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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

3o Turno, não, é golpe! Parte 2

Pois é. Já escrevemos aqui sobre a semelhança entre as crises que se abateram sobre Vargas e Jango e a que se abate agora sobre o governo Trabalhista do PT. É o velho golpismo udenista com roupagem nova. Sem voto, sem amparo no movimento popular, sem uma raiz histórica de atuação pelo desenvolvimento nacional autônomo e alicerçado em uma estrutura de mídia monopolista e tão golpista quanto. Está aqui.
Não sabemos o desfecho da crise atual. Mas em poucos dias a tal operação lava jato nos mostrará claramente seus rumos, mostrará ou não a cara do golpismo. A maior metrópole da América Latina corre um risco real de "morrer seca", levando consigo a economia do país, mas só se fala em Petrobrás, apesar de seus recordes mensais de produtividade.
Um certo juiz federal comanda a investigação feita por policiais federais, que assim como o juiz, têm ligações com o PSDB do Paraná. O mesmo PSDB do Paraná que criou e amamentou o tal doleiro Yussef, aqui e aqui. Isso tudo está há quase um ano sendo transmitido diariamente pela emissora que serve de quartel general digital do golpismo. O governo Dilma sangra. A tentativa clara, apesar de todas as denúncias que envolvem todos os partidos, é colar o "escândalo" na presidente para que a oposição, com o apoio da Globo, encaminhe o impeachment.
Isso não é novidade para quem acompanha os blogs alternativos.
Novidade é a apatia do PT. 
Vejam: acabou de ocorrer uma campanha eleitoral onde tudo isso foi batido à exaustão pelos mesmos mecanismos golpistas a serviço de Aécio Neves e mesmo assim 54 milhões de brasileiros deram a vitória para a senhora Dilma Roussef. Foi antecipado aqui no Brasil um debate que está pegando fogo na Europa, a "austeridade fiscal" versus a geração de emprego e renda. A maioria da população brasileira escolheu o emprego e a renda e deu uma banana ao play boy e à Globo. Lula e Dilma apareciam juntos todos os dias na TV e juntos venceram a eleição.
E aí?
E aí que passados 90 dias da posse, nós, os 54 milhões, estamos confusos. Cadê o nosso discurso? A resposta para nós foi o Joaquim Levy? Ou Joaquim Levy faz parte da concessão dada ao golpismo para tentar apaziguar o golpe? Lula e Dilma estão rompidos? Porque o governo manteve a diretoria da Petrobrás para depois a mesma vir a público dar armas para o golpismo, como na bobagem dos 88 bilhões? Quem tem medo da lava jato? Quem tem medo da Globo?
São muitas perguntas e até agora nenhuma resposta.
Talvez parte delas venha nos próximos dias, quando a tal operação vai revelar os nomes políticos envolvidos no escândalo.
Para nós, os 54 milhões, resta continuar com as convicções que nos trouxeram até aqui. Lutar por um país onde o sistema de mídia seja democratizado, onde as campanhas eleitorais sejam limpas e distantes da relação promíscua com empresários, onde a nossa maior empresa possa ser mesmo brasileira junto com seus 12 bilhões de barris do pré-sal e onde o emprego, a renda, a educação e os sonhos de milhões de brasileiros não fiquem reféns de golpistas, oportunistas e de covardes.

Ricardo Jimenez

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