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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

As redes e o sangue

 

EUA mata pescadores sem provas


No princípio, eram redes e esperança.

Homens do mar lançavam sua fé nas águas,

o sal queimava o rosto e purificava o pão.

O milagre não era o peixe 

era o direito de viver do que o mar dava.

quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Leão XIV: as periferias clamam por justiça e solidariedade

 

Foto: Divulgação

"...hoje eu digo: terra, teto e trabalho são direitos sagrados, pelos quais vale a pena lutar por eles, e quero que vocês me ouçam dizer: 'Estou dentro! Estou com vocês!'", sublinhou o Papa Leão

terça-feira, 21 de outubro de 2025

O retorno do imperialismo norte-americano e a ameaça à soberania latino-americana

 

Por Filipe Augusto Peres

Recentemente li os artigos “Manifestos destino e destinos”, publicado no Jornal do Brasil no último dia 19, de Adhemar Bahadian, e “Pá de cal na Ucrânia e lança-chamas na América Latina”, de Marcelo Zero, na página do Brasil 247, publicado ontem, 20 de outubro. Ambos convergem sobre o ressurgimento do imperialismo norte-americano sob a forma do trumpismo. Ambos apontam que o lema “Make America Great Again” não representa apenas um slogan político interno, mas a atualização de uma ideologia expansionista e autoritária que, sob o pretexto da defesa da liberdade e da civilização ocidental, busca reafirmar a hegemonia dos Estados Unidos sobre o mundo e, em particular, sobre a América Latina.

sábado, 18 de outubro de 2025

Theatro Pedro II, 95 anos - por Gusmão de Almeida


Já mencionei anteriormente que minha relação com o Theatro Pedro II é, para dizer o mínimo, um tanto quanto ambígua (*leiam: O Teatro Carlos Gomes e uma Praça Vazia). Cada visita ao teatro traz à tona a melancólica lembrança da tragédia do Carlos Gomes.

Desde sua reforma no início dos anos 1990, o espaço atrai uma clientela da zona sul, aquela região que, a partir da década de 1980, se transformou na "Meca" dos condomínios "fechados". E enquanto isso, o povo, que passa diariamente pelo centro e pela Esplanada, continua a ser um mero espectador ausente do Pedro II.

O que se vê é uma relação entre o ribeirão-pretano e o Teatro que certamente se assemelha a um amor não correspondido: uma admiração à distância que só aumenta à medida que a desigualdade social e a concentração de riqueza se agravam.

Infelizmente, o "povo" sempre parece ter sido um convidado indesejado no cenário cultural de Ribeirão Preto, com algumas raras exceções que fazem nosso coração pulsar.

O Theatro e a cidade estão imersos em uma aura que evoca o passado dos barões do café, contrastando com o presente de uma classe média que se autodenomina "cult", presente até mesmo na administração do que hoje chamamos de Fundação Pedro II.

Mas, afinal, qual é a verdadeira história do Theatro Pedro II? Ele sempre foi assim?

Se não sou um sábio ancião que presenciou todo esse enredo, pelo menos posso garantir que as coisas nem sempre foram como são hoje.

Concebido em 1928 e inaugurado em 1930, o Theatro Pedro II representava a Ribeirão Preto da era da "belle époque" cafeeira, quando a cidade era conhecida como "cidade do entretenimento". Era uma época em que os cassinos e a vida noturna, sob a batuta do francês Francisco Cassoulet e suas convidadas (o "moulin rouge" do sertão), faziam as noites de Ribeirão brilharem.

Dizem que os barões do café acendiam seus cigarros com notas de "mil réis" e que a Cervejaria Paulista, sob a liderança de Meira Júnior, sonhava em construir um monumento que completaria o arco cultural ao redor da Praça XV, onde do outro lado se erguia o deslumbrante, mas já demolido e saudoso, Teatro Carlos Gomes.

Contudo, a história nos lembra que 1930 marcou o início da queda dos cafeicultores, e o suntuoso Pedro II serviu por apenas um breve período a uma elite em decadência, mais preocupada em aparecer do que realmente existir.

O entorno da Praça XV rapidamente se popularizou, transformando o que antes eram opulentos casarões do café em um comércio vibrante.

Como nos ensina o magnífico Rubem Cione, renomado historiador da cidade, a memória dos tempos dos coronéis já não interessava mais nos anos 1940, e a Prefeitura não estava disposta a investir em sua manutenção.

As décadas da "modernidade" - quando a cidade, perdendo relevância em âmbito nacional, começou a se redescobrir - reservavam outro destino ao Pedro II. Por ironia, um destino melhor do que o do mais antigo Teatro Carlos Gomes, que foi demolido em 1946.

Mas vamos deixar as mágoas de lado por um instante e prosseguir.

O que importa aqui é que a estrutura do Pedro II sobreviveu à sanha demolidora que assolou Ribeirão nas décadas de 40, 50 e 60, mas o "glamour" do café já se dissipara.

A partir dos anos 50, Ribeirão Preto começou a reestruturar-se sob a pressão da indústria automobilística, que, juntamente com o sistema ferroviário (que terá seu momento em outra oportunidade), decidiu enterrar um passado que considerava superado em nome da "modernidade". Isso, caro leitor, eu sou testemunha ocular.

Curiosamente, os anos 50, 60 e 70 foram os únicos períodos em que o povo realmente ocupou o Theatro (e, lembre-se, não era exatamente para ver peças teatrais). O Pedro II se transformou em um espaço frequentado pela comunidade, servindo como salão de jogos e palco dos famosos bailes de carnaval no subsolo - um local carinhosamente conhecido como a "caverna do diabo" ou a "panela de pressão" - além do cinema que ali funcionou.

Agora, não me entendam mal: essa não foi uma época de efervescência cultural na cidade, pois não houve. Mas aqueles foram anos de uma juventude em ebulição no mundo, e a vida social da cidade pulsava no centro, abrangendo os bairros próximos. Todo mundo vivia a cena urbana.

Eu mesmo vivi essas experiências, namorando, noivando e casando no coração da cidade.

Políticos, artistas, estudantes... Todos compartilhavam as esquinas da Única, a Sociedade Dante Alighieri, a Casa de Portugal (na praça Tiradentes, hoje estacionamento e lar do magnífico Bar do Márcio, famoso pela sua tilápia), o Mercadão, as ruas José Bonifácio, Saldanha Marinho e São Sebastião, o Cine Centenário, a Praça XV, o Pinguim (na sua antiga sede) e, claro, o Teatro Pedro II.

Com o tempo, a vida social do centro foi se esvaindo, restando apenas a atividade comercial. O centro transformou-se em um simples local de passagem e compra, enquanto o Pedro II lamentavelmente foi esquecido. E não podemos esquecer da "Baixada", que merece um texto só para ela.

Essa época revelou a faceta excludente de um presente que alguns talentosos jovens analistas denominam de neoliberal. O convívio em praça pública, o uso comum dos espaços, foi trocado por shoppings centers e condomínios "fechados", enquanto as conversas em rodas cedem lugar às interações digitais.

Toda essa popularidade que caracterizou o teatro era uma tentativa do povo de fazê-lo seu, enquanto foi possível, até que um incêndio em 1980 quase o destruiu.

Aqui, permitam-me abrir um parêntese.

Ribeirão possui três teatros de renome: o Pedro II (no centro) e outros dois no Morro de São Bento (o Arena e o Municipal), todos inaugurados em 1969, em um período que muitos chamam de "modernização" da cidade. Estes teatros receberam os mais importantes artistas e são verdadeiros patrimônios históricos e culturais, além de belíssimos.

Mas a questão que fica para o leitor mais perspicaz é: quando Ribeirão Preto teve uma política cultural verdadeiramente popular que contemplasse a utilização desses três espaços municipais? Quando o teatro, enquanto arte, se tornou parte de um projeto abrangente de cultura popular?

Aqueles que trabalham com teatro são verdadeiros heróis, diariamente lutando quase sozinhos por apoio. E o povo, em sua maioria, não tem acesso às produções teatrais e culturais.

Para agravar a situação, soube que ronda sobre a cidade a ameaça de terceirização dos teatros Municipal e de Arena. Uma verdadeira tragédia!

Fechando o parêntese.

O Pedro II, tombado em 1982, só conseguiu se reerguer entre 1991 e 1996, ganhando uma nova cúpula, uma sala dos espelhos e tudo o mais.

Esperava-se que não apenas o Pedro II, mas todo o ambiente cultural da cidade pudesse respirar novos ares. A construção de um calçadão poderia ter sido o início de uma nova fase de revitalização da vida social do centro.

Mas, lamentavelmente, isso não aconteceu.

O centro não foi recuperado, e o funcionamento do Pedro II nunca se alinhou a um projeto de revitalização da região.

Por isso, durante as noites de espetáculo, o Pedro II é frequentado por pessoas que raramente visitam o centro. Os luxuosos carrões ficam em estacionamentos particulares, e ao final da apresentação, vão, na melhor das hipóteses, ao Pinguim (outros, como eu, escolhem o "Dr. Linguiça" para um lanche “gourmet”).

