Segundo o geólogo Guilherme Estrela, Diretor de Exploração e Produção da Petrobrás na época da descoberta do pré-sal, o governo FHC não teve nenhum interesse em investir para que a Petrobrás prospectasse novas reservas de petróleo na costa marítima brasileira.
Foi no governo FHC que o monopólio do petróleo foi quebrado, em benefício das petroleiras estrangeiras. Também foi com FHC que a produção de petróleo começou e declinar e a plataforma P-36 afundou.
Isso sem contar com a tentativa de mudança de nome da empresa para Petrobrax, uma busca de facilitar sua privatização.
A mudança de postura veio com Lula a partir de 2003.
O investimento na Petrobrás, que ganhou expertise em prospecção de petróleo em águas profundas, levou o país, em 2006, a descobrir, na camada pré-sal, a maior reserva de petróleo do século: cerca de 200 bilhões de barris.
Na época, a direita golpista dizia que o pré-sal não existia, que era pouco óleo, que a Petrobrás não teria como retirá-lo de lá, que o custo de produção não valeria o esforço.
Em pouco mais de cinco anos, o pré-sal já era responsável pela maior produção brasileira e suas reservas colocaram o Brasil na posição de um player mundial do petróleo.
A nova lei do petróleo estabeleceu o regime de partilha, a Petrobrás se tornava a principal operadora do pré-sal e com os royalties seria criado um fundo social com 75% destinados à educação e 25% destinados à saúde.
Abria-se uma perspectiva industrial e tecnológica para o país. O investimento em refinarias tornaria o Brasil em um exportador de derivados de alto valor agregado. Um salto geopolítico e comercial.
Mas a direita golpista já ameaçava entregar o pré-sal para a multinacional Chevron em 2010, através do candidato José Serra.
E, também, a partir de 2010, começam a pipocar na mídia hegemônica as denúncias de corrupção na Petrobrás, o 'Petrolão'.
Sim, com a decisão dos governos Lula e Dilma em reestruturar a indústria de petróleo e gás e produzir sondas e plataformas no Brasil, gerando emprego, tecnologia e divisas no país, a corrupção aumentou, assim como aumentaram as relações promíscuas entre empresários e políticos visando financiamento de campanhas.
Sim, a corrupção precisa ser combatida. Não, o pré-sal não precisa ser entregue e nem a Petrobrás destruída para que isso ocorra.
Acontece que o 'combate à corrupção' na Petrobrás se transformou em um instrumento político a serviço de um golpe que se armava.
A derrubada de Dilma, a perseguição a Lula e a investigação na Petrobrás serviram para que se mudasse completamente a política de petróleo do Brasil.
O desgoverno Temer/PSDB, com o tucano e funcionário das multis petrolíferas no comando da Petrobrás, preparou o maior crime já cometido contra o futuro do Brasil: a entrega das jazidas do pré-sal e o desmantelamento da Petrobrás.
De player mundial de petróleo, exportador de derivados e de química fina, voltamos ao posto de exportador de petróleo cru e importador dos derivados que produziríamos.
Com um golpe e algumas canetadas, quantos empregos de alta qualificação deixamos de produzir?
Uma geração inteira de jovens foi abandonada.
Uma geração inteira de jovens foi abandonada.
O preço que pagaremos por isso será muito alto se não formos capazes de reverter o golpe e restabelecer nossa democracia e nosso projeto nacional.
Ricardo Jimenez - Editor do Blog O Calçadão
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