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sábado, 19 de julho de 2025

Feiras Solidárias doam mais de 2 toneladas de alimentos saudáveis em Ribeirão Preto

 

Em torno de 250 famílias foram beneficiadas com cestas agroecológicas 
Fotos: @filipeaugustoperes


MST,MTST e PSOL doam 2,5 toneladas de alimentos da reforma agrária à comunidade urbana Nova Geração

Nesta sexta-feira (18), em Ribeirão Preto, organizado pela corrente Revolução Solidária/PSOL, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) junto ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e ao Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) doaram 2,5 toneladas de alimentos à Comunidade Urbana Nova Geração, em Ribeirão Preto. O evento foi aberto para a população e ocorreu na Avenida Luís Augusto Gomes.

As Feiras Solidárias são articuladas pelo governo federal e pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL/SP) que destina as emendas para que a feira se realize. A partir disso, a CONAB compra os alimentos dos pequenos agricultores e esses alimentos são distribuídos nas feiras.

Representando o partido e o deputado federal, apoiando as Feiras Solidárias, a deputada estadual Ediane Maria (PSOL/SP) também esteve presente e participou da Feira. 

Juntamente à representantes da Direção Estadual do MST/SP, Débora Lima, da Coordenação Nacional do MTST, presidenta estadual do PSOL/SP, e a vereadora Duda Hidalgo (PT) também participaram da ação distribuindo alimentos.

Ao todo, foram distribuídos mais de 2,5toneladas de alimentos agroecológicos,frutos da Reforma Agrária como bananas, abóboras, beterraba, alface, berinjela, mandioca. 

Nivalda Alves durante entrega alimentos saudáveis 

Presidenta da Comater e integrante da Direção Estadual, Nivalda Alves destacou que a distribuição de 2,4 toneladas de alimentos produzidos pela Cooperativa de Mulheres do assentamento Mário Lago, se trata de uma produção certificada, baseada na agroecologia e na agrofloresta. Nivalda ainda ressaltou a importância da parceria entre diferentes atores para garantir o acesso a alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos, e afirmou que somente o MST tem conseguido realizar esse tipo de iniciativa voltada à classe trabalhadora.

“Hoje, nós estamos aqui distribuindo duas toneladas e quatrocentos quilos de alimentos produzidos pela Cooperativa de Mulheres do assentamento Mário Lago. É uma cooperativa certificada, que trabalha com a agroecologia, com a agrofloresta. Estamos aqui hoje numa grande ação em parcerias para distribuir alimento de qualidade, alimento sem veneno, onde só o MST consegue fazer, que é distribuir alimento sem veneno para toda a comunidade, para toda a classe trabalhadora”.

Ao lado da deputada estadual Ediane Maria, Duda Hidalgo realiza fala durante a atividade

A vereadora Duda Hidalgo (PT/SP) destacou a dimensão da ação realizada. 

“Hoje estamos distribuindo duas toneladas de alimentos. Isso não é pouca coisa — é muito! Isso faz parte de um movimento gigantesco que temos no Brasil e que está na luta pela reforma agrária.”

A vereadora criticou a desigualdade social e a concentração de riqueza na cidade: 

“Estamos numa cidade bonita, mas muito desigual. Tem gente ganhando muito dinheiro com a cana-de-açúcar e que não doa nada. Quem vem aqui fazer doação é o movimento social, é o MST — que se preocupa com o meio ambiente, com o que está sendo produzido e com alimentar pessoas de verdade. A preocupação aqui não é encher o bolso dos ricos, mas encher o prato da população.”

Ela também valorizou o protagonismo dos assentamentos na produção dos alimentos doados: 

“Essas duas toneladas de alimentos não caíram do céu. Foram produzidas por essas pessoas que estão aqui hoje, doando, lutando, resistindo. É fruto do trabalho e da solidariedade do povo.”

Deputada Estadual Ediane Maria e Artemízia Torres durante o ato

Durante o evento, a deputada estadual Ediane Maria (PSOL/SP) destacou a importância das Feiras Solidárias como forma concreta de combater a fome e denunciar as desigualdades sociais. Ao lembrar sua trajetória como trabalhadora doméstica, Ediane ressaltou a ausência do Estado nas periferias e a força dos movimentos sociais para ocupar esse vácuo.

“Quando cheguei a São Paulo, em 2002, para trabalhar como empregada doméstica, vi de perto a necessidade real das pessoas. Jogam a gente na periferia e, depois, ainda dizem que somos vagabundos e oportunistas. O que querem, na verdade, é nos varrer das nossas casas”, afirmou. 

Ela criticou a falta de serviços básicos, como asfalto, água, energia e até mesmo CEP nas áreas periféricas, destacando que os moradores querem pagar pelas contas, mas não têm acesso à infraestrutura. 

“Eles não querem que a gente exista”, completou.

A parlamentar defendeu o projeto das Feiras Solidárias como uma resposta concreta à crise alimentar e à negligência do poder público.

 “Todo mundo aqui sente no bolso o preço dos alimentos. Vai no mercado e não consegue comprar sal, açúcar, arroz, feijão. A cesta básica está cara”, disse. Segundo ela, os setores ligados ao agronegócio e seus representantes políticos não demonstram qualquer preocupação com essa realidade.

Ediane criticou diretamente o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmando que ele “se acha o prefeito da cidade”, mas não tomou medidas para reduzir o preço da cesta básica em São Paulo. 

“Enquanto o presidente Lula zerou os impostos da cesta básica no governo federal, Tarcísio se recusou a fazer o mesmo no estado. Preferiu zerar o imposto da soja, que vale R$ 7 mil por tonelada, para beneficiar o agronegócio”, denunciou.

Débora Lima, da Coordenação Nacional do MTST

A presidenta estadual do PSOL/SP e integrante da Coordenação Nacional do MTST, Débora Lima, ressaltou a importância da presença concreta dos movimentos sociais nos territórios, com ações que aliam solidariedade e mobilização política.

“Nossa luta só faz sentido quando a gente está com o pé no barro e ajudando as famílias”, afirmou. 

Débora destacou o papel da Cozinha Solidária, projeto do qual é cofundadora ao lado das Gêmeas, e exaltou a atuação de Artemízia — militante do PSOL e ex-candidata à vice-prefeita — a qual, segundo ela, representa a renovação popular necessária na política municipal.

Débora também criticou a atuação de autoridades locais que, segundo ela, ignoram as necessidades das populações mais vulneráveis.

 “A gente está cansado de ver pessoas no poder que não estão nem aí pra nada.”

Como exemplo, citou a mobilização recente em uma comunidade de Ribeirão afetada por obras que favoreceram interesses empresariais em detrimento das famílias locais.

Artemízia Torres

Liderança comunitária, integrante do PSOL, Artemízia Torres, destacou a primeira vez da Feira Solidária na comunidade urbana Nova Geração e agradeceu o apoio da deputada estadual Ediane Maria e do MST.

“Hoje a nossa primeira Feira Solidária e eu quero muito agradecer a deputada Estadual Ediane Maria e o MST por ter nos ajudado nos apoiado a que isso acontecesse foi lindo de se ver foi tudo assim impecável então assim a palavra de hoje é gratidão”

Uma parte dos alimentos foram distribuídos em comunidade sem nome localizado na Esplanada da Estação.

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Todas as fotos podem ser utilizadas por aquelas e aqueles que realizam a luta popular, desde que deem os devidos créditos : @filipeaugustoperes

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