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Pesquisa destaca relação direta entre privação socioeconômica e aumento de mortalidade por sepse
Um estudo recente
conduzido pela Universidade de Manchester, publicado no jornal eClinicalMedicine no último dia 23 de novembro apresenta descobertas reveladoras sobre a relação entre desigualdades
socioeconômicas e o risco de mortalidade por infecção generalizada (sepse). Investigando 248.767 casos de sepse não relacionada à COVID-19, os dados destacam desigualdades significativas na saúde que impactam desproporcionalmente os
grupos mais vulneráveis da sociedade.
Desigualdades
Socioeconômicas e Risco de Mortalidade:
A pesquisa revelou
que indivíduos pertencentes a grupos socioeconômicos desfavorecidos enfrentam
quase o dobro de chances de morrer de sepse dentro de 30 dias. Essa ligação
direta entre privação socioeconômica e risco de mortalidade ressalta a urgência
de abordagens mais equitativas na saúde pública.
Condições de Saúde
Preexistentes e Fatores de Risco: Além disso, o estudo identificou que
pessoas com deficiências de aprendizagem têm quase quatro vezes mais chances de
desenvolver sepse. A pesquisa também associou a condição a uma prevalência
significativamente maior da doença em pacientes com condições crônicas, como
doenças hepáticas e renais. Fatores como câncer, doenças neurológicas,
imunossupressão e múltiplos cursos prévios de antibióticos também foram
apontados como aumentadores de risco.
Implicações Clínicas
e de Saúde Pública: As implicações clínicas e de saúde pública destacam a necessidade
urgente de modelos de previsão de risco de sepse que considerem o status de
doença crônica, privação socioeconômica e deficiências de aprendizagem. O
estudo sublinha a complexa interação entre o status socioeconômico, condições
médicas subjacentes e o risco de sepse, desafiando os sistemas de saúde a
reconhecer e mitigar essas desigualdades.
Comportamento Social
e Cuidados de Saúde:
A análise revelou uma redução na incidência de sepse não relacionada à COVID-19 durante a pandemia, sugerindo que mudanças no comportamento social e na prestação de cuidados de saúde podem ter influenciado essa queda. Esse aspecto merece uma investigação mais aprofundada para compreender os impactos dessas mudanças.
Os autores é preciso aprimorar a prevenção da sepse, direcionando antimicrobianos
de forma mais precisa para pacientes de alto risco. A abordagem holística que
considera as complexidades socioeconômicas e de saúde também é destacada para enfrentar os desafios associados à sepse.
O estudo termina por chamar atenção para a necessidade imediata de estratégias mais inclusivas e abrangentes para prevenir e tratar a sepse.
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