Achados do estudo do Banco Mundial oferecem perspectiva positiva sobre o Programa Bolsa Família, destacando seu papel não apenas como uma rede de proteção social, mas também como um motor de crescimento econômico local.
Uma pesquisa conduzida pelo Banco Mundial em 2021 e publicada recentemente revela que o Programa Bolsa Família (PBF) tem impactos positivos significativos na atividade econômica local no Brasil. O estudo, intitulado "Cash Transfers and Formal Labour Markets – Evidence from Brazil," analisou o programa de transferência de renda que completa duas décadas de existência e desmistificou uma crítica recorrente sobre sua suposta influência negativa no mercado de trabalho formal.
De acordo com a pesquisa, o Bolsa Família não apenas desempenha um papel fundamental no combate à pobreza e na redução das desigualdades, mas também gera efeitos multiplicadores notáveis na economia local. Os resultados demonstram que o programa estimula o consumo, o emprego e a inclusão financeira, mesmo para não beneficiários.
Os dados revelam que em áreas onde o programa se expandiu de forma consolidada, houve um aumento significativo no consumo, na criação de empregos, no número de contas bancárias e na arrecadação de impostos. O efeito multiplicador observado na economia local é notável, atingindo a marca de 2,16, o que significa que para cada dólar investido no PBF, outros 2,16 dólares são gerados na economia.
Além disso, a pesquisa destaca que a expansão do programa em 2009, que permitiu um maior alcance e qualidade no atendimento, teve um impacto positivo na economia local. Esse aumento nas transferências de renda resultou em um aumento de 2% nos empregos formais no setor privado em 2011, dois anos após a reforma.
Empregos gerados atingem também não beneficiários do BF
Um aspecto da pesquisa é que a maior parte dos novos empregos gerados foi para pessoas que nunca foram beneficiárias do programa, reforçando o impacto positivo do Bolsa Família não apenas nas famílias atendidas, mas também na sociedade em geral.
Os resultados do estudo ressaltam a importância das transferências de renda como ferramentas eficazes de proteção social em países em desenvolvimento e indicam que programas como o Bolsa Família podem ter impactos indiretos altamente benéficos na economia local. Especificamente, a pesquisa mostra que uma parcela significativa do aumento do consumo entre as famílias beneficiárias foi direcionada para lojas formais e serviços, apoiando ainda mais o desenvolvimento econômico local.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome
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