Tristemente, com peças teatrais e espetáculos como óperas e concertos, o verdadeiro povo fica de fora, e o Pedro II se torna uma bolha elitista imersa em um centro popular e decadente.

Eu sou um velho ranzinza, confesso. Não consigo aceitar que o espaço cultural de uma cidade seja moldado de forma restrita, alienando as expressões populares. A arquitetura do Pedro II e do "quarteirão paulista" deveria, ao contrário, se harmonizar com o povo. Antes um espaço pertencente à Cervejaria Paulista, hoje o teatro é um patrimônio público, e deve, como tal, ser inclusivo. Mais que isso, deve se integrar a um amplo projeto de revitalização do centro, onde não apenas economistas e poderosos lobistas da construção civil tenham voz, mas o povo também deve participar e ser ouvido.

O Teatro Pedro II, assim como o povo de Ribeirão Preto, permanece isolado da cidade a qual pertence.

De onde virá essa nova energia política? Ribeirão Preto precisa discutir-se, enxergar-se, para que, quem sabe, no centenário do Pedro II, todos possam participar ativamente de um ambiente cultural verdadeiramente democrático, seja na Esplanada, dentro do teatro ou em qualquer lugar.

Essas reflexões me acompanharam enquanto subia a rua Álvares Cabral, parando para tomar um café na Única e comprar uma garapa na tradição do velho João, o Garapeiro.

Voltarei em breve. Prometo.

Saudações,

Gusmão de Almeida

sábado, 11 de outubro de 2025

Ato em Ribeirão Preto une vozes pela Palestina e denuncia genocídio e capitalismo global

 


Mobilização foi puxada pelo Comitê Permanente da Causa Humanitária Palestina e reuniu PSOL, PT, MST, UP, PCB, PCBR, MES, DM-PT Ribeirão Preto, Movimento Ecosocialista Florestinha Urbana, Memorial de Resistência Madre Maurina Borges, APEOESP, Associação Amigos do Memorial da Classe Operária-UGT e Resistência Caipira Antifascista

segunda-feira, 6 de outubro de 2025

O drama das praças de Ribeirão Preto - por Gusmão de Almeida

 


Como já mencionei em minhas primeiras divagações por estas páginas, a alma deste velho se alegra ao andar, ao contemplar e ao descobrir as novidades que a vida apresenta, sempre em diálogo com o passado, esse exercício sutil e profundo que nos permite compreender o presente e sonhar um futuro mais luminoso.

Recordo-me de meu último texto, onde falava da praça Carlos Gomes, no coração da cidade, que, após um período vestindo a armadura de um terminal de ônibus, ficou despojada de suas tradições e do querido Teatro Carlos Gomes.

Com isso, resolvi retomar a linha dos meus escritos, trazendo à tona a questão das praças, que sempre pulsaram como o coração de uma comunidade.

Qual é, afinal, a verdadeira função de uma praça? Espaço de lazer, de contemplação, de cultura e beleza paisagística? 

Sim, tudo isso e muito mais. Contudo, para que uma praça cumpra seu papel, é essencial que esteja entrelaçada na trama da cidade, integrada à vida do seu povo, à efervescência da urbe.

Durante meu período de ausência, aproveitei para levar este corpo cansado a um passeio, em busca dos ares revigorantes da nossa América do Sul, onde respirei os sonhos dos libertadores.

Em Santiago, Lima, Quito e Bogotá, encontrei praças vibrantes, tanto no centro histórico quanto nos parques e espaços públicos, que acolhem a vida que pulsa nos largos e nas vielas.

Lá, o povo se faz presente — turistas e locais, artistas, comerciantes, namorados, contempladores e leitores — todos se entrelaçando, convivendo sob a sombra das árvores, nas praças que, por sua vez, se inserem e refletem a essência da vida urbana.

Lima, por exemplo, viveu um admirável renascimento de seus espaços públicos. O circuito mágico das águas, com sua beleza deslumbrante, me fez pensar: por que não em Ribeirão Preto? Temos água, calor e, acima de tudo, um povo vibrante. Por que não?

Hoje percebo que o conceito de praças—como simples quadrados mirados a partir de um bairro ou de uma área central—já não se sustenta mais. Há um moço, aliás, que já compartilhou suas ideias aqui, que está investindo em projetos de parques lineares.

