Hoje, dia 08 de Março,
comemoramos o Dia Internacional da Mulher. Mais do que uma data comemorativa,
este dia representa a luta que as mulheres de todo o mundo travam dia-a-dia
pela igualdade de direitos. Trata-se, portanto, de uma data com conotação
notadamente política. E, sendo política, é um ato educativo falar sobre ela.
A situação da mulher no
mundo, muito embora tenha melhorado no último século, ainda é extremamente
precária e, em especial, em alguns países de tradições culturais machistas e
arcaicas a situação é ainda pior. Em alguns países elas não têm o direito de
estudar, de trabalhar, e tampouco de votar. Em alguns lugares, elas não podem
inclusive mostrar suas próprias faces. Em outros, algumas mulheres são vendidas
e/ou cedidas e obrigadas a se casar contra a vontade própria. E como propriedade
do homem, no caso de adultério, em alguns países, é concedido o direito do
homem de apedrejá-la e mata-la como uma forma de 'lavar a honra'.
Diante dessas situações tão
trágicas, em alguns momentos, aqui no Brasil, até pode parecer que as mulheres
já conseguiram alcançar a plena igualdade de direitos com os homens. Elas
conseguiram o direito de ir e vir sem ter que se preocupar com o que vestir, elas
se casam e se separam, elas cuidam de casa ou saem para trabalhar fora, elas tem
o direito ao voto, aliás elas também tem a obrigatoriedade de votar, dos 18 aos
70 anos. Elas podem se eleger e, diga-se de passagem o país é governado por uma
mulher. Mas não se engane pelas aparências, elas nos enganam.
Ainda hoje no país, muito
embora a mulher tenha o pleno direito de ir e vir e de se vestir do jeito que
lhe convém, algumas mulheres são criminalizadas pelo seu comportamento e/ou
pela sua forma de vestir: o homem que ‘pega’ várias mulheres e garanhão, já a
mulher que ‘pega’ vários homens é vadia; quando um homem coloca um short
nenhuma mulher lhe assedia, mas quando uma mulher coloca uma roupa um pouco
mais curta é ‘quase’ um convite ao assédio e algumas vezes é uma justificativa
para um estupro.
Hoje em dia as mulheres tem
o direito de se casar e se separar quando quiserem, de trabalhar fora ou em
casa. Não exatamente. Alguns homens se vêm no direito de exigir que a mulher
fique em casa, temos até casos de representantes do povo, os deputados, com a
audácia de dizer que mulher deve ficar em casa que é o homem que deve
trabalhar, às vezes justificando o fim da família ‘tradicional’ porque a mulher
esta querendo sair de casa. Em outros casos, e são muitos casos, a situação é
pior: milhares de mulheres são assassinadas no país por homens ressentidos e/ou
abandonados.
As mulheres podem/devem
votar e ser votadas e hoje o país é governado por uma mulher, mas mesmo assim as nossas casas legislativas tem uma cultura extremamente machista e
patriarcal que as impossibilita de ter plenamente os mesmos direitos que os
homens, naturalizando e exaltando a figura do homem macho e provedor - o machismo.
Enfim, mulheres, o Brasil
ainda está longe de ser um país democrático no exercício de direitos das mulheres
e, portanto, além de comemorar, temos também hoje que lutar. Lutar pelas nossas
mães, avós, irmãs, tias, primas e sobrinhas, etc. Estou nessa luta sempre aos
seus lados.
Ailson Vasconcelos da Cunha,
professor e doutorando. Lutando.
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