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Reparação ocorreu após 50 anos. Imagem gerada por IA |
"Após quase 50 anos, União é condenada a indenizar viúva de Vladimir Herzog"
Por Justiça Federal
A Justiça Federal determinou que a União promova o pagamento de pensão mensal, permanente e continuada no valor de R$ 34.577,89 a Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog. A decisão reconhece a condição de anistiado político post mortem de Vladimir Herzog, morto sob tortura durante a Ditadura Militar.
Na sentença, o juiz Anderson Santos da Silva, da 2ª Vara Federal da SJDF, destacou que, "diante das fartas evidências a respeito da detenção arbitrária, da tortura e da execução extrajudicial de Vladimir Herzog, o pedido autoral de reconhecimento de sua condição de anistiado político, com as suas consequências legais, apresenta plausibilidade jurídica."
A decisão também levou em consideração a idade avançada de Clarice Herzog, de 83 anos, e seu diagnóstico de Alzheimer em estágio avançado.
Quem foi Vladimir Herzog
Vladimir
Herzog foi um jornalista, professor e escritor brasileiro de origem iugoslava,
naturalizado brasileiro. Ele se tornou um símbolo da luta pela democracia e
pelos direitos humanos no Brasil após sua morte, ocorrida em 25 de outubro de
1975, durante a ditadura militar.
O Caso Vladimir Herzog
Herzog era
diretor de jornalismo da TV Cultura e foi convocado para depor no DOI-Codi
(Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa
Interna), em São Paulo, sob suspeita de ligação com o Partido Comunista
Brasileiro (PCB), que era ilegal na época.
No dia
seguinte à sua prisão, foi anunciado que ele havia cometido suicídio dentro das
dependências do DOI-Codi. No entanto, as evidências indicam que ele foi
torturado até a morte. A versão oficial do suicídio foi amplamente contestada,
e uma foto forjada de Herzog "enforcado" dentro da cela se tornou um
símbolo da repressão brutal da ditadura.
Impacto e Justiça
A morte de
Herzog gerou uma forte reação da sociedade civil, levando a protestos e a um
movimento por justiça. Em 1978, sua viúva, Clarice Herzog, entrou com uma ação
contra a União, e a sentença judicial reconheceu a responsabilidade do Estado
pela morte de Vladimir Herzog. Somente em 2012, a Comissão Nacional da Verdade
reafirmou oficialmente que ele foi assassinado sob tortura.
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