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quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Para Chico Buarque... Por Shirley Viana



Assisti ao documentário Chico, Um artista brasileiro! E fazer isso me deixou ainda mais encantada e fã desse grande ídolo.

Muito mais do que mostrar o artista, o documentário também mostra um ser humano incrível.

Ele é um cara bem humorado e dono de uma inteligência afrodisíaca, diferente do Chico dos palcos, onde ele demonstra certa timidez.

Chico é daqueles que sabem rir dos seus erros e defeitos.

Dono de uma consciência crítica e ao mesmo tempo libertadora.

Em uma época de represálias e censura, ele não se calou e, através da sua música e da sua escrita, se impôs perante a ditadura militar.

Seu trauma dos palcos veio de quando ele teve que ficar na Itália e não podia voltar ao Brasil. Nessa época ele era obrigado e fazer shows e sentia que sua música ficava apenas como som ambiente para os italianos.

Ao falar de sua família, ele não só demonstra que é um homem acima do seu tempo como também um homem que evoluiu com o tempo.

Ele conta de como seus netos lhe trazem novidades musicais e até coisas às vezes dos anos 70 e que tinham passado despercebidas.

Faz um alerta dizendo que de forma alguma o país é brega, pois na época a bossa nova foi produzida por uma elite e que mostrava apenas uma parte do Brasil, considerada 'bonita', e não toda a sua realidade. E que hoje as músicas trazem toda essa realidade em suas letras, com misturas e diversidades culturais em todos os níveis.

Vi um ídolo humilde ao falar dos países que só o conhecem como escritor, onde seus livros são bastante vendidos mas que nunca ouviram uma música sua.

No documentário, Chico fala sobre sua amizade com Vinícius de Morais, Tom Jobim e Toquinho e do quanto gosta de tomar cerveja e fumar seu cigarro.

Conta de sua conversa com o poeta Manuel Bandeira, que revelou a ele a existência de um irmão alemão por parte de pai. e de suas buscas na Alemanha por este irmão que morreu aos 50 anos de idade.

Nos anos 70, Chico dá uma declaração onde dizia que artista não tem sexo. E em um programa de televisão, Chico é questionado por uma telespectadora que já que ele considerava que artista não tinha sexo, se ela podia, então, considerar que ele era homossexual.

Eis que Chico lhe dá a seguinte resposta: 'quando eu escrevo eu posso ser homossexual, mulher, operário, homem, enfim, eu posso ser tudo'.

Nessa resposta ele demonstrou a grandiosidade do escritor, compositor e artista que ele é.

Chico é poesia!

Chico é canção!

Chico é música, letras e partituras!

Chico é o ídolo que nunca irá morrer, ficará encantado, ternamente marcado.

Shirley Viana é atriz e professora de Teatro.






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