Fotos: Filipe Augusto Peres |
Após sofrer despejo violento e sem ordem judicial, MST vai ao Palácio dos Jequitibás e força reunião com o vice-prefeitos
Na manhã desta segunda-feira (15) cerca de 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam a Fazenda Mariana, no município de Campinas (SP). A ação faz parte da alimentar". já tradicional jornada de lutas que o MST faz no mês de abril, em memória ao Massacre de Eldorado do Carajás. O lema deste ano, com ações em todo o Brasil, é “Ocupar para o Brasil”.
A área de aproximadamente 200 hectares é administrada por uma empresa do setor imobiliário. Improdutiva, está tomada por pastagem degradada e há anos não cumpre sua função social.
Em um documento enviado à prefeitura de Campinas em 2015 no âmbito da revisão do Plano Diretor, a empresa Zezito Empreendimentos Ltda autodeclarou a impossibilidade de viabilizar atividades produtivas no local.
*O desnvolvimento das atividades rurais para se manter é inviável nessa localidade, o que atualmente e tão somente gera prejuízos e despesas de grande monta", afirma a proprietária, ao solicitar uma alteração do uso no zoneamento da cidade para que seja considerada uma área de expansão urbana.
No mesmo documento, a proprietária diz almejar que a destinação da área seja para interesse social. Em nota, o MST afirma que quer realizar, tão somente, o mesmo desejo. "Reivindicamos que o terreno seja destinado para fins de reforma agrária tornando-se, enfim, produtivo".
Além de fazer a denúncia da quantidade de terras na região que, sem cumprir a função social, servem apenas à especulação imobiliária, a ocupação visa iniciar o reflorestamento da área e o plantio de alimentos saudáveis.
O Movimento segue organizando a luta em todas os estados do país, em denúncia da fome, da violência no campo, e por investimentos para a agricultura familiar.
O MST realiza ocupações em todos os estados do Brasil, seguindo o calendário de lutas do Abril Vermelho.
A Secretaria de Habitação compareceu no local mais cedo, com a qual o Movimento Sem Terra abriu diálogo para negociações. Entretanto, a Guarda Civil Municipal com o batalhão de choque, mesmo sabendo que a negociação estava iniciada, não aguardou e invadiu a ocupação com bombas de gás lacrimogêneo, gás de pimenta e balas de borracha, ateando fogo na pastagem em torno do local onde as famílias estavam construindo seus barracos.
As famílias, tremendo a truculência da polícia, recuaram para as margens da rodovia. No local, atingidos pela violência, estavam mulheres, idosos e crianças.
Bombas de gás incendiaram a área |
Balas de borracha foram disparadas |
Ocupação do Palácio dos Jequitibás e marcha até a Câmara dos Vereadores
Apos o despejo, em comboio, parte dos ocupantes foram ao Palácio dos Jequitibás, em Campinas, onde, após novo confronto com a Guarda Civil Municipal e o GAE, que não queria que militantes com a faixa do tema da jornada de lutas deste ano e a bandeira do MST adentrassem ao local, ocupou o prédio e forçou uma reunião com o vice-prefeito.
Guarda Municipal “faz guarda” dos dois lados para que militantes do MST não entrassem com a bandeira e nem a faixa da jornada de lutas no Palácio dos Jequitibás |
Em seguida, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra seguiram em marcha até a Câmara Municipal onde participaram de um ato de repúdio à violência de estado cometida pela prefeitura de Campinas via GAE.
Ocupar para alimentar o Brasil |
Todas as fotos desta matéria jornalística podem ser utilizadas por movimentos populares e lutadores pelas causas progressistas desde que seja devidamente creditada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário