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sábado, 8 de março de 2025

Mulheres tomam as ruas de Ribeirão Preto em ato pelo Dia Internacional da Mulher

 

Em torno de 200 mulheres marcham pelo centro da cidade em ato do Dia Internacional da Mulher
Fotos: @filipeagustoperes

Manifestação reuniu movimentos sociais, sindicatos, partidos políticos, entidades e lideranças feministas na luta por direitos e justiça social

Na manhã deste sábado (8), cerca de 200 mulheres se reuniram em frente ao Teatro Pedro II, no centro de Ribeirão Preto, para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres. O ato, organizado por movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos, teve como lema “Mulheres nas ruas contra a violência, a fome, o fascismo e o racismo! Pelo aborto legal! Sem anistia para torturadores!”.

O evento contou com a participação de diversas organizações feministas e populares, incluindo o Movimento de Mulheres Olga Benario, Revolução Solidária, ABRAFH, PT Mulheres, PSOL Mulheres, Juntas!, Resistência Feminista, CMADS, UNEGRO, Coletivo Diversas, PCB, Resistência Caipira, Comitê Permanente da Causa Humanitária Palestina, MST e o Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto

Durante o ato, mulheres de diferentes setores discursaram sobre a importância da mobilização contínua contra a violência de gênero, as desigualdades estruturais e a necessidade de políticas públicas efetivas.

Camila (PT) mediou o ato

“Não é um dia de festa, é um dia de luta”

A manifestação destacou o caráter combativo da data, ressaltando que o 8 de Março não é um dia de homenagens, mas uma jornada de luta. Aline, do Movimento de Mulheres Olga Benario, destacou a sobrecarga que recai sobre as mulheres na sociedade.

“Nós ganhamos menos nas mesmas funções, somos nós que sofremos com jornadas duplas, triplas e quádruplas. O Brasil bate recorde de feminicídio todos os anos. Estamos sendo mortas pelo simples fato de termos nascido mulheres” .

Já Jaqueline Moraes, professora da rede pública e integrante do coletivo Juntas!, ressaltou o impacto do machismo estrutural e a alarmante estatística da violência de gênero.

“Semana passada, uma adolescente de 17 anos foi assassinada pelo ex-namorado. Esse machismo mata. No Brasil, uma mulher sofre violência física a cada sete minutos” .

O debate sobre o direito ao aborto legal também foi pauta central do ato. Annie Hsiou, do coletivo Juntas! e integrante da direção do ANDES e da ADUSP, alertou sobre as ameaças da extrema-direita ao direito ao aborto no Brasil e a necessidade de ampliar a mobilização social para garantir essa conquista.

“A criminalização do aborto é uma questão que afeta todas as mulheres. Precisamos enfrentar a extrema-direita e defender nossos direitos reprodutivos” 

Violência contra a mulher, direito sobre o próprio corpo e desigualdade: temas centrais da mobilização

A defesa ao aborto legal foi uma das pautas

A luta contra a violência de gênero também foi abordada por Duda Hidalgo, vereadora pelo PT, que destacou a importância de garantir atendimento adequado às vítimas e lembrou da inauguração da nova Delegacia de Defesa da Mulher 24 horas em Ribeirão Preto.

“A Delegacia de Defesa da Mulher 24 horas é um direito que vem sendo negligenciado pelo governo. O aumento dos casos de feminicídio exige que tratemos essa pauta com urgência” .

O ato também contou com a presença de Fátima Suleiman, do Comitê Permanente da Causa Humanitária Palestina, que relacionou as lutas feministas globais às condições das mulheres palestinas.

“A guerra deixou milhares de mulheres viúvas e mães que perderam seus filhos. A luta da mulher palestina é uma luta da humanidade” .

Além disso, Silvia Diogo, covereadora do Coletivo Popular Judeti Zilli (PT), enfatizou a luta das mulheres por igualdade salarial e melhores condições de trabalho.

“A vida para nós, mulheres, não é fácil. Desde o salário mais baixo até as condições precárias no mercado de trabalho, enfrentamos desigualdades diárias. Precisamos lutar por uma sociedade onde homens e mulheres tenham as mesmas oportunidades” .

Mobilização pelo direito à alimentação saudável

Além das pautas de violência de gênero e direitos reprodutivos, a segurança alimentar foi um dos temas levantados no ato. Nivalda Alves Jesus, da direção estadual do MST, destacou a necessidade de uma luta conjunta por uma alimentação saudável e contra os impactos dos agrotóxicos na vida das mulheres trabalhadoras do campo e da cidade.

“Não aceitamos veneno na mesa das trabalhadoras. A luta das mulheres também é pela agroecologia e pelo direito a uma alimentação saudável. O agronegócio produz veneno e não alimenta a nação, mas mata. Enquanto isso, nós, mulheres do MST, seguimos cultivando agroflorestas, garantindo alimentos saudáveis e lutando pelo direito à terra e à soberania alimentar” .

Nivalda também destacou que as mulheres sem terra enfrentam dificuldades não apenas para produzir alimentos saudáveis, mas também para garantir moradia digna e acesso a transporte para escoar sua produção.

“A agroecologia é uma forma de resistência contra um sistema que privilegia grandes produtores e envenena nossa população. Queremos um Brasil onde todas tenham acesso à terra para plantar, produzir e alimentar suas famílias com dignidade”.

Uma luta permanente

As participantes reforçaram que o 8 de Março não é apenas um dia de protesto, mas um marco dentro de uma luta diária por igualdade e justiça socialLurdinha, do Diálogo de Ação Petista, destacou a necessidade de união frente aos retrocessos políticos.

“A ofensiva contra as mulheres é grande, e só unidos podemos reagir. O direito ao aborto está sob ataque e precisamos resistir”

Após as falas, as manifestantes marcharam pelo centro de Ribeirão Preto, entoando palavras de ordem e reafirmando as pautas.

O ato ocorrido em Ribeirão Preto fez parte da agenda nacional de atos pelo Dia Internacional da Mulher. 

Mais fotos









































































Obs: Todas as fotos publicadas por @filipeaugustoperes nesta matéria podem ser utilizadas pelos movimentos, sindicatos, entidades e partidos políticos participantes do ato livremente, desde que não sejam descontextualizadas do ato em si e o devido crédito seja dado.




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