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domingo, 15 de outubro de 2017

O que será dos EUA após Trump?


Responder a essa pergunta é muito difícil, pois o futuro dos EUA nas mãos de alguém como Trump impacta não somente os EUA mas também o mundo.


Mas é possível ter alguns sinais importantes.

Da última vez que os Republicanos governaram, na era Bush filho, o resultado foi catastrófico tanto na atuação externa quanto na parte interna.

Foi tão ruim que a eleição de Obama foi saudada no mundo como um alívio e nos EUA como esperança de dias melhores.

Trump é o resultado maior de um processo de crescimento de um conservadorismo ultra-nacionalista, xenófobo, intolerante e discriminatório que ganhou corpo na crise econômica mundial que se alastrou pelo mundo desde 2008. É resultado de uma brutal concentração de renda, de aumento da pobreza mundo afora e das guerras pelo petróleo que inundaram a Europa de refugiados.

Todos os países têm hoje seus movimentos de direita e seus candidatos a Trump.

O resultado parece que não será muito diferente do de Bush. A política externa de Trump já aponta para o belicismo contra a Coreia do Norte e o Irã. A política interna segue o caminho do pensamento econômico republicano: corte de impostos para os mais ricos e corte de programas sociais aos mais pobres.

Essa máxima dita 'liberal' pelos seus defensores promete que dessa forma há mais dinheiro em circulação, há mais possibilidade de investimento privado e, consequentemente mais emprego, "a melhor política social" como gostam de pregar os 'liberais'.

Mas os resultados em números não mostram isso. O que temos é uma brutal concentração de renda e cada vez mais capital investido na ciranda financeira e menos na economia real. Os empregos se tornam precários e com salários menores.

Isso ocorreu na 'era Bush'.

Do ponto de vista externo, ocorre o isolamento rápido dos EUA. A saída da UNESCO, junto com Israel, opôs os EUA com a UE. A postura de Trump em relação ao Irã vai opor de novo os EUA com e UE, que tende a se alinhar com a Rússia e a China.

Aliás, já há em muitos países da UE a defesa do abandono do dólar como moeda padrão, crescendo o peso do yuan nas relações comerciais.

Há indicativos de que Trump se sente isolado na Casa Branca, frustrado com os limites do poder. O mesmo pode acontecer com os EUA sob seu comando.

Claro que tudo pode acontecer, até mesmo um conflito nuclear. Mas o certo é que as posições ultra-nacionalistas de Trump e do restante de partidos e pequenos 'trumps' mundo afora têm menos potencial de frutificação do que no passado, pois o passado age como limitador.

Podemos estar vivenciando as dores de um parto cujo filho nós ainda não reconhecemos a face mas esperamos que ela seja menos violenta, injusta e excludente como a realidade de hoje.

Blog O Calçadão


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