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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Por que as panelas estão em silêncio? Simples: porque elas participaram do golpe!

A foto aí de cima, que ilustra este artigo, é da campanha de 2014, uma das manifestações pró-Aécio em Copacabana/RJ. Aconteceram outras em Ipanema, em BH e até na Avenida Paulista, em São Paulo.

Já estavam ali expressas todas as cores, gritos e indicativos do que viria pela frente, a partir da vitória de Dilma Roussef com 54 milhões de votos, 3 milhões a mais que Aécio, e com vitórias importantes no Nordeste e em Minas Gerais.


Aécio e o PSDB já vinham sendo largamente favorecidos durante a campanha pela atuação conjunta entre a mídia e as investigações de Curitiba. Às vésperas da eleição, uma capa de revista trazia o que defendia ser uma possível delação bomba contra Lula e Dilma: "eles sabiam de tudo", lembram?

O clima de ódio anti-petista já estava disseminado em uma camada da classe média antes do pleito de 2014. Aécio e o PSDB contavam com isso para levar a eleição.

A derrota obrigou a mudança de planos.

"Não vamos nos dispersar", disse um Aécio vestido com a camiseta da CBF dias depois da eleição em um vídeo divulgado nas redes. Era a senha.

Todas as manifestações que vieram em 2015 e 2016, na esteira do golpe e puxadas por 'delações' vazadas em momentos políticos determinados, têm o layout da campanha de Aécio: verde e amarelo e o ódio ao PT.

A chamada 'República de Curitiba' atuou sempre politicamente em conjunto com os interesses do golpe. Atuou para enfraquecer Lula e Dilma em suas capacidades de articular contra o impeachment no Congresso. O vazamentos dos áudios de Lula com Dilma no dia da nomeação de Lula para a Casa Civil é o maior exemplo disso. Com essa cartada, o golpismo inviabilizou a última tentativa de Dilma de articular sua permanência na Presidência.

Hoje se sabe que vários dos maiores grupos que organizaram as 'manifestações' foram financiados e tinham ligação próxima com o golpismo.

O MBL tem participação efetiva no desgoverno Temer/PSDB.

Nunca foi contra a corrupção! Nem contra a corrupção e muito menos pela preocupação em manter a linha de inclusão social adotada nos últimos anos.

Por isso, não é de estranhar o silêncio das panelas da zona sul contra a corrupção e o descalabro administrativo no desgoverno Temer/PSDB.

Eles atuaram em conjunto para fazer de Temer o Presidente, criando uma 'pinguela', nas palavras de FHC, para a volta do PSDB ao poder.

Por que Temer traiu Dilma?

Simples. Dilma jamais atuou para interferir nas investigações. Ao contrário, Dilma defendia as investigações. E mais, Dilma, em 2012, havia cortado várias das vias de corrupção de Cunha na Petrobrás e em Furnas (dizem que ali em Furnas ela cortou as asas inclusive de Aécio), criando um perigoso inimigo.

As investigações da Lava Jato, anti-petistas por definição, poderiam se voltar contra o PMDB.

Ou seja, a traição foi na base da chantagem, o Congresso aprovou um impeachment sem provas, feriu a Constituição para salvar a própria pele e para entregar ao 'mercado', através do programa entreguista 'ponte para o futuro', a cabeça do trabalhador numa bandeja e as riquezas nacionais em uma taça.

O desgoverno Temer/PSDB é deles, foi construído com a contribuição deles, por isso o silêncio na Casa Grande e nas cercanias classe média.

E o povão, e os 54 milhões de eleitores de Dilma e as outras dezenas de milhões de brasileiros capazes de ter bom senso?

Estão anestesiados, sem saber que rumo tomar.

A bomba que explodiu no colo do PT, armada pela mídia golpista, fez brutais estragos e não há nenhum outro partido ou liderança capaz de tomar o lugar do PT e de Lula nesse momento.

Não há contra-narrativa capaz de reconstruir um discurso anti-golpista. Isso está sendo realizado aos poucos, as artimanhas do golpe se esclarecem aos poucos.

Lula ainda é o maior líder do país, o único capaz de peitar Moro e o golpe e o PT ainda é o maior partido de esquerda e o mais enraizado do país, mas isso não é suficiente. É preciso uma nova narrativa, novos compromissos, novas formas de diálogo com o povo. É preciso criar a unidade de forças.

Diante da realidade do desgoverno Temer/PSDB e seu brutal avanço contra os direitos sociais, trabalhistas e a riqueza nacional, o anti-golpismo ainda está na defensiva e o povo ainda está atônito.

E ainda há a ameaça da repressão, que espreita em silêncio.

Ricardo Jimenez

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