Ontem,
na calada da noite, em uma “pedalada regimentar” promovida por
sua excelência Eduardo Cunha (PMDB -RJ), foi aprovada a PEC 171/93. O
que isso implica para a sociedade? É algo bom?
A
redução da menoridade penal implica tratar os adolescentes como
meios e não como fins em si mesmo. Meios para garantir uma pseudo
sensação de segurança. Isso porque se atribuiu a eles a
responsabilidade pelo aumento da violência no Brasil. O PIG tem se
empenhado em (des)construir uma imagem dos adolescentes negros e
pobres transformando-os em cavaleiros do apocalipse burguês. O que
não se mostra é que a violência praticada por menores não
corresponde a 1% dos crimes hediondos ocorrido em todo nosso país.
Outro
ponto importante, é que essa redução abre portas para precarização
da educação. Pois, a partir do momento em que os jovens são
imputáveis eles ficam fora da prerrogativa legal da obrigatoriedade
do ensino. Dessa maneira, cria-se uma forma de exclusão cultural que
conduz os jovens desvalidos para além da margem social. Em outras
palavras, cria-se uma exclusão social mais ampla com respaldo legal.

Não
se pode falar em direitos humanos quando eles são negados. A redução
da menoridade penal no Brasil é a negação desses direitos àqueles
que deveriam ser os primeiros a serem protegidos pelo Estado. Com
isso se reduz a corresponsabilidade governamental de garantir o pleno
desenvolvimento e delega-se à sorte na vida o desenvolvimento
cidadão, pessoal, cultural e psicológico dos jovens.
Em
resumo, é mais fácil prender um jovem que não é obrigado a votar
do que um adulto que vota.
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