Ribeirão Preto
1. Com um déficit habitacional de 30 mil moradias, Ribeirão Preto é o paraíso das construtoras e o inferno das famílias sem teto: deu na imprensa local que as construtoras estão "alavancando" empreendimentos imobiliários nos "quatro cantos da cidade". Até parece o paraíso e é, para as construtoras. Seja nos empreendimentos de luxo no vetor zona sul ou nos empreendimentos "populares" nas zonas leste e oeste, Ribeirão é uma Meca para as empresas que lucram nesse setor. O problema é que nenhum desses empreendimentos são parte de programas sociais. As famílias sem teto, que hoje ocupam mais de 100 núcleos de favelas, não conseguem acessar esses empreendimentos e são, cada vez mais, vítimas da repressão e do abandono por parte do poder público. O tal programa Casa Verde e Amarela não prevê projetos para a faixa mais pobre (a antiga faixa 1 do extinto Minha Casa Minha Vida). O problema permanece, se agrava e não há nenhum indicativo de que instrumentos do Estatuto da Cidade, como a regularização fundiária urbana, vão de fato serem operados pelo poder público municipal. E mesmo as famílias de classe média e classe média baixa que acessam os empreendimentos privados nas zonas leste e oeste têm de conviver com a falta de infraestrutura adequada, principalmente escola, posto de saúde e mobilidade urbana quando os tais projetos são entregues.
2. Esquerda e direita miram o segundo turno contra Nogueira em Ribeirão: com a desistência de vários nomes importantes do centro da política ribeirão-pretana, como o do deputado federal Ricardo Silva (PSB), de João Gandini (MDB) e Lincoln Fernandes (PDT), o espaço de antagonista do atual Prefeito Duarte Nogueira está em aberto. Com esse novo cenário, a partir de desistências inéditas de pré-candidaturas com força política para desafiar o atual prefeito, candidaturas de esquerda e de direita passam a disputar uma vaga no segundo turno. À direita, os pré-candidatos Luiz Henrique Usai (PRTB) e Fernando Chiarelli (Patriotas) surgem como alternativas surfando na onda bolsonarista. Pelo lado da esquerda, Antônio Alberto Machado (PT), Mauro Inácio (PSOL) e Vanderlei Caixe Filho (PCdoB) também acertam os detalhes para disputarem o papel de anti-Nogueira e desbancar a direita no segundo turno. Um outro ponto importante é que o enfraquecimento do centro fortalece o Prefeito e abre, mesmo que de maneira tênue, a possibilidade de Nogueira vencer no primeiro turno. De qualquer modo, a mudança no cenário eleitoral torna a disputa mais imprevisível e polarizada.
São Paulo
1. Por pressão do setor empresarial, governo do Estado quer volta do ensino presencial em outubro: de acordo com o Plano São Paulo, que é uma porteira aberta para a "retomada" em plena pandemia, regiões que estão há 28 dias na fase amarela podem reabrir as escolas e o governo do Estado determinou 8 de outubro como data do retorno do ensino médio. Essa decisão é polêmica e perigosa, segundo especialistas. Não há protocolos sanitários que possam dar proteção a alunos, pais e profissionais da educação. E também não há segurança quanto ao potencial de contaminação cruzada a partir dos alunos com a volta do ensino presencial. Entidades sindicais e educacionais se colocam contrárias à volta presencial antes da confirmação de uma vacina eficaz contra a Covid-19. Na insistência dessa decisão temerária, os professores já ensaiam uma greve sanitária no estado de São Paulo.
21 de setembro: 631º dia de desgoverno Bolsonaro
1. Ministra Damares Alves atuou para retardar a interrupção da gravidez de menina de 10 anos e pode ser alvo de ação por crime de responsabilidade. O senador Humberto Costa (PT-PE) ingressará com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que a ministra da Família, da Mulher e dos Direitos Humanos, Damares Alves, responda por crime de responsabilidade. A titular da pasta enviou ao município de São Mateus, no Espírito Santo, representantes do ministério e aliados políticos para retardar a interrupção da gravidez de uma menina de 10 anos, vítima de estupro. "É inaceitável que a mais alta autoridade do governo na área de direitos humanos e políticas para a mulher tenha agido de forma tão cruel e desumana contra uma menina violentada, aumentando ainda mais o enorme drama que ela já vivia", disse o parlamentar. De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, pessoas envolvidas no processo disseram que os representantes da ministra seriam os responsáveis por vazar o nome da criança à ativista Sara Giromini, que o divulgou em redes sociais.
2. PT anuncia plano de reconstrução nacional. A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, anunciou nesta segunda-feira (21) o plano do PT de reconstrução do Brasil, que tem como baliza principal retirar o país da profunda crise política e social. Em sua visão, “o governo Bolsonaro, inimigo principal da democracia, quer envenenar a sociedade com ódio”. O plano do PT de saída da crise baseia-se em cinco pontos principais: Desenvolvimento social, desenvolvimento sustentável, desenvolvimento econômico, soberania nacional e a radicalização da democracia. Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil, lançado nesta segunda-feira, vai ser aperfeiçoado pelos partidos progressistas e movimentos sociais. Flávio Dino (PCdoB-MA), Freixo (Psol-RJ) e Requião (MDB) participaram do lançamento.
Prensa Latina (Notícias da América Latina)
1. Fumaça do fogo no Brasil atinge 5 países sulamericanos. A fumaça dos incêndios na Amazônia brasileira e no Pantanal cobre hoje mais de 4 mil quilômetros da América Latina e atinge cinco países vizinhos (Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai). Citando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o portal de notícias G1 indica que a floresta amazônica teve 26.656 focos detectados em setembro (entre 1 e 19). Em menos de 20 dias, o número é 34% maior do que em todo o mês do ano passado: 19.925. A média para este período é de 32.812 focos de queimadas. O Pantanal (centro-oeste do Brasil), um paraíso da biodiversidade, também apresenta um número recorde de deflagrações.
2. Comissão de Orçamento e Finanças do Congresso argentino debate o projeto de taxação de grandes fortunas. A Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara dos Deputados da Argentina retomará hoje a discussão do Projeto de Lei de Solidariedade e Contribuição Extraordinária às grandes fortunas em busca de parecer para debatê-lo. De forma virtual, a comissão presidida pelo deputado Carlos Heller, voltará a abordar um tema com posições conflituosas entre o partido no poder e a oposição com a qual se pretende que os detentores de bens superiores a 3 milhões de dólares paguem um tributo entre 2% a 3%. Com postura contrária ao projeto do braço político Juntos pela Mudança, a expectativa é que a chefe da Administração da Receita Pública (AFIP), Mercedes Marcó del Pont, participe do encontro nesta segunda-feira.
Neoliberalismo, um fracasso de 40 anos
Neste espaço o Blog O Calçadão indica leituras e vídeos de economistas, políticos, cientistas sociais que apontam para o fracasso do sistema neoliberal, vendido como pensamento único desde 1980, e a necessidade de sua superação.
Leia: A Economia Desgovernada - Novos Paradigmas (por Ladislau Dawbor)
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