro dia, no Centro de Formação Dom Hélder Câmara, Namastê destacou a importância do modo de produção agroflorestal para o assentamento Mário Lago.

“A agrofloresta aqui é muito importante. O lote é de 1,5 hectare o que torna muito importante aproveitar o máximo possível o seu espaço. Na agrofloresta nós aproveitamos os estratos. A gente consegue ter várias plantas no mesmo espaço, no mesmo lugar. 

Isto faz com que se tenha uma produtividade maior. Existe uma pesquisa no lote de um agricultor que mostra que em 1 hectare ele conseguiu produzir 65 toneladas de alimentos em um ano. É uma produtividade bem alta. Se você pegar a batata, por exemplo, ela dá 16 toneladas de alimentos por hectare/ano. A soja dá quatro. Você sai de uma monocultura e vai para um sistema diverso que produz muito mais”.

Só na região de Ribeirão Preto, a Rede Agroflorestal e o MST doaram mais de 30 toneladas de alimentos saudáveis à população em situação de insegurança alimentar.

O técnico em agrofloresta ainda destacou a questão ambiental deste modelo de produção.

“Além de estar produzindo, trazendo todos os serviços ambientais: sequestrar carbono, mudar a paisagem, plantar árvore, fazer com que o solo chupe mais água. E tudo isso vem como bônus da produção de alimentos”.


Oficineiros vivenciaram durante 3  dias teoria e prática em agrofloresta no Assentamento Mário Lago.
Foto: Filipe Augusto Peres

No sábado, durante visita ao lote de uma assentada pela reforma agrária, os agrofloresteiros vivenciaram o manejo de frutas, além de colocar árvores de estratificação.

“Hoje nós fizemos uma oficina para a produção de limão e a ideia foi colocar em ilhas o estrato alto: Cedro, Ipê e junto plantar mandioca, plantar comida nessas ilhas. Foi um processo bem interessante”, afirmou o agrofloresteiro e educador ambiental José Ferreira, o Paraguai.

Neste domingo, os oficineiros puderam vivenciar questões teóricas sobre o manejo agroflorestal. Em seguida, os acampados construíram, coletivamente, um desenho de agrofloresta voltada mais para a roça ao invés da hortaliça, em função da época, da estação climática. 

No último dia, a oficina aconteceu na Brigada Ana Primavesi, do acampamento Paulo Botelho.
Foto: Joaquim Lauro Sando.

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