sexta-feira, 8 de março de 2024
Mulher com N - por Silvia Seixas
MULHER COM N
Trecho retirado do material de trabalho Mulher com N
MULHER COM N
Trecho retirado do material de trabalho Mulher com N
Silvia Helena Seixas Alves -Pedagoga
Sempre fico a pensar no 8 de março. Refletindo de forma profunda e nada imparcial, o que é o feminismo e todas as lutas que o compõe, presenciadas por nós ou não! Imaginando a luta de mulheres operárias, a construção das mulheres antes e depois do surgimento da indústria, e depois sua “revolução”, luta incansável e sangrenta pelo direito ao voto e todas, na sua era e geografia, possuem o meu respeito e reverência!
Mas há questões urgentes a serem consideradas, quando falamos deste feminismo. Há um feminismo que precisa ser difundido e resgatado. E essa luta não é exclusiva por um feminismo ligado, essencialmente, ao capitalismo e, por consequência, às mulheres brancas. Queremos construir com todas, mas garantindo nosso protagonismo!
A presença do Feminino Negro no país de novos contornos à luta: passou-se debater sobre a importância dos recortes raciais e de gênero nas mobilizações de direitos humanos.
Como o racismo violento que mulheres negras sofrem no cotidiano e mesmo com o 8M, criado pela ONU em 1975, há muito o que lutar, que denunciar, e, especialmente, defender. Privilégios que se arrastam por anos e continuam causando injustiças e desigualdades.
Mas há um grupo de mulheres, das quais sua luta, sofrimento, não é menor que nenhuma história do capitalismo. Peço licença para uma viagem mais longa: e isso é só um pouquinho de história. Vamos a ela:
As Candaces, mulheres que compunham, na África Subsaariana entre os séculos III AEC e IV EC 15, tendo suas mães, esposas e irmãs assumindo papeis sociais e políticos.
Nzinga foi a rainha reinante (Angola) do Reino do Dongo entre 1624 e 1626 e fundadora e rainha do Reino da Matamba, reconhecida por Portugal como Ana I e reinando de 1631 até sua morte em 1663. Nzinga Mbandi foi uma importante estrategista militar e política durante a presença portuguesa nas regiões correspondentes à atual .
Travou grandes batalhas e tratados de aliança e paz com os portugueses, na qual envolvia a vassalagem dos reinos nativos africanos e escravidão dos mesmos para a Europa e o Brasil
Angela Davis é uma professora e filósofa socialista estadunidense que alcançou notoriedade mundial na década de 1970 como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos, dos Panteras Negras, por sua militância pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial nos Estados Unidos, referência entre os marxistas e por ser personagem de um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da recente história dos EUA.
Maria Felipa-Nasceu escrava, mas depois de liberta colocou a liberdade como maior tesouro de sua vida, moradora da Ilha de Itaparica, negra, alta, desde cedo aprendeu a trabalhar como marisqueira, pescadora, trabalhadora braçal que aprendeu na luta da capoeira a brincar e a se defender, que vestia saias rodadas, bata, torso e chinelas, foi líder de um grupo de mais de 40 mulheres e homens de classes e etnias diferentes, onde vigiava a praia dia e noite a fortificando com trincheiras para prevenir a chegada do exército inimigo, e organizava o envio de alimentos para o interior da Bahia (recôncavo), atuando na luta pela libertação da dominação portuguesa."
"Dandara liderou soldados palmaristas na luta dos quilombolas contra os portugueses e também ajudava na manutenção do quilombo, trabalhando nas colheitas e na caça. Foi capturada pelos portugueses, e, para não ser escravizada,"
Lélia Gonzalez : intelectual, autora, ativista, professora, filósofa e antropóloga brasileira.É uma referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe no Brasil, América Latina e pelo mundo, sendo considerada uma das principais autoras do Feminismo Negro no país. Ademais, foi pioneira em pesquisas sobre Cultura Negra no Brasil e cofundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN-RJ) e do Movimento Negro Unificado (MNU).
Benedita da Silva, Maria Helena Ramos de Oliveira, Marielle Franco, Luana, Leci Brandão e tantas outras mulheres, em que a luta se iniciou muito antes do processo da industrialização.
Enfim, são muitas mulheres cuja vida e sinônimo de LUTA. Luto e sinônimo de Luto. história Construída no sofrimento. Sobretudo, acredito que e necessário que o Dia 8 de Março, seja também construído para além do M Mulher e Março, com N Negro e Negação da História. Conclamo as mulheres, a conjugarem o fim do machismo, no mesmo tempo verbal que o fim do RACISMO, e para além das histórias, os dados oficiais pedem isto. A cada dez mulheres vítimas de feminicídio SETE são NEGRAS. Eu e nem você devemos ser tolerantes com essa estatística vergonhosa!
Fonte biografias:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62353785
https://pt.wikipedia.org/
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