quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Implosão do PSDB espalha a direita por partidos históricos e isola a esquerda!
Há uma transformação ocorrendo na política partidária brasileira e que vem sendo conduzida pela crise política da chamada 'Nova República'. Essa transformação, que é lenta e já vem de alguns anos, pode ser precipitada pelo movimento de implosão do PSDB.
A saída do Álvaro Dias para o PV pode deflagrar uma importante debandada no principal partido da direita brasileira. Cogita-se a saída do governador Alckmin para o PSB e de José Serra para o PMDB ou para o seu sempre fiel PPS.
Essa movimentação afetará bastante o campo político. Primeiro porque espalha a direita por partidos históricos e que tradicionalmente defendem bandeiras da esquerda. O PV já um caso antigo, 'endireitou' há anos, na contramão europeia onde os 'verdes' são de esquerda. Álvaro Dias foi para o lugar certo. Mas a provável ida de Alckmin para o PSB será bombástica.
Será o fim do projeto construído por Arraes e a saída do PSB da histórica unidade da esquerda, construída nas várias vezes em que se montou a Frente Brasil Popular.
Algo parecido aconteceu com o PDT com a entrada há alguns anos do Paulinho da Força. Hoje a realidade do PDT em São Paulo é a de ser um partido de direita (em Ribeirão Preto é direita reacionária). A entrada de Ciro Gomes é um esforço de movimento contrário, que já deu um resultado positivo: a saída do gelatinoso Cristovam Buarque, aliado de primeira hora dos coxinhas e dos golpistas.
É possível enxergar um espalhamento da direita por vários partidos e um certo isolamento do PT e do PCdoB à esquerda. Essa reacomodação de forças monta a batalha da eleição de 2018. Alckmin (PSB), Serra (PMDB ou PPS), Aécio (PSDB), Álvaro Dias (PV) e Marina (Rede) são todos representantes do neoliberalismo puro, são os protótipos do Macri, atual Presidente Argentino. É a bandeira do Estado mínimo espalhada por várias candidaturas.
Do outro lado ficam PT e PCdoB buscando uma forma de se contrapor a isso e prosseguir na defesa de um projeto popular e desenvolvimentista. Mas não se pode afirmar isso categoricamente, pois tudo vai depender de como e de que forma o PT sairá dessa crise. Enquanto Dilma privilegia uma reforma da previdência, o PT e suas bases sociais defendem mudança na política econômica. Essa DR precisa de uma conclusão até 2018 e passará por 2016.
Como chegarão Lula e Ciro em 2018?
Importante salientar que o PSOL também passará por uma DR, já está passando, e também não se sabe como chegará a 2018.
Em São Paulo o cenário estará ainda mais turvo. Que papel jogarão Alckmin no PSB e Serra no PPS? E Haddad, se conseguir uma heroica reeleição na capital, qual papel jogará na disputa ao Palácio dos Bandeirantes?
Papel fundamental jogará o movimento popular. Qual o futuro da unidade do movimento popular? As centrais sindicais conseguirão dialogar com o MST, e este dialogará com os movimentos de moradia, com os movimentos negro, de mulheres, estudantil? qual o futuro da Frente Brasil Popular?
Uma coisa é certa, um projeto de país democrático e popular deverá ser construído e defendido em 2018, mas por qual candidatura? Conseguirá o PT reconstruir as pontes com os movimentos populares?
São perguntas que permeiam o cenário político daqui em diante.
Ricardo Jimenez
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