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terça-feira, 14 de julho de 2015

A enorme força do financismo mundial e a nossa luta!

O financismo mundial permanece com enorme força e ditando as regras no mundo, mesmo que seja necessário o uso da força e do discurso terrorista.

A estrutura mundial criada após as crises do petróleo nos anos 70 e consolidada nos anos 80, por Reagan e Thatcher, transformaram o mundo em um grande banco de investimentos onde meia dúzia de magnatas nadam em rios de dinheiro retirados em última instância da força de trabalho de bilhões de seres humanos.

Os Estados nacionais, antes instrumentos políticos e propositores de políticas públicas de diminuição das desigualdades e de humanização do capitalismo, característica dos anos pós guerras e pós crise de 29, se transformaram em meros chanceladores das decisões do "mercado". Qualquer tentativa em contrário é imediatamente bombardeada, seja pela ação de força direta, seja pela ação ideológica de uma mídia mundial aliada do sistema.

As expressões "soberania nacional, "projeto nacional", "proteção da economia" e "regulação das transações financeiras" se tornaram parte do novo index librorum prohibitorum da modernidade financista e neoliberal. Nos anos 2000 alguns líderes sul-americanos ousaram enfrentar o sistema. A mídia os taxou de "caudilhos bolivarianos". Enfrentaram e enfrentam até hoje as consequências de suas posturas, vide Venezuela, Argentina e Brasil.

Esse sistema acaba de mostrar novamente enorme força ao enquadrar e impor um acordo escorchante à valente Grécia. O Tsipras, mesmo tendo por detrás a legitimidade do povo, cedeu. Imagino o quanto não foi ameaçado. A possibilidade de sair da zona do euro sem ter outro padrão monetário ao qual recorrer é de fato um cenário de horrores.

A luta é pesadíssima.

Porém, se antes as poucas vozes dissonantes do sistema bradavam sozinhas, hoje contam com um apoio inesperado, o do Papa Francisco. Seu discurso no Encontro Mundial de Movimentos Populares na Bolívia legitimando a luta por teto, terra e direitos coletivos foi um marco histórico. Sua análise do atual capitalismo desfocado da economia real e produtor de desigualdades é igualmente importante. Sua análise do papel da mídia como partícipe desse esquema é impressionantemente impactante.

Não é possível prever o futuro, mas devemos ter claro que a nossa luta é legítima, independente do poder do adversário. Se há algo que a história nos ensina é que não há nenhum poder maior que a força do povo, das massas. Portanto, a nossa luta é e sempre foi a de conquistar e conscientizar as massas, tendo a exata noção da complexidade dessa luta.

Se ontem eu estava pessimista, hoje estou cético e pragmático. Na luta, companheiros!

Ricardo Jimenez


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