Deixa ver se entendi ...
Fonte: face de Fernando Horta
"Então temos no Brasil uma
esquerda que se diz "de verdade" e que não aceita o
"resto".
Temos partidos de esquerda
pedindo ao resto "autocrítica", do alto de seus cinco filiados e seis
correntes internas.
Temos as feministas que não
se juntam com os "esquerdo-machos" porque afinal as diferenças me
definem e as semelhanças me oprimem.
Temos o pessoal dos
"direitos humanos" que não se importam com a história da
"mais-valia" porque isto é coisa "antiga" e ultrapassada e
o mundo evoluiu.
Temos os trabalhistas que
denunciam o "populismo" (???) pedem "renovação de
lideranças". Por isto também não se juntam ...
Temos uns
"intelectuais" de esquerda que adoram culpar o tal "pobre de
direita" por tudo, como se pobre pudesse se dar ao luxo de ter viés
político.
Temos os
"intelectuais" que não aceitam que se defenda o emprego porque afinal
isto é defender a oligarquia e o imperialismo, e eles "riem" dos que
fazem isto, no facebook, claro.
Temos a esquerda
"política" que defende uma certa concertação com partidos golpistas
para não perder "cargos na mesa" ou "cargos de confiança"
que servem para "fortalecer o partido".
Temos uma parte da
comunidade negra que não aceita o uso de "símbolos" culturais por
causa da tal "apropriação" e por isto não marcham junto com brancos
afinal "temos problemas muito diferentes e cada um com a sua luta".
Temos sindicalista que se
preocupa só em ganhar eleição para o sindicato. Se a justiça der multa pela
greve ele se apavora e pede para todo mundo parar. Na próxima eleição faz
conchavo para se manter no "sindicato", com o mínimo de política, por
favor.
Temos professor que acha bom
a terceirização, até usa uber, porque afinal o importante é o "livre
mercado", mas quando passam lei admitindo o "notório saber" aí
se emputece. Não faz greve porque "não quer repor aula em janeiro, afinal
quando irei para praia?"
Temos policial que ganha
menos do que deve para o banco, vive tomando remédio tarja preta sem o mínimo
de assistência mas odeia "estes vagabundos que fazem greve" ...
Temos o pessoal do campo que
é morto que nem mosca, apanha mais que carne fraca e ninguém se preocupa porque
eles "não tem consciência de classe" ...
Depois de tudo isto você vem
perguntar porque não se consegue resistir ao golpe e aos desmanches?
Nunca houve, na história,
movimento social que realmente tivesse mudado alguma coisa enfatizando o que
nos separa e não o que nos une.
Enquanto ficam se
"empoderando" e se "co-constituindo", demarcando seus
"espaços da fala" e questionando as "legitimidades
epistemológicas" somos todos aniquilados.
Nos convenceram que somos um
monte de "minorias" cada uma delas com seus problemas ... e não vemos
que somos absoluta maioria sofrendo todos com os mesmos problemas.”
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