A mídia, que armou e sustenta o golpe hora em marcha no Brasil, adora manipular a informação e a verdade para enganar os incautos.
Para tentar justificar a PEC do Teto de Gastos, legitimamente chamada de PEC da Morte, a mídia adora usar a parábola do pai de família.
Segundo a parábola "uma família não pode gastar mais do que ganha", logo, é preciso resolver a questão das dívidas para equilibrar a vida. Assim também deve funcionar o Estado, segundo essa lógica midiática.
Beleza.
Mas acontece que a PEC da Morte age pela lógica invertida à da família endividada.
Vejamos:
O que faz uma família endividada, naquela situação em que começou pagando o valor mínimo do cartão de crédito mas que agora nem isso está adiantando?
Suponha uma família cuja renda é de 3 mil reais mas os gastos com dívidas já superam 2 mil reais. O que faz essa família?
99 entre 100 famílias param de pagar as dívidas para preservar o básico: educação, saúde e alimentação dos membros da família, não é?
Assim, o pai de família se torna inadimplente, o nome vai para o SPC, mas a família, as pessoas, permanece sobrevivendo.
Como o 'mercado' necessita do consumidor, o pai de família sabe que, mais hora menos hora, será chamado a renegociar a dívida em condições adequadas e limpar seu nome. Daí para frente, a família vai procurar não mais se enrolar nos juros do cartão de crédito, por exemplo, buscando um equilíbrio financeiro.
Essa é a lógica da parábola.
Mas a PEC da Morte inverte a lógica.
Ela impõe cortes nas despesas básicas, como saúde e educação, para garantir o pagamento das dívidas e dos juros das dívidas. Ou seja, num país do tamanho do Brasil, o desgoverno Temer/PSDB, a mando do 'mercado', mata seus filho de fome e doentes para bancar o cartão de crédito.
Essa imposição do capitalismo financeiro, que encontra apoio em forças políticas entreguistas, tem levado à destruição economias na Europa, África, Ásia e América. A desigualdade e a concentração de renda aumentam brutalmente (1% mais rico com mais dinheiro que os restantes 99%) junto com a pobreza.
Portanto, é preciso gritar "mentira!" quando a mídia divulgar que a PEC é importante porque o governo fará a 'lição de casa', cortando gastos.
Não há corte de gastos e a 'lição de casa' é ditada pelo 'mercado'.
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