O jornalista e correspondente Pepe Escobar, em entrevista para a TV247, forneceu valiosas informações e análises sobre a atual geopolítica e as perspectivas futuras.
Com larga experiência no oriente, Escobar acompanhou recentemente a Conferência Anual de Segurança e Defesa Diálogo Shangri La, ocorrida em Cingapura.
Este blog extraiu os seguintes aprendizados ouvindo Escobar:
Este blog extraiu os seguintes aprendizados ouvindo Escobar:
A guerra comercial com a China, a problemática relação com a Coreia do Norte, a Rússia e o Irã, e a crise constante da União Europeia estão colocando a liderança dos EUA em xeque e pode estar surgindo uma nova ordem na geopolítica mundial.
Esse assunto, segundo Escobar, já é pauta das reuniões do famoso Bilderberg Club, que reúne os maiores magnatas da costa leste dos EUA e da Europa.
Ou seja, o 0,1% mais rico que controla o capitalismo financeiro ocidental, criador do neoliberalismo transnacional, preocupado com um novo polo de poder insurgente.
Há alguns anos os principais países asiáticos (China, Rússia, Índia, Paquistão e Irã) estão se organizando do ponto de vista político, econômico (comercial), militar, estrutural (ferrovias, portos etc) e social para tomarem decisões conjuntas sem interferência da OTAN e da OMC, por exemplo.
Inclusive negociam uma moeda própria nas negociações intra-comerciais e bancos de investimentos próprios.
E uma das coisas que mais interessam à região é encerrar a guerra da Coreia e incluir a coreia do Norte nesses debates regionais.
EUA e seus parceiros UE, Arábia Saudita, Israel, Coreia do Sul e Japão podem caminhar para o isolamento, principalmente depois das atuações catastróficas da OTAN no Iraque, no Afeganistão, recentemente, na Síria e as ameaças rocambolescas de Trump à Coreia do Norte.
A China talvez já esteja na frente do ocidente no que diz respeito ao avanço tecnológico de última geração.
A Ásia, China à frente, bate de frente com os acordos do capitalismo rentista do ocidente, pois, ao contrário do que prega o Consenso de Washington, os asiáticos fortalecem seus Estados nacionais e seus investimentos públicos em infra-estrutura e tecnologia, além de operarem o câmbio e as reservas financeiras para potencializar o mercado interno e as exportações.
Os Estados asiáticos utilizaram investimento público para fortalecer suas empresas nacionais, que viraram multinacionais.
E tudo fica ainda mais confuso com a atuação de Trump, tensionando as relações internacionais e promovendo um protecionismo econômico interno. Assim, os pilares econômicos e geopolíticos ocidentais, baseados na OMC, na OTAN e no FMI estão em crise.
Os pilares capitalistas ocidentais fracassaram. Nunca a concentração de renda foi tão grande. E as receitas prescritas pelo sistema só aumentam a crise: ajustes fiscais, enfraquecimentos de Estados nacionais de regiões periféricas e agressões militares catastróficas.
A América Latina
Nossa região continua sendo um quintal dos interesses dos EUA. A entrada da Colômbia na OTAN é a tentativa de consolidar o poder dos EUA e enfraquecer de vez as experiências desenvolvimentistas e nacionalistas que ocorreram nos últimos 20 anos na Venezuela, na Argentina e no Brasil, principalmente.
Além do retorno das políticas neoliberais entreguistas, desindustrializantes e destruidoras de políticas sociais, ocorre também o desmantelamento de acordos de cooperação regional de defesa, comércio e tecnologia como o Mercosul e a Unasul.
O México é, há duas décadas, um protetorado dos EUA. Aqui no Brasil, uma das primeiras medidas do desgoverno golpista de Temer/PSDB foi retirar, na prática, o Brasil dos BRICS.
Só para lembrar, os BRICS possuem um banco de investimentos com capital inicial de 50 bilhões de dólares. Um dos projetos brasileiros era fortalecer o setor ferroviário nacional e regional, melhorando o escoamento da produção e a integração da América do Sul.
