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segunda-feira, 25 de maio de 2015

China, México, Pré-Sal, Conteúdo nacional: Dilma segue firme entre as pedras do caminho...

Depois de um começo de governo aos tropeços, enfrentando 24h por dia uma mídia parcial aliada com setores reacionários que vão do PSDB, passando pela "República do Paraná" e desaguando nos desmandos do "ilibado" Eduardo Cunha na Câmara, Dilma começa a erguer o nariz e governar.

O "ajuste Levy" dominou o cenário até a última sexta, quando foi anunciado: 69,9 bilhões contingenciados. É um retrocesso, lógico, mas poderia ser pior. A Presidente parece determinada a tocar em frente um período de refluxo na política anti-cíclica e bancar medidas ortodoxas na economia, apesar das justas e necessárias críticas tanto do setor sindical (CUT e CTB) quanto de membros do PT. Porém, há boas notícias e bons movimentos de Dilma.

O PSDB, pateticamente, abdicou da ação de impeachment e trouxe sobre si a ira dos coxinhas da intervenção militar que tanto foram insuflados tanto por tucanos quanto pela mídia. A tal lava jato só mantém a aura de coisa séria nos telejornais da Globo ou nos blogs da Veja, de resto, tende a ser motivo de aversão política e jurídica. O caminho livre pelo qual trafegava o Cunha agora começa a apresentar obstáculos importantes, vindos da Procuradoria-Geral. E Dilma começou o período de mostrar coisas boas.

Primeiro foram os acordos com a China, um grande trunfo político e geopolítico que aponta para a manutenção das obras de infra-estrutura. Depois, os acordos com o México para expandir a indústria naval-petrolífera. Lá do México vem o recado da Presidente: a partilha no pré-sal e o conteúdo nacional são pedras fundamentais enquanto eu for a chefe do executivo. Bingo!

Há coisas que na política são muito simples de se prever e de se jogar. Uma delas é entender o que de fato pega no sentimento e no imaginário das pessoas. Dilma tem duas coisas fantásticas nesse sentido para explorar: a terceirização e o pré-sal. Uma sinalização forte em defesa dos direitos trabalhistas e na defesa do pré-sal (como fez hoje no México) é tudo o que Dilma precisa para voltar a crescer entre os trabalhadores.

O discurso do PSDB, liderado por Serra (aquele que quer por que quer entregar o pré-sal para a Chevron), é um tiro no pé. A população tem pela Petrobrás e pelo sentimento nacionalista ligado ao petróleo uma relação histórica. A eleição recente mostrou isso e nem mesmo a sanha destruidora da mídia-lava jato é páreo.

Além disso, começa timidamente a se formar na mente do brasileiro a ideia de que com Dilma, de verdade, a Polícia Federal funciona. Para isso contribuirão as investigações sobre a sonegação fiscal: Zelotes e HSBC. Sonegação é coisa de rico, de gente que bate panela da janela de apê de luxo. E são eles que sonegam! Retiram 700 bilhões anuais dos cofres do país!

A situação ainda é complicada, o "ajuste Levy' terá repiques importantes no emprego e na renda, mas o jogo está sendo jogado. São 3 anos e meio de governo pela frente e o saldo final pode ser extremamente vantajoso. O sucesso final do governo Dilma será o sucesso das políticas desenvolvimentistas contra a ortodoxia neoliberal. É essa a batalha no mundo.

É mais do que nunca necessário apoiar Dilma sem abrir mão da crítica e da pressão para que o governo caminhe novamente para o lado do desenvolvimento. 

Menos Levy, mais Piketty!

Ricardo Jimenez

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o final: "Menos Levy, mais Piketty!" Eu já li "O capital no século XXI" e me encantei, principalmente porque sou da área de Língua e Literatura, e nunca pensei que um dia um economista usaria obras literárias para embasar teorias econômicas! Só um francês faria isso! Sou fã dos franceses, por causa da análise semiótica dos discursos, em que me baseei para uma tese de doutorado sobre o Antigo Testamento!! Fiquei apaixonada por esse jovem economista, um defensor da justiça social !!!

O Calçadão disse...

Que bom poder contar com seu comentário. Também gosto muito da cultura francesa e sou leitor voraz de todos aqueles que pregam o desenvolvimento com avanço social. Grande abraço.

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