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terça-feira, 13 de agosto de 2019

Em aula aberta, professores conversam com a População e explicam o porquê de serem contrários à privatização da Educação


Para a docente da Universidade de São Paulo, Bianca Correa, o Future-se será um retrocesso à pesquisa brasileira.
Fotos: Filipe Peres

Nesta quarta-feira (13), na parte da tarde, cerca de 300 pessoas ouviram a fala de professores da Educação Básica e do Ensino Superior Público. Em aula aberta, os docentes falaram sobre os desmontes que a Educação tem sofrido, seja no âmbito Federal (no governo Bolsonaro), seja no âmbito Estadual (no governo João Dória).


Para a professora do Curso de Pedagogia da USP de Ribeirão Preto, Bianca Correa, o projeto voltado para a Educação do Governo Jair Bolsonaro, o Future-se é um retrocesso ao processo de democratização do Ensino Superior público: "O Future-se é a entrega escancarada do bem público, as universidades federais". 

A pedagoga ainda foi mais longe e mostrou que o desmonte da educação pública é um projeto que atravessa os três níveis (federal, estadual e municipal): "Nós vemos isso, também, nos estados, sei na entrega da gestão das escolas públicas, seja na compra de material didático e, no município de Ribeirão Preto, a gente tem acompanhado a entrega da gestão das creches e das pré-escola para organizações sociais".

Especificamente sobre o projeto do governo federal Future-se, a pesquisadora destacou o risco que o país corre ao dar a um agente externo (o mercado) o poder de decidir o que será pesquisado: "Ele (o Future-se) fere frontalmente a autonomia das universidades, pois se for o mercado quem for ditar as normas do trabalho, na universidade, ele vai ditar, também, quais são os temas, o tipo de pesquisas a serem realizadas e aí o que vai determinar a pesquisa são os interesses do mercado, não são os interesses da população. Pega o campo da Medicina; não são os interesses da saúde pública quem vai determinar, ou na Educação, não são os interesses da educação pública e sim os interesses de mercado. Isso traz um prejuízo de grande monta à população brasileira", finalizou.

Para a professora de Educação Básica da Rede Pública Estadual de Ensino, Ana Amália, no Estado de São Paulo já existe faz mais de 20 anos um desmonte da educação pública orquestrada pelos sucessivos governos do PSDB: "Sempre com nomes bonitos mas na prática, para quem está dentro da escola pública sabe que não é nada disso porque as verbas não são suficientes para fazer com que o projeto alavanque, além das condições próprias da escola: falta papel, a sala de informática não funciona, não tem funcionários suficientes dentro das escolas, não há novos concursos para a contratação de professores, não há, também, contratações para novos professores temporários... Se um professor fica doente, se tem algum problema e não pode dar aula naquele dia, o aluno fica no pátio. Você percebe que é um projeto, realmente, de desmonte, da educação pública", concluiu.

O ato também contou com a participação de entidades ligadas à sociedade civil, sindicatos, partidos políticos, movimentos sociais  e o DCE da USP. Para Neusa PAVIATO, da Direção Estadual do MST, o processo de privatização da Educação Pública segue o mesmo modelo de entrega das empresas nacionais. A dirigente também fez questão de lembrar que a Reforma da Previdência está para ser aprovada no Senado e que a luta contra a sua aprovação também é uma das bandeiras de luta deste 13 de agosto.



Durante a aula pública na Esplanada do Teatro Pedro II, representantes de diversas entidades sindicais recolheram assinaturas denunciando a prisão arbitrária e política do ex-presidente Lula. O abaixo assinado exige a soltura imediata do petista, principalmente após as denúncias de  site parcialidade divulgadas pelo site Intercept Brasil.

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2 comentários:

Unknown disse...

A cobertura do Calçadão foi impecável e as fotos estão lindas! Hoje o PIG perde pra vocês de LONGE. Parabéns gente, vocês fazem um lindo trabalho!

Unknown disse...

Adorei as fotos!

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