Mas, sob o desgoverno golpista, o Brasil preferiu voltar ao colo dos EUA, entregar as reservas de pré-sal e abandonar as relações com a Ásia, exatamente no momento onde nasce por lá um novo polo de poder cuja visão macro é diferente e mais interessante para o desenvolvimento brasileiro.
Sem falar da Venezuela, em conflito há anos, e no Brasil, cuja principal liderança popular é um preso político, na Argentina, também de volta ao neoliberalismo após o período desenvolvimentista dos Kirchner, a novidade é o retorno ao FMI.
Blog O Calçadão
Inclusive negociam uma moeda própria nas negociações intra-comerciais e bancos de investimentos próprios.
E uma das coisas que mais interessam à região é encerrar a guerra da Coreia e incluir a coreia do Norte nesses debates regionais.
EUA e seus parceiros UE, Arábia Saudita, Israel, Coreia do Sul e Japão podem caminhar para o isolamento, principalmente depois das atuações catastróficas da OTAN no Iraque, no Afeganistão, recentemente, na Síria e as ameaças rocambolescas de Trump à Coreia do Norte.
A China talvez já esteja na frente do ocidente no que diz respeito ao avanço tecnológico de última geração.
A Ásia, China à frente, bate de frente com os acordos do capitalismo rentista do ocidente, pois, ao contrário do que prega o Consenso de Washington, os asiáticos fortalecem seus Estados nacionais e seus investimentos públicos em infra-estrutura e tecnologia, além de operarem o câmbio e as reservas financeiras para potencializar o mercado interno e as exportações.
Os Estados asiáticos utilizaram investimento público para fortalecer suas empresas nacionais, que viraram multinacionais.
E tudo fica ainda mais confuso com a atuação de Trump, tensionando as relações internacionais e promovendo um protecionismo econômico interno. Assim, os pilares econômicos e geopolíticos ocidentais, baseados na OMC, na OTAN e no FMI estão em crise.
Os pilares capitalistas ocidentais fracassaram. Nunca a concentração de renda foi tão grande. E as receitas prescritas pelo sistema só aumentam a crise: ajustes fiscais, enfraquecimentos de Estados nacionais de regiões periféricas e agressões militares catastróficas.
A América Latina
Nossa região continua sendo um quintal dos interesses dos EUA. A entrada da Colômbia na OTAN é a tentativa de consolidar o poder dos EUA e enfraquecer de vez as experiências desenvolvimentistas e nacionalistas que ocorreram nos últimos 20 anos na Venezuela, na Argentina e no Brasil, principalmente.
Além do retorno das políticas neoliberais entreguistas, desindustrializantes e destruidoras de políticas sociais, ocorre também o desmantelamento de acordos de cooperação regional de defesa, comércio e tecnologia como o Mercosul e a Unasul.
O México é, há duas décadas, um protetorado dos EUA. Aqui no Brasil, uma das primeiras medidas do desgoverno golpista de Temer/PSDB foi retirar, na prática, o Brasil dos BRICS.
Só para lembrar, os BRICS possuem um banco de investimentos com capital inicial de 50 bilhões de dólares. Um dos projetos brasileiros era fortalecer o setor ferroviário nacional e regional, melhorando o escoamento da produção e a integração da América do Sul.
Mas, sob o desgoverno golpista, o Brasil preferiu voltar ao colo dos EUA, entregar as reservas de pré-sal e abandonar as relações com a Ásia, exatamente no momento onde nasce por lá um novo polo de poder cuja visão macro é diferente e mais interessante para o desenvolvimento brasileiro.
Sem falar da Venezuela, em conflito há anos, e no Brasil, cuja principal liderança popular é um preso político, na Argentina, também de volta ao neoliberalismo após o período desenvolvimentista dos Kirchner, a novidade é o retorno ao FMI.
Blog O Calçadão
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