É verdade. No entanto, minha cidade abriga um emaranhado de praças e espaços públicos que jazem esquecidos, sem conexão com o contexto e as necessidades atuais.

As praças estão em estado lastimável e, como eu, quem delas ainda se aproxima é visto com olhos críticos, ou pior, como um louco sonhador.

Mas deixemos de lado a tragédia das praças periféricas e voltemos o olhar para o centro da cidade.

Na praça XV, por exemplo, observa-se mais gente em seus arredores do que em seu íntimo!

E as demais? Vamos pensar na praça Camões, na praça das Bandeiras, na praça 7 de Setembro.

Concentro-me com carinho na praça 7 de Setembro, um espaço que frequento e que sempre me faz recordar que ali se desenrolaram alguns dos primeiros jogos de futebol da cidade, onde meninos sonhadores tentaram deixar sua marca, mas que, temo, se foram, talvez convidados a partir.

É um mal de velho, talvez, um saudosismo cheio de esperanças, mas onde estão os pipoqueiros e os vendedores de balões?

Ah, já sei. Eles habitam apenas os lugares onde há vida.

A praça XV, no meu tempo de juventude, foi o epicentro da efervescência ribeirão-pretana, o local da mocidade vibrante.

Mesmo nos anos 90, tempos complicados para a cidade, havia uma ocupação do espaço público que se estendia pelas avenidas 9 de Julho, Portugal e Vargas.

Quem se lembra? Eu, já cansado e morador dos arredores, cansei de percorrer aquelas ruas aos sábados à noite, sentindo o vai e vem das pessoas, conversando nas calçadas e ouvindo a música que emanava do Bar Mania.

Sim, o burburinho nas calçadas!

Às vezes, ao caminhar por aí, refleti como Ribeirão Preto anseia por vida, por pessoas que apreciem a companhia umas das outras.

Voltarei a abordar este tema...

Por ora, vou em busca de um colete novo, para aquecer-me com elegância, na minha loja predileta, situada na bela e histórica rua Amador Bueno.

Cordialmente,

Gusmão de Almeida

Regularização das Terras Públicas e Anistia à Grilagem

 

Fotos: Filipe Augusto Peres

Debate na 2ª Feira da Reforma Agrária expõe entrega ilegal de terras públicas pelo Estado de São Paulo a grileiros

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Enquanto declara amor à Ultrafarma, Tarcísio trai os trabalhadores da saúde - por Ricardo Oliveira


Nos últimos três meses o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se comprometeu com os trabalhadores da saúde pública a minimizar o arrocho salarial e a falta de políticas de recursos humanos para essa categoria, que vêm sendo historicamente massacrada e desmerecida. 

Durante a pandemia do Covid-19, esse conjunto de mulheres e homens comprometidos com a saúde e com capacitação técnica foi a principal força social viva que desempenhou um papel de proteger e salvar vidas, colocando a própria integridade em risco, fator esse que foi fundamental para vencer a crise viral provocada pelo Corona! 

Pensávamos nós que todo esse serviço prestado a sociedade seria suficiente para convencer o governador e seus auxiliares da necessidade de revalorizar esses trabalhadores. Mas, nos enganamos, Tarcísio prometeu a plenos pulmões que pagaria um adicional anual, levando-se em conta o desempenho das unidades de saúde, juntamente com a valorização do nosso minguado vale alimentação. 

Diante disso, paramos uma greve por respeito ao acordo e aguardamos o desfecho do governo Tarcísio. No entanto, ficamos sabendo agora que não vai restar “nem mel, nem cabaça”! 

Tarcísio descumpre o que foi acertado em mesa de negociação com o Sindsaúde-SP e se desqualifica em suas palavras. Tarcísio mente e mente descaradamente. Não para mim ou para os trabalhadores, mas para a sociedade paulista que talvez ele desconheça devido ao seu tão pouco tempo em terras caipiras.

 Diante desse gesto desleal, iremos realizar uma grande paralisação nos dias 01 e 02 de outubro para velar aquele, cujas palavras, vale pouco e cujo amor maior está em “vender a preço de banana” terras públicas e isentar de impostos empresas multibilionárias.


Ricardo de Oliveira 

Trabalhador do Hospital das Clinicas – Ribeirão Preto-SP, onde foi do Conselho Deliberativo.

