Em algumas versões do Word, ao digitar a palavra “filósofa”, ele risca de vermelho embaixo, indicando erro. Esse é um sintoma grave de como a tradição filosófica é machista até hoje. Na verdade, são mais de 2.500 anos de machismo arraigado. Contudo, sempre houve mulheres pensadoras, desde Safo, Diotima e Hypatia, na Antiguidade.
Essa postagem (como qualquer coisa na vida humana, aliás) é arbitrária, ou seja, trata-se de um recorte do recorte. Primeiro porque o Instagram só permite 10 imagens. Segundo que, dada a multiplicidade e abrangência, muitas pensadoras poderiam estar nessa lista como, por exemplo, Edith Stein, Susan Sontag, Julia Kristeva, Maria Zambrano, Sueli Carneiro ou Djamila Ribeiro.
Meu intento é “abrir possibilidades”, indicar leituras e suscitar a faísca da reflexão. Aliás, se você tiver indicação de pensadoras contemporâneas, coloca aí nos comentários.
Há várias obras que abordam a questão das mulheres na Filosofia. Dentre elas, indico “Filósofas: a presença das mulheres na Filosofia”, organização de Juliana Pacheco.
Por fim, parafraseando Angela Davis, não basta não ser machista, é preciso ser antimachista.
*Matheus Arcaro é mestre em Filosofia Contemporânea pela Unicamp. Pós-graduado em História da Arte. Graduado em Filosofia e também em Comunicação Social. É professor, artista plástico, palestrante e escritor, autor do romance O lado imóvel do tempo (Ed. Patuá, 2016), dos livros de contos Violeta velha e outras flores (Ed. Patuá, 2014) e Amortalha (Ed. Patuá, 2017) e do livro de poesia Um clitóris encostado na eternidade (Ed. Patuá, 2019). Também colabora com artigos para vários portais e revistas.
site: www.matheusarcaro.art.br
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