Atualmente é da executiva do Sindsaúde-SP, do Conselho Estadual de Saúde e mestrando em educação profissional pelo IFSP.

segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Relatório da ONU constata genocídio perpertrado por Israel em Gaza e detalha crimes e responsabilidades internacionais

 

O relatório reforça que os atos foram parte de uma política direcionada a “destruir, no todo ou em parte, o povo palestino em Gaza enquanto grupo nacional”

Documento da Comissão Internacional Independente de Inquérito aponta assassinatos em massa, fome deliberada, destruição de hospitais e violência sexual como parte de uma política destinada a destruir o povo palestino em Gaza. Estados que apoiaram Israel também podem ser responsabilizados.

domingo, 28 de setembro de 2025

“Crochetando pela Palestina” une solidariedade e arte em Ribeirão Preto

 

A atividade, que visa apoiar a Flotilha Sumud
Fotos: @filipeaugustoperes

Atividade no Lar Santana, organizada pelo Comitê Permanente pela Causa Humanitária Palestina, reuniu apoiadores em defesa da Flotilha Sumud e da campanha internacional Ondas para Gaza

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Holocausto

 

Parte da capa do livro, Holocausto Paulista, de Leonardo Sacramento 

A partir do livro, Holocausto Paulista, de Leonardo Sacramento

1


no período de invasão,

de colonização,

o povoamento sempre vem a cabo

o aldeamento 

o cerco-confinamento

como enxame de gafanhotos

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Sem discussão, Câmara dá urgência a PL sobre minérios estratégicos

Audiência pública para debater o tema foi cancelada

Proposta que busca fortalecer a soberania nacional diante da corrida global por recursos críticos levanta preocupações de ambientalistas e movimentos sociais com possíveis impactos socioambientais e conflitos territoriais

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Fantasmagoria

 

Fantasmagoria (Iberê Camargo)

arranham-se os corpos no azul espesso,
não são homens, não são deuses,
são espectros de carne ralada na espátula do tempo

um carrega o peso do agro morto,
bois empedrados nos ombros,
não mastiga, não reparte,
apenas acumula desertos latifúndios

segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A paz, a guerra e outros demônios

 


os generais brindam com champanhe nuclear,
enquanto a Palestina conta cadáveres
como quem conta estrelas numa noite sem céu

chamam de paz
o que fede a pólvora,
o que veste uniforme made in USA,
o que pousa em Caracas com passaporte diplomático
e no bolso uma ordem de captura

que explode pescadores em mar aberto

sábado, 13 de setembro de 2025

Marcha Global por Gaza mobiliza militância em Ribeirão Preto

 

Militantes marcham pela Palestina
Fotos: @filipeaugustoperes

Neste sábado, (13), diversas capitais e cidades brasileiras foram palco da Marcha Global por Gaza: Navegando com a Global Sumud Flotilla, uma mobilização internacional em defesa do povo palestino e contra o bloqueio imposto por Israel à Faixa de Gaza.


Na cidade de Ribeirão Preto, o ato foi chamado pelo Comitê Permanente da Causa Humanitária Palestina e aconteceu às 9:00 na Esquina Democrática, espaço tradicional de manifestações populares no centro. O evento teve o apoio de diversas entidades, coletivos, movimentos sociais. 

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Interven(fac)ção!

 


culpados!
não foi a pátria quem marchou,
foi o mercado em botas lustradas.
não foi a bandeira quem tremulou,
foi a conta bancária off-shore,
enfeitada de verde-oliva

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Palestina Livre e a laicidade do Estado brasileiro

 

Flotilha Global Sumud, rumo a Gaza, parte de Barcelona, na Espanha, em 31 de agosto de 2025 [Esra Hacioglu/Agência Anadolu]

Por Filipe Augusto Peres


Israel mantém embargo quase absoluto à assistência humanitária a Gaza, ao assumir o controle da distribuição mediante a chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF, em inglês), mecanismo militarizado responsável por mais de mil mortes.

Bolsa Família evitou 8,2 milhões de internações e 713 mil mortes em 16 anos, aponta pesquisa

 


A partir da matéria de Giselle Soares e Ricardo Zorzetto (Revista Pesquisa FAPESP, edição 355)

Uma pesquisa publicada em maio na revista The Lancet Public Health revelou que o Bolsa Família, criado em 2003, teve impacto decisivo na saúde da população brasileira. Entre 2004 e 2019, o programa de transferência de renda evitou 8,2 milhões de internações hospitalares e 713 mil mortes em 3.671 municípios do país.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Prego frouxo

 

eleições
Buenos Aires

o anarco-capitalista
bate no peito
último prego no caixão 
no kirchnerismo

As redes e o sangue

  EUA mata pescadores sem provas No princípio, eram redes e esperança. Homens do mar lançavam sua fé nas águas, o sal queimava o rosto